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Pentecostalismo, Neopentecostalismo E O Trabalho Do Espírito Santo.

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Por:   •  21/11/2014  •  3.093 Palavras (13 Páginas)  •  320 Visualizações

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Pencostalismo, Neopentecostalismo e o Trabalho do Espírito Santo.

Posted: 19 Nov 2014 03:02 AM PST

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Por Pb. Solano Portela

Introdução

O pentecostalismo se fundamenta em alguns pontos essenciais básicos, tais como: (1) a identificação do mover do Espírito Santo de Deus; (2) a aceitação de uma categoria de crentes especialmente agraciada pela graça divina; e (3) a precedência da experiência sobre a revelação objetiva das Escrituras, para a formulação de doutrinas.

Nossa compreensão desses pontos, segundo um exame da Palavra de Deus, determina onde nos posicionamos no confuso quadro eclesiástico contemporâneo: se com a interpretação dada pelos símbolos da fé reformada (Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos) ou com o evangelicalismo contemporâneo, cuja maior característica comum parece ser a aceitação da doutrina pentecostal cruzando linhas denominacionais.

O propósito deste artigo não é realizar, individualmente, um estudo sobre línguas, cura ou profecias, mas tratar os conceitos básicos do pentecostalismo e os seus reflexos na igreja local. A compreensão doutrinária dessas questões, pode determinar a ênfase da nossa mensagem; os nossos objetivos de vida como cristãos e até a prática litúrgica das igrejas.

1 - Um pouco de história

Do segundo século até o século dezenove, não existe evidência histórica de que os cristãos fiéis, de teologia ortodoxa falassem línguas estranhas, praticassem a “cura divina” em reuniões ou se guiassem por novas profecias. Todas essas coisas, entretanto, caracterizam o pentecostalismo e o chamado “movimento carismático” contemporâneo, incluindo o neopentecostalismo.

Essa busca pelo inusitado e pelo sobrenatural, fora das prescrições das Escrituras, na história da igreja, sempre foi característica de grupos considerados como heréticos, desde os seguidores de Montanus (montanistas), no segundo século até aqueles liderados por Edward Irving, no século 19 da era cristã.

A história do pentecostalismo moderno é normalmente classificada como tendo ocorrido em três ondas distintas:

a. A primeira onda – Pentecostalismo Clássico. Teve início em 1901, quando a sra. Agnes Ozman, nos Estados Unidos, disse ter recebido o batismo do Espírito Santo e falado línguas. A prática foi incorporada ao movimento Holiness. Um outro evento mais conhecido deu-se em 1906, quando se relatou o falar em línguas em uma igreja na rua Azusa (Azusa Street Mission), estado da Califórnia. Desses dois eventos procede a maioria das igrejas pentecostais históricas, como a Assembleia de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular.

b. A segunda onda – Pentecostalismo recente ou Renovação Carismática. Semelhantemente ao movimento pentecostal anterior, enfatizou os “dons extraordinários”, com grande ênfase ao “dom de línguas”. A grande diferença é que as linhas denominacionais foram quebradas e a visão doutrinária pentecostal atingiu várias igrejas. O ano de 1960 marca o início desta onda, em uma igreja Episcopal da Califórnia, na qual se observou o falar em línguas. A própria imprensa secular deu destaque ao acontecimento. O movimento, nos Estados Unidos, se espalhou pelas universidades, entre organizações para-eclesiásticas, tais como a ABU. Além de atingir denominações tradicionais, como luteranos, presbiterianos e metodistas, penetrou nos católico-romanos, partindo da universidade de Notre Dame, formando o movimento dos “católicos carismáticos”, que perdura até hoje. A maior característica desse período foi a determinação dos persuadidos pelos ensinamentos pentecostais, a permanecerem nas denominações de origem, “renovando-as”.

c. A terceira onda – O movimento de sinais e maravilhas – o Neopentecostalismo. A designação “terceira onda” foi cunhada por Peter Wagner, em 1983, um dos proponentes do movimento de crescimento de igrejas. Ele escreveu que as duas primeiras ondas continuavam, mas agora o Espírito estaria vindo em uma “terceira onda” com sinais e maravilhas. Temos aqui, também, o surgimento do movimento Vineyard, que conseguiu adeptos e transformou-se em uma denominação, propagando o que ficou conhecido como “evangelismo do poder” (power evangelism) – o evangelho é propagado e demonstrado por sinais e maravilhas sobrenaturais. O dom de línguas, neste estágio, recebeu uma ênfase menor do que o de “profecias”, curas e realização de efeitos especiais e sobrenaturais – muitas vezes sem razão ou conexão aparente – tais como: quedas, risos, urros, dentes de ouro, etc.

No Brasil, essas “ondas” foram quase simultâneas. A Congregação Cristã foi a primeira igreja pentecostal estabelecida, em 1910, seguida da Assembleia de Deus, em 1911. Na década de 1960 tivemos o surgimento do movimento carismático e de renovação, em várias denominações, e, atualmente, vivemos a “terceira onda”, com o neopentecostalismo.

O pentecostalismo e seus derivados contemporâneos se coloca como uma posição doutrinária saudável que sabe identificar o “mover do Espírito Santo de Deus”. Será que essa identificação é bíblica? Será que a fé reformada está deixando de reconhecer o trabalho do Espírito Santo nos dias de hoje?

2 - Existe diferença entre Pentecostalismo e Neopentecostalismo?

O neopentecostalismo tem em comum com o pentecostalismo, a ênfase na experiência, e muitas das doutrinas relacionadas com os dons extraordinários (operação de milagres, falar em línguas, novas revelações). O neopentecostalismo, entretanto, é caracterizado por cruzar os limites das denominações pentecostais, formando novas denominações com peculiaridades mais intensas e penetrando nas demais denominações.

O grande ponto de dissociação, entretanto, entre o pentecostalismo e o neopentecostalismo se dá na compreensão da doutrina das Escrituras. A ênfase na experiência, do pentecostalismo, nunca chegou a soterrar totalmente a importância da Palavra e pontos de tensão foram resolvidos, em muitas ocasiões, com a primazia da própria Palavra. Nesse sentido, por exemplo, a insistência inicial na total ausência de estudo bíblico formal (seminários, institutos bíblicos), uma vez que a pregação viria “por revelação”, deu lugar à visão mais bíblica e mais sóbria, da necessidade do estudo e na aplicação ao aprendizado; as próprias

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