Turismo, Lazer e Consumo
Por: Gabrielle Hokama • 23/5/2022 • Resenha • 985 Palavras (4 Páginas) • 156 Visualizações
Por meio do texto bibliográfico produzido por Marianna De Alencar e Souza, em forma de dissertação, observa-se diversos elementos que auxiliam o entendimento do assunto: “Turismo de massa”.
Conforme a dissertação, entende-se que, diferente do renascimento, as viagens não são mais restritas a uma elite, ou seja, o turismo deixou de ser um bem inacessível, pois o turismo agora, é uma prática popularmente estabelecida e aceita na sociedade como um todo. Com o auxílio das leis trabalhistas, o trabalhador não só passa a ter o direito às férias remuneradas, mas também passa a realizar o sonho de explorar novas realidades.
Sendo assim, a viagem não é apenas um deslocamento geográfico, cultural ou social, como também uma jornada interior, como desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Afinal, o turismo é uma conquista social e ser turista se tornou um direito e necessidade da maioria das pessoas no mundo desenvolvido, enquanto nos países em desenvolvimento esse sentimento tem crescido rapidamente.
Mas vale ressaltar que o fato de o turismo ter sofrido democratização não é passível de uma generalização, em outras palavras, embora haja o desejo, em comum, de realizar esses deslocamentos, nem todos são planejados na mesma direção, possuindo as mesmas motivações ou serão realizados da mesma forma.
Porém, para entender isso é preciso fugir de interpretações reducionistas e moralistas que colocam esses indivíduos em posições inferiores, tratadas como seres não pensantes e incapaz de escolher seu próprio destino dentro de um novo lugar, e frequentemente interpretado por autores e teorias classificando como um produto da Indústria Cultural. Assim, o turista de massa não é mais do que uma expressão desta sociedade, mas, isso sim, um modo de produção e comercialização da viagem, no qual perde a autonomia e voz de suas categorias, sentidos, símbolos, significados e sobretudo a seus viajantes para a Indústria Turística.
Desse modo, os lugares se tornam obsoletos, inalteráveis, invariáveis e são reduzidos aos souvenirs, os quais tornam o turista alienado e servem apenas como objeto comprobatório de uma experiência culturalmente vazia. Ademais, nota-se que o tempo de lazer se tornou um produto, como uma mercadoria que pode ser comercializada e, dessa forma, o tempo livre se transforma em um tempo social, criador de novas relações carregadas de novos valores.
E, embora não seja reconhecido, existe um planejamento de gastos e de atividades para melhor aproveitamento da ação turística, todavia a expectativa de alcançar prazer do turista e proporcionar a transposição espacial, a qual supera qualquer outra forma de lazer – capaz reconstituir as forças físicas e mentais –, faz com que haja o excesso para aliviar a vida dura.
Portanto, o turismo de massa se encontra dentro de uma realidade paradoxal, pois, ao mesmo tempo em que foi uma conquista é visto como uma derrota.
Já que, existe o viajante, aquele predisposto a aprender todos os elementos simbólicos e memoráveis de uma dada cultura em seu próprio contexto histórico, sem a necessidade contínua de guia para obter uma experiência agradável e prazerosa. Por outro lado, há aqueles que não demonstram querer conhecer a cultura e não sabem se movimentar nos lugares, estão sempre perdidos, tendo que ser acompanhados de guias e norteados propriamente dentro daquela nova cultura, para que dentro daquela nova região tenha uma experiência memorável e boa.
Da mesma forma, é possível reconhecer que os “simples turistas” que não está no meio de suas preocupações a compra de itens, os quais também passavam longe da escala de preferência ou importância em relação a viagem, e o que traziam eram apenas lembrancinhas – singelos presentes carregados de sentido. Enquanto no ponto
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