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TURISMO NO CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM: A EXPERIÊNCIA NO SOLAR BARÃO DO GUAJARÁ

Por:   •  27/2/2021  •  Artigo  •  1.471 Palavras (6 Páginas)  •  371 Visualizações

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Turismo no Centro Histórico de Belém: A experiência no Solar Barão do Guajará

Jonathan Rodrigues Nunes[1]

Evelyn Cristina Castros Barros[2]

Vânia Lúcia Quadros Nascimento[3]

Resumo

O Programa “Centro de Visitação em Espaços de Interesse Turístico” da Faculdade de Turismo da Universidade Federal do Pará (FACTUR/UFPA) tem como objetivo tornar alguns espaços de Belém aptos para visitação pública. Neste ano de 2018, o objetivo é implantar e coordenar um centro de visitação no Solar Barão do Guajará, no centro histórico de Belém, de modo a ampliar a funcionalidade dele para além de atividades administrativas do Instituto Histórico Geográfico do Pará (IHGP), atual administrador do espaço, melhorando sua visibilidade como patrimônio arquitetônico e resquício da história paraense. Tenciona-se, com isso, consolidá-lo como atrativo turístico do estado, tornando-o um local de referência em visitação patrimonial da cidade. O objetivo deste trabalho é analisar os resultados iniciais do programa. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográfica e documental; além de um estudo do período de 16 a 18 de maio de 2018, durante o qual foram realizadas “visitas teste”. Os resultados encontrados apontam que nos dias em que o Solar Barão do Guajará foi aberto para visitação recebeu uma demanda expressiva de turistas nacionais e internacionais. Conclui-se que o programa tem possibilidades efetivas de contribuir para a valorização e preservação do Solar Barão do Guajará; bem como para a construção do conhecimento e para o desenvolvimento de habilidades profissionais para os discentes da Faculdade de Turismo.

Palavras-chave: Centro de visitação; Solar Barão do Guajará; Turismo.

 INTRODUÇÃO

A cidade de Belém tem como principal marco patrimonial colonial seu Centro Histórico, integrando os bairros da Cidade Velha e Campina, protegido pela Lei do Patrimônio Histórico nº 7.709, de 1994 (FORTE; SANJAD, 2016). O Solar Barão do Guajará é uma das edificações que integram tal patrimônio estando localizado em frente à Praça Dom Pedro II, com sua história ligada aos momentos sociais e a nobreza local (MORGADO NETO, 2013). A edificação guarda as características dos casarões nobres do período colonial, com elementos dos estilos Neoclássico, do início do século XIX, e Eclético, do final do mesmo século (TRINDADE; MONTEIRO, 1996). Possui em sua fachada belos azulejos, o que traz uma imponência para o espaço.

Trindade e Monteiro (1996) fazem referências ao êxodo rural, quando as famílias burguesas, passaram a construir sobrados no sentido vertical. Mas sem deixar de conservar o luxo e o requinte das grandes casas de engenho nos interiores, fazendo com que o casarão seja bem visto. O Solar Barão do Guajará está tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), registrado no livro Histórico e de Belas Artes, em 1950 (BRASIL,2018). Abriga, nos dias de hoje, o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) e é considerado um dos mais antigos e belos solares da cidade.

De acordo com o IPHAN (BRASIL, 2018), a construção tem inspiração portuguesa, com três pavimentos, sendo o último em forma de camarinha. De acordo com Morgado Neto (2013, p. 191), “prédio azulejado de três andares - térreo, superior e camarinha - com dezessete vãos na sua fenestração. Sobre uma parte da camarinha, ou mirante, um trecho se eleva como outro mirante mais elevado, quase não sendo percebido numa visada frontal por um observador localizado na praça a sua frente”. Tais características fazem da edificação um exemplar da arquitetura belemense e o conferem status de patrimônio arquitetônico.

 Ainda em consonância com Brasil (2018), o pátio interno demonstra a influência moura na arquitetura ibérica, transferida para a Amazônia. A fachada é revestida de azulejos, com desenhos em formas geométricas nas cores branca e azul, provavelmente vindos de Portugal. O interior é requintado, com piso e forro de madeira, a escada para o segundo pavimento possui guarda-corpo com balaustrada e assoalho formando desenhos geométricos. Encontra-se no seu interior a biblioteca do Barão de Guajará, com estantes de jacarandá artisticamente trabalhadas.

Considera-se, com base no disposto acima, que a atividade turística permitirá que a comunidade autóctone, os turistas e pesquisadores conheçam um pouco mais deste patrimônio, respeitando-o e valorizando-o. Ademais de promover a sensibilização quanto à conservação desse espaço. Nesse contexto, no âmbito do Programa Centro de Visitação em Espaços de Interesse Turístico, foi iniciado, no mês de março deste ano de 2018, a implantação de um Centro de Visitação no Solar Barão do Guajará, de modo a ampliar sua funcionalidade para além de atividades administrativas, melhorando a visibilidade como símbolo do patrimônio arquitetônico paraense.

Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é analisar as ações iniciais do programa Centro de Visitação em Espaços de Interesse Turístico: Solar Barão do Guajará. Para isso, realizaram-se pesquisas bibliográfica e documental no acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP); estudaram-se os dados das vistas iniciais, denominadas “visitas teste”, ocorridas entre os dias 16 a 18 de maio de 2018, sendo observado o número de visitantes e sua origem. Conclui-se que o Solar Barão do Guajará possui uma demanda de visitação expressiva e real, o que trará maior visibilidade para o casarão e contribuirá para com a preservação de sua história.

2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A implantação do Centro de Visitação Solar Barão do Guajará iniciou em março de 2018. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais para a aquisição de informações que embasassem os discentes da Faculdade de Turismo e subsidiassem a elaboração do roteiro de visitas. Com base nas informações levantadas, foi elaborada a primeira versão do roteiro de visitas.

Entre os dias 16 a 18 de maio de 2018, o Solar Barão do Guajará foi aberto para visitação pública, em fase de “visitas teste”. Durante tal período, o Solar recebeu 27 alunos e 1 professor(a) do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) Campus Cametá, por meio de outro projeto existente na Universidade denominado “Roteiro Geoturístico” (Figura 1). Além disto, outras 9 pessoas foram recepcionadas como visitantes avulsos (denominação referente as pessoas que chegam sem visita marcada) (Figura 2).

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