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O Consumo e Lazer

Por:   •  3/6/2018  •  Seminário  •  2.288 Palavras (10 Páginas)  •  281 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

BACHARELADO EM PRODUÇÃO CULTURAL

Campus Nilópolis

Carolina Dias

Gabriela Campos

Lucas Alvas

Mariana Guarino

Stephanie Miranda

CONSUMO E LAZER

  

Nilópolis

2017.2

Introdução

Iremos abordar o lazer programado, fruto de relações com ausência de compatibilidade dos ideais capitalistas. Com a administração de acumulação toyotista, e conseqüentemente, o enfraquecimento da rigidez na produção de mercadorias advindas do fordismo entre 1911 e 1914, trouxeram novas perspectivas para o consumo e lazer.

Um ponto que devemos salientar são as lutas sociais, que garantiu aoproletariado a redução das jornadas do trabalho, proporcionando um aumento no tempo livre. Esse tempo livre fez com que o trabalhador continuasse refém do capitalismo, já que utilizava seu tempo fora do ambiente para praticar o consumismo.

É necessário entender nessa retrospectiva histórica, que além dos modos de produção fordismo e toyotismo, temos que entender o modelo de Estado:

A obra de Taylor e a “administração científica do trabalho” são a resposta do capital, já esboçada de forma não-sistemática antes do surgimento do taylorismo, a esterecuo na extração de mais-valor absoluto. Assim se institui um novo regime deacumulação, complementado por uma nova forma estatal, o estado liberal-democrático. [...] o estado liberal-democrático significou uma concessão aomovimento operário, ao regularizar partidos, sindicatos etc., ampliar a legislaçãotrabalhista [...] No entanto, o estado liberal-democrático, ao mesmo tempo em querealizou estas concessões, buscou integrá-las em sua lógica de reprodução, anulandoo caráter potencialmente subversivo destas mudanças (VIANA, 2003, p. 85).

Com as políticas keynesianas, os trabalhadores ganharam diversos direitos, que acabam por ajudar na manutenção e legitimação do capitalismo. Em uma época eu o Estado era interventor, cuidando da economia, foi fundamental criar direitos, como jornada de trabalho, educação, auxílio desemprego e entre outros.

Foi no período pós guerra, na crise de 1960 e 1970 que o Estado liberal-democrático entrou em declínio, e conseqüentemente, entrando em crise também o taylorismo e o fordismo, que acabou por uma transformação para um novo regime de acumulação no modo de produção capitalista.

É na década de 80 que é o toyotismo passa a ser a regulamentação e a organização da produção. Com as características de tecnologia avançada, flexibilização e sistema de produzir através da demanda do produto. Foi por conta dessas características, que o proletariado acreditou no discurso matriarca das empresas. Porém, é necessário compreender que com esse novo regime, a terceirização foi destacada, causando precarização e perca dos direitos mencionados anteriormente.

É nesse cenário, de propaganda ditando os produtos para lazer consumista, que nos deparamos com o shopping Center e outros espaços de lazer, consolidando a permeabilizarão das mercadorias nas relações sociais. Os trabalhadores com seu tempo livre se tornaram a sociedade capitalista queusufruí de um lazer programado e objetivado a consumação de produtos.

Capítulo 1: Shopping Center

Segundo Valquíria Padilha, a sociedade de consumo junto com osprofissionais da comunicação são ferramentas de manipulação dasnecessidades vitais. O Shopping Center tem o papel de materializar asnecessidade e na apropriação do tempo do proletariado.

Os Shoppings Centers são, então, símbolos de uma sociedade que valoriza o espetáculo do consumo de bens materiais e de lazer - mercadoria, de uma sociedade que oferece a uma pequena parcela da população o direito a esse consumo e a esse lazer, enquanto exclui a maioria dessa mesma população. Assim, esses centros comerciais configuram-se como espaços de lazer alienado, influenciando de forma decisiva a construção da identidade social de cada um, tanto dos que frequentam esses espaços como também dos que não os frequentam, mas que, enfeitiçados pela publicidade e pela “cultura de consumo”, desejam frequentá-lo (PADILHA, op. cit., p.180).

O atrelamento do trabalho e consumo é visto como uma relação socialalienada baseada na lógica de consumo. Para o desenvolvimento emanutenção do capitalismo, o Shopping Center contribui para a consagração domodo de vida consumista. É o local onde a sociedade de consumo se destaca,aumentando o processo de alienação.

Segundo Valquíria Padilha:

Do ponto de vista psicológico, o consumo pode ser entendido como um simples quere de coisas cujos atrativos são inerentes à sua natureza (utilidade); como um querer de coisas cujos atrativos dependam das aquisições feitas pelos outros (inveja), ou como um querer de coisas cujos atrativos são o reflexo da imagem do “eu” (desejo). Em todos os casos, o consumo passa pela relação entre o querer e a possibilidade de possuir algo. Do ponto de vista econômico, o consumo é considerado uma etapa final do processo produtivo, ou seja, a produção é o ponto de partida, enquanto o consumo é a finalização desse processo aparentemente infindável (a produção só tem sentido porque haverá consumo e porque o consumo levará a mais produção). Assim, os mesmos homens que produzem são também os que consomem, dependendo,obviamente, das suas condições, uma vez que o consumo implica a relação econômica entre renda e preço [...] O consumo não pode, então, ser considerado um momento autônomo: ele encontra-se determinado seja pelo complexo processo constitutivo dos desejos humanos, seja pela lógica de produção, o que, nas sociedades capitalistas, significa dizer que se encontra determinado pela lógica do lucro (PADILHA, op. cit., p. 85).

Nesse sentido, o Shopping Center é o principal ambiente onde sepercebe as contradições do modo de produção capitalista nacontemporaneidade. É o “templo de consumo” onde as relações sociaiscapitalista se fazem presente, onde é bastante perceptível o lazer programado. O que antes o tempo livre proporcionava momentos com a família eamigos, acaba sendo usado no templo de consumo. O lazer virou uma práticado consumismo propiciado pela comunicação de massa. Fazendo com que otempo livre do trabalho fosse apropriado, servindo como base para manipular elegitimar a ideologia capitalista. Cria-se a ilusão de que o trabalhador estáaproveitando o seu tempo livre como bem quiser, quando na verdade é umambiente que esconde o processo de apropriação do tempo livre, favorecendoo consumismo e a alienação da sociedade, que muitas vezes não temaquisição financeira para tal consumo, mas que mesmo assim acabamgastando seu pouco tempo e dinheiro dentro do Shopping Center. O Shopping Center deve ser compreendido como ambiento que aliena, explora e manipula a sociedade, e não proporciona a felicidade e realizaçãopessoal que vende como imagem de lazer.

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