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Coisas escondidas e coisas reveladas

Por:   •  2/11/2015  •  Artigo  •  1.721 Palavras (7 Páginas)  •  144 Visualizações

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COISAS ESCONDIDAS E COISAS REVELADAS

9 Devemos achar estranho que Deus, deste modo, retenha para si certo conhecimento? Já no tempo em que os israelitas se aproximavam da Terra da Promessa, o profeta Moisés registrou as seguintes palavras inspiradas, em Deuteronômio 29:29: “As coisas escondidas pertencem a Jeová, nosso Deus, mas as coisas reveladas pertencem a nós e a nossos filhos por tempo indefinido, para cumprirmos todas as palavras desta lei.” Sim, tudo o que precisamos saber mesmo, para servir fielmente a Jeová Deus, e de que necessitamos, para fortalecer-nos na nossa esperança e convicção, isto é o que Deus nos revela. Mas, quando serve melhor ao seu propósito, ele também pode ocultar os assuntos, sem dano ou prejuízo para seus servos.

10 O Moisés Maior, Cristo Jesus, também disse aos seus discípulos, pouco antes de ascender ao céu: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição.” Isto ele disse em resposta a uma indagação sobre o restabelecimento do reino, algo que, sem dúvida, desejavam ardentemente. Prosseguiu, então: “Mas, ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis [o quê? Não conhecimento daqueles ‘tempos ou épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição’, mas] poder.” (Atos 1:6-8; 3:20-23) Deus os habilitaria, e ele fez isso, para realizar a tarefa e o serviço designados que tinham, em harmonia com a Sua vontade revelada para eles. No entanto, havia coisas que não sabiam, e, mais tarde, alguns discípulos estavam inclinados a tirar conclusões precipitadas sobre certos eventos prometidos, procurando assim, na realidade, apressá-los. (Veja 2 Tessalonicenses 2:1-5.) Mas, tudo o que realmente precisavam saber para ter fé forte, convicção e coragem, e para agir com sabedoria, foi-lhes provido por Deus.

16 Então, o que nos revelou Deus sobre isso? Ele certamente não nos deixou sem orientação. Por profecias tais como aquelas que acabamos de considerar, ele nos habilita a saber onde nos encontramos na corrente do tempo. O cumprimento de sua palavra profética convence-nos de que Deus não dorme, nem é vagaroso, e, como disse o apóstolo Pedro a respeito daqueles que agem de modo iníquo, “o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando”. (2 Ped 2:3) Temos ampla informação e evidência para nos induzir a ter confiança em que vivemos no “tempo do fim”, no que se refere ao atual sistema injusto de coisas. Contudo, além disso, há coisas que Deus não nos revelou. Uma destas coisas é o tempo do irrompimento da “grande tribulação”, prefigurada pela tribulação que sobreveio a Jerusalém, tribulação que será global no seu cumprimento.

FATORES DE TEMPO QUE DEUS NÃO REVELOU

17 Há motivos pelos quais não podemos saber isso. Em primeiro lugar, embora a cronologia bíblica indique claramente que chegamos ao marco dos seis mil anos, desde o tempo da criação do primeiro homem, Adão, ela não nos diz exatamente quanto tempo depois daquele acontecimento se encerrou o sexto dia criativo e começou o sétimo período ou “dia” criativo, o grande dia de descanso de Deus. Gênesis, capítulo dois, versículo três, diz que Jeová abençoou e tornou sagrado aquele “dia”, e, por isso, parece razoável que este presencie, dentro dos seus limites, a eliminação da velha ordem iníqua e o estabelecimento da nova ordem justa de Deus, por meio do reinado milenar do Filho de Deus. Assim, há motivos para se crer que este período de mil anos constitua a parte concludente daquele grande dia de descanso e restabeleça o estado perfeito da terra e de seus habitantes. Isto habilitaria Deus a dizer que este sétimo dia e seus resultados — assim como fez no caso dos outros dias criativos — era “muito bom”. — Gên. 1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31.

18 Mas, este grande dia de descanso não começou logo depois da criação de Adão. Outros acontecimentos ocorreram após a criação de Adão, mas antes do fim do sexto dia criativo. Um destes é da maior importância para todos nós. Trata-se da criação da primeira mulher, Eva. Sem esta, nenhum de nós estaria hoje vivo, pois, conforme declarou o apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 11:12, “assim como a mulher procede do homem, assim também o homem é por intermédio da mulher”, sendo que todos nós precisávamos duma mãe humana para nascer.

19 Quanto tempo decorreu entre a criação do homem e a da mulher? A Bíblia não revela isso. Pode ter sido um tempo relativamente curto. Adão foi criado, não como criança ou como adolescente, mas como homem plenamente desenvolvido, inteiramente maduro, tanto em sentido físico como mental. Não precisava primeiro gatinhar, para aprender a andar, nem balbuciar, até saber falar. Foi criado com estas faculdades e podia comunicar-se com seu Criador celestial, podendo passar a trabalhar para cultivar seu lar ajardinado e cuidar dele. Podia compreender instruções divinas e também a proibição a respeito da árvore proscrita do conhecimento do que é bom e do que é mau. (Gên. 2:15-17) Neste sentido, pois, estava em condições de receber uma esposa a qualquer hora.

20 Isto é verdade; contudo, em certos sentidos, Adão era como uma criança recém-nascida, quando foi criado. Por quê? Porque, embora fosse plenamente adulto, o dia em que foi criado ainda era o primeiro dia de sua vida. Tudo aquilo que via — cada árvore, flor, planta, cada rio, lago, riacho, cada criatura dentre toda a criação aviária, animal e píscea — ele via pela primeiríssima vez. O mesmo se dava com tudo o que fazia. Quando passou a andar, deu seu primeiro passo; o mesmo se deu quanto a correr, subir, tocar, cheirar, saborear, comer — tudo era para ele uma experiência inteiramente nova. Quão enorme deve ter sido a curiosidade que sentiu ao examinar a fascinante obra de Jeová Deus e se familiarizar com seu lar ajardinado! Quanto tempo se lhe concederia para satisfazer esta curiosidade, antes de ele assumir uma responsabilidade adicional como chefe de família?

21 Aquele lar edênico não parece ter sido algum terreno pequeno. Continha dentro de seus limites todas as variedades de árvores, de acordo com o segundo capítulo de Gênesis. E “havia um rio saindo do Éden para regar o jardim”, bastante grande para se dividir e se tornar quatro cabeceiras de rios, alguns dos quais existem ainda hoje. (Gên. 2:8-10) Levaria tempo para Adão explorar tudo isso, a fim de se familiarizar com a região de cujo cuidado e cultivo fora encarregado.

22 Alguém talvez pergunte: “Mas, não teria sido agradável compartilhar todas estas novas experiências logo com uma companheira humana, uma esposa, e assim aprenderem juntos?” Talvez fosse assim, contudo, não seria mais apropriado se ele primeiro obtivesse bastante conhecimento e experiência? Daí, quando se lhe juntasse seu cônjuge, estaria em condições de lhe responder às suas perguntas e lhe explicar as coisas, o que aumentaria o respeito que ela lhe teria como seu chefe bem informado. (Efé. 5:22, 23) A advertência direta de Deus, a Adão, sobre as conseqüências de ele desobedecer e comer da árvore proibida, colocou Adão na situação de profeta de Deus para com a companheira que Este criaria mais tarde para o homem. — Gên. 2:16, 17.

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