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O Ócio, Lazer E Tempo Livre Na Sociedade Do Consumo E Do Trabalho

Por:   •  7/11/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  142 Visualizações

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AQUINO, Cássio; MARTINS, José. Ócio, Lazer e tempo livre na sociedade do consumo e do trabalho. Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VII – Nº 2 – p. 479-500 – set/2007

RESUMO

O texto explora o desafio enfrentado pelo indivíduo moderno, que se encontra em um dilema entre as demandas do trabalho e o desejo por momentos de prazer e tempo pessoal. No entanto, a sociedade contemporânea moldou os valores da cultura de consumo, priorizando a preparação para o trabalho e negligenciando a contemplação e a inatividade.

A forma como as pessoas percebem e utilizam seu tempo é fortemente influenciada pelos padrões culturais internalizados. Variações no tempo dedicado a diferentes atividades são organizadas de acordo com esses padrões, afetando a valorização pessoal do tempo cotidiano. O autor apresenta uma tipologia do tempo social, dividindo-o em quatro tipos fundamentais:

1. Tempo psicobiológico: relacionado a atividades fundamentais como sono, alimentação e atividade sexual, controlado internamente pelo indivíduo de acordo com necessidades psicológicas e biológicas.

2. Tempo socioeconômico: relacionado ao trabalho, tarefas domésticas, estudos e demandas econômicas e pessoais, influenciado por fatores externos.

3. Tempo sociocultural: dedicado a atividades sociais, compromissos definidos pelos valores e normas da sociedade, sujeito a sanções sociais e influências externas ou autodeterminação.

4. Tempo livre: um tempo que o indivíduo age com total liberdade e criatividade, sem pressões externas, idealmente caracterizado por alto grau de autodeterminação.

No entanto, o consumismo frequentemente corrompe o tempo livre, transformando-o em algo comercial e desprovido de significado, devido à busca incessante por bens materiais. O autor critica a abordagem utilitária da educação, que se concentra excessivamente na preparação para carreiras profissionais, em detrimento das necessidades individuais, resultando em um preenchimento do tempo livre com conteúdo amplo, impessoal e sem sentido.

Sobre ócio, tempo livre e lazer.

O texto explora a complexidade do conceito de ócio na contemporaneidade e suas diferentes interpretações, destacando a necessidade de esclarecer as diferenças entre os termos "ócio," "tempo-livre," e "lazer". No contexto brasileiro, "ócio" e "lazer" são frequentemente usados de maneira semelhante, mas estudos recentes demonstram que eles têm conotações distintas, com "ócio" sendo mais associado à recuperação de energia para o trabalho, enquanto "lazer" aponta para uma liberdade utópica que raramente é alcançada.

O texto também aborda a evolução do conceito de ócio ao longo do tempo, desde suas origens relacionadas ao descanso e ocupações prazerosas até sua transformação durante a Revolução Industrial, quando o trabalho foi enaltecido como virtuoso, levando a jornadas extensas e desequilíbrios na saúde das pessoas.

Na contemporaneidade, o ócio se tornou polêmico, com a redução da jornada de trabalho gerando tempo livre, mas também levantando questões sobre como esse tempo deve ser usado. O texto destaca a perspectiva de "ócio criativo" promovida por Domenico de Masi, que propõe um modelo de vida e trabalho mais criativo, com uma economia centrada no novo tempo livre. No entanto, essa abordagem é criticada por confundir trabalho criativo com ócio criativo, levantando dúvidas sobre como esses conceitos se relacionam.

Em resumo, o texto oferece uma visão abrangente das diferentes perspectivas sobre o ócio e o lazer, refletindo a complexidade do tema e as influências culturais e econômicas em constante mudança que o moldam no contexto brasileiro.

O ócio é livre, o “tempo livre”, não.

O texto explora as diferenças entre os conceitos de tempo livre, ócio e lazer, destacando como eles têm evoluído ao longo do tempo. O tempo livre surge como uma referência temporal que se opõe ao tempo de trabalho, relacionado à revolução industrial. É uma divisão do tempo que se confunde com a ação, enquanto o ócio é historicamente oposto ao trabalho e representava uma condição de liberdade relativa à necessidade de trabalhar na Antiga Grécia.

A liberação do tempo dedicado ao trabalho é o que deu origem à noção de tempo livre, mas ainda estava ligada à noção de trabalho. No contexto industrial, o lazer surge como uma atividade que está ancorada na existência de tempo livre, reconhecida legalmente e exercida autonomamente pelos trabalhadores. O diferencial entre o lazer e o ócio está na autonomia da atividade, com o ócio não perseguindo outro fim além de si mesmo.

Na contemporaneidade, a noção de tempo é vista como relativa e subjetiva, desafiando conceitos deterministas de tempo. O texto sugere que a evolução desses conceitos é um processo complexo de acumulação de ideias que não perdem tradições, mas incorporam novos significados e se reconfiguram ao longo da história.

Ócio: uma abordagem a partir da experiência subjetiva

O texto aborda o conceito de ócio e sua importância na experiência humana. O autor destaca que o ócio é uma experiência gratuita, necessária e enriquecedora da natureza humana, relacionada à percepção de felicidade. Ele diferencia o ócio sob duas perspectivas: uma objetiva, relacionada ao tempo dedicado a algo, e outra subjetiva, que considera a satisfação percebida na experiência.

O texto enfatiza a importância da subjetividade na compreensão do ócio, pois a vivência do ócio está relacionada ao sentido atribuído por quem o vivencia, conectando-se com o mundo da emotividade. A subjetividade desempenha um papel essencial na (re)significação de conceitos como ócio, lazer e tempo livre.

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