O Livro Didático E A Variação Linguística
Artigos Científicos: O Livro Didático E A Variação Linguística. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: TathianeTeixeira • 16/12/2014 • 1.980 Palavras (8 Páginas) • 292 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS
CAMPUS XVIII – EUNÁPOLIS
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O livro didático e a variação linguística
Tathiane da Silva Teixeira*
Irlena Moreira Lopes de Sousa**
Resumo: Esse artigo visa averiguar como o livro didático trata o fenômeno da variação da língua. Para isso será apresentado uma análise da variação linguística presente no livro do 6º ano do ensino fundamental, “Português Linguagens” de Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. Primeiramente será feita uma abordagem sobre a significação do livro didático, e sua importância para o processo de ensino aprendizagem, em seguida o conceito de variação linguística, por fim a relação do livro didático de língua portuguesa e a variação linguística, a forma como ele é usado por professores e alunos e uma análise do livro didático referido.
Palavras-Chave: Livro didático . Variação linguística . Ensino . Aprendizagem.
1. Introdução
O livro didático deve ser visto pelo professor como um instrumento educacional para complementar sua prática em sala de aula e contribuir para o estudo individual do aluno. De acordo com o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) o ensino de Língua Portuguesa nos anos finais do ensino fundamental apresenta características próprias, sendo o livro didático uma fonte de acesso ao saber referente ao estudo da língua e da literatura brasileira. As demandas sociais que devem se destacar no ensino fundamental estão ligadas à diversidade cultural e linguística que a língua apresenta, são elas:
Ampliar e aprofundar a convivência do aluno com a diversidade e a complexidade da cultura da escrita;
Desenvolver sua proficiência, seja em usos menos cotidianos da oralidade, seja em leitura e em produção de textos mais extensos e complexos que os dos anos iniciais;
Propiciar-lhe tanto uma reflexão sistemática quanto a construção progressiva de conhecimentos sobre a língua e a linguagem;
Aumentar sua autonomia relativa nos estudos, favorecendo, assim, o desempenho escolar e o prosseguimento nos estudos (PNLD, 2011, p. 10).
Acreditando ser a escola o meio a levar ao aluno o conhecimento a cerca da variação linguística, esse artigo visa averiguar como o livro didático trata o fenômeno da variação da língua. Portanto será apresentado uma análise da variação linguística presente no livro do 6º ano do ensino fundamental, “Português Linguagens” de Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, da editora Saraiva que foi classificado pelo Ministério da Educação (MEC) como apto para a distribuição nas escolas nos anos de 2014, 2015 e 2016.
Primeiramente será feita uma abordagem sobre a significação do livro didático, e sua importância para o processo de ensino aprendizagem, em seguida o conceito de variação linguística, por fim a relação do livro didático de língua portuguesa e a variação linguística, a forma como ele é usado por professores e alunos e uma análise do livro didático referido.
2. O livro didático e a variação linguística no ensino de língua portuguesa
O livro didático surgiu como um complemento aos livros, trata-se de um instrumento importante para auxiliar o professor. O ideal é que o livro didático seja visto pelo professor como uma das ferramentas entre tantas outras capazes de lhes proporcionar condições para uma prática eficaz. Soares (2002, p. 2) aponta as dificuldades vivenciadas pelo professor quanto à utilização do livro didático:
Há o papel ideal e o papel real. O papel ideal seria que o livro didático fosse apenas um apoio, mas não o roteiro do trabalho dele. Na verdade isso dificilmente se concretiza, não por culpa do professor, mas de novo vou insistir, por culpa das condições de trabalho que o professor tem hoje. Um professor hoje nesse país, para ele minimamente sobreviver, ele tem que dar aulas o dia inteiro, de manhã, de tarde e, frequentemente, até a noite. Então, é uma pessoa que não tem tempo de preparar aula, que não tem tempo de se atualizar. A consequência é que ele se apoia muito no livro didático. Idealmente, o livro didático devia ser apenas um suporte, um apoio, mas na verdade ele realmente acaba sendo a diretriz básica do professor no seu ensino. (SOARES, 2009, p. 2).
Com o avanço dos estudos linguísticos e a reformulação da legislação educacional que tem como um dos seus pilares “[...] respeitar diversidades regionais, culturais, políticas, existentes no país [...]” (BRASIL, 1998, p. 5), foi introduzida nos livros didáticos de português uma nova visão do fenômeno linguístico, que deixa de ser o de “[...] uma estrutura invariável para permitir manifestações flexibilizadas, que levam em conta a situação linguística, o contexto social da comunicação.” (SILVA, 2008, p. 167).
Dessa forma, torna-se relevante que o livro didático de língua portuguesa contribua efetivamente para que os objetivos do ensino sejam alcançados, tais como os expostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
[...] reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social como instrumento adequado e eficiente na comunicação cotidiana, na elaboração artística e mesmo nas interações com pessoas de outros grupos sociais que se expressem por meio de outras variedades [...] (BRASIL, 1998, p. 8).
Conhecer as variedades linguísticas existentes na língua portuguesa torna-se relevante para o processo educacional no qual o aluno está inserido, cabe ao professor mediar esse conhecimento usando como auxílio o livro didático de língua portuguesa. É fundamental que o professor, em especial o de língua portuguesa proporcione ao aluno o estudo das variações existentes na língua, para evitar as críticas nos diferentes falares de cada um e respeitem a forma de falar do outro como um fator individual.
Sobre isso, Bagno (2010) afirma que:
Simplesmente não existe erro em língua. Existem, sim, formas de uso de línguas diferentes daquelas que são impostas pela tradição gramatical. No entanto, essas
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