ATPS Leitura E Produção De Textos

UNIVERSIDADE ANHANGUERA

UNIDERP

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA: Leitura e Produção de Textos

Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Leitura e Produção de Texto”, sob orientação da professora-tutora à distância Simone Schneider Denzin.

SÃO PAULO

18/06/2013

Leitura na escola: livro, biblioteca, biblioteca de classe.

O artigo “Leitura na escola: livro, biblioteca, biblioteca de classe”, de Lilian Lopes Martin da Silva, traz a necessidade da criação de uma aula que se destine ao ensino da leitura, trata-se da Biblioteca de Classe, que tem o intuito de propiciar ao professor e aluno uma trajetória pelos livros e leitura, aumentando assim a relação destes com a leitura.

A leitura não pode ser considerada uma pratica igual em todos os tempos, ler, aprender a ler e formar leitores, foi tendo o seu sentido modificado ao longo da história, em um artigo da revista Presença Pedagógica, chamado “A Leitura na Escola Primária Brasileira”, Batista e Galvão (1988), nos dão uma visão ampla para o ler nessa instituição, foram destacados neste artigo dois modelos de leitura, que nos últimos anos do sec. XIX e primeiras décadas do sec. XX competiam pela maneira correta de ensinar a leitura corrente.

O primeiro trata-se dos livros enciclopédicos, onde os textos orientavam os alunos nos diversos campos do currículo escolar, como ciências, história, geografia e outros, enquanto o segundo identifica o livro de leitura aos ensinamentos morais e cívicos, sendo assim, o ensino trata-se de uma realidade firmada no livro texto, com memorização e leitura em voz alta.

Nos anos 20 e 30 do sec. XX ocorreram muitas reformas educacionais, onde se espera uma educação mais moderna, menos autoritária e com maior participação do aluno, o livro passa a ser considerado instrumento de pesquisa, consulta e recreação, neste momento a biblioteca escolar passa a ser vista como fator de grande importância, na segunda metade dos anos 70, surgiu uma geração de escritores para jovens e crianças, com uma nova produção literária, mais farta e diversificada, que junto com os livros escolares volta-se para a escola de forma mais intensa.

Nesta fase, para o ensino da leitura, a escola recorre aos gêneros não escolares como jornal, revista e quadrinhos, a partir dai, a orientação para o meio educacional é valorizar os usos, funções e significados sociais da leitura e escrita. Desde então a posição das escolas em relação a essa nova orientação tem sido muito desigual, e o que se vê atualmente em relação a trabalho com textos e leitura, é um momento de tensão onde podemos identificar a disputa de espaço, entre novas e antigas práticas de ensino.

A biblioteca de classe é uma orientação para a leitura da literatura na aula de português, a biblioteca de classe aqui citada configura-se pelo acervo de livros que são organizados pelos alunos e professores de português, constituindo material de leitura compartilhado, que deve ser manipulado e lido de maneira regular na aula, esses acervos foram pensados como forma de completar ou substituir bibliotecas escolares, ou até mesmo para superar o obstáculo e dificuldade de se utilizar a bibliotecas já existentes.

Cada acervo deve conter quantidade de exemplares superior a quantia de alunos, além de possuir diversidade de autores, gêneros e títulos, para que os alunos possam escolher e trocar livros do acervo, registrar a saída, e ainda trocar experiências entre si, essas práticas devem favorecer o surgimento na variedade de interesses e critérios no momento da escolha do livro.

A biblioteca de classe é baseada na ideia de que para se formar um bom leitor, é necessário que este tenha diversas experiências de leitura, e uma aula destinada a leitura com menos obrigação escolar e maior interessa pessoal, o que se contrapõe a uma pratica muito comum na escola, onde um único livro é selecionado pelo professor e indicado aos alunos. Dessa forma a ideia de biblioteca de classe nos lembra é claro que com algumas diferenças, a ideia trazida nos anos 30 em relação ao livro na educação, pois incentiva a leitura extensiva e rejeita o livro texto como única leitura indicada para o aluno.

A implantação das salas ambientes para cada disciplina pode ajudar a melhorar a biblioteca de classe, trata-se de um espaço organizado, capaz de estimular a um aprendizado mais ativo e coletivo, quando falamos da sala ambiente de língua portuguesa, o acervo da biblioteca de classe pode tornar-se ainda mais amplo e diverso, pois além de livros pode reunir outros títulos como gibi, jornal, revistas e outros. A biblioteca de classe deve ser um local capaz de vencer a distancia entre a biblioteca escolar e o ensino, ela deve modificar as relações de professores e alunos com o ensino e livros.

A leitura é uma atividade que deve envolver o individuo como um todo, seus interesses e suas curiosidades, no momento da leitura ele não vai se envolver apenas com o texto, mas com tudo que está envolvido como cores, capa, figuras e etc., enfim todos os elementos que dão forma ao livro, portanto a formação de leitores na escola não deve limitar-se apenas ao desenvolvimento de competências leitoras, precisa ainda garantir a iniciação e desenvolvimento nesse mundo tão complexo, que traz formas, organização, comercialização e circulação de leitores variados que revelam diversas regras de conduta, valores e formas de ler.

A aula de biblioteca de classe traz outra imagem de leitura, que nos remete a ideia de um ensino menos centralizado num repertório único, nos mostra um ensino que admite a mistura e a fragmentação, capaz de provocar no aluno a organização e auto-organização. Ela instiga o leitor a descobrir, localizar, selecionar e manipular as informações de diferentes fontes, entrando num processo frágil e desconhecido, capaz de vincular memórias e emoções.

Gêneros Textuais

Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza