Crimes E Peacdos
Resenha: Crimes E Peacdos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: EmersonvKlein • 16/11/2014 • Resenha • 276 Palavras (2 Páginas) • 164 Visualizações
Uma das abordagens filosóficas mais comuns ao cinema é a didática. O filme (ou um pedaço dele) como meio para se ilustrar teses filosóficas estabelecidas. Embora se trate de abordagem interessante, tem valor crítico reduzido. Esse foi o caso dos livros Philosophy through film, de Mary M. Litch, e Philosophy goes to the movies, de Christopher Falzon, ambos professores de Filosofia, que, cinéfilos, enxergaram no meio uma arma para atingir seu fim - ensinar a disciplina Filosofia.
Litch1 propõe um exercício interessante. Submeter as ações de alguns dos personagens (particularmente Judah) ao crivo das teorias morais (Litch acredita ser Crimes e pecados rico em todas elas). Propõe a seguinte questão: se fizéssemos um consequencialista e um não consequencialista assistirem ao filme, como eles julgariam a ação de Judah, por exemplo? Litch acredita que ambos o condenariam. Um consequencialista utilitarista calcularia que a morte de Dolores traria mais mal do que bem, inferindo que sua família e seus amigos ficariam muito tristes e a própria Dolores sofreria. O não consequencialista kantiano lembraria que Dolores não pode servir de meio para um fim e que o que Judah fez não pode ser universalizável. Mais adiante, Litch admite que o filme não oferece elementos para um utilitarista raciocinar condenando, mas todos os elementos em contrário, o que coloca um dilema nos corações do espectador: ele sente que o que Judah fez foi moralmente errado, mas vê que deu tudo certo no final, pessoas estão felizes como consequência do ato, o que é absolutamente certo. De fato há um sentimento moral paradoxal quanto ao ato de Judah provocado no espectador, o que, acredito, trata-se de uma das intenções de Woody Allen
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