Obsolescência Planejada
Por: Vanessa Castaneda • 27/9/2016 • Trabalho acadêmico • 669 Palavras (3 Páginas) • 336 Visualizações
RESUMO:
A História Secreta da Obsolescência Planejada
O documentário permeia por um contexto histórico que nos faz entender o surgimento da Obsolescência Planejada – ou Programada – através do ponto de vista de historiadores, bem como por depoimentos, além de trazer um panorama das consequências que tal estilo de mercado tem deixado no planeta. Com o advento da sociedade moderna, o desenvolvimento da ciência tornou-se tema central na sociedade, buscava-se desenvolver produtos cada vez melhores e duráveis como forma de desafiar os limites da inteligência humana. Entretanto, as novas técnicas de consumo começaram a exceder a capacidade de compra dos indivíduos, dado que os produtos de grande vida útil não são rapidamente substituídos. Nesse cenário, começou-se a pensar na criação de produtos que fossem mais frágeis, logo seriam mais rapidamente trocados, dando grande impulso à produção em larga escala. Nessa parte o documentário cita o caso do suposto cartel de lâmpadas Pheobus, o qual reduziu a vida útil dessas mediante acordos e aplicação de multas para os fabricantes que produzissem lâmpadas cuja duração excedesse a estipulada – 1000 horas.
Algum tempo depois, concomitante com a “Grande Depressão” inúmeras propostas de melhoria econômica foram feitas, dentre elas, uma que propunha a obrigatoriedade da Obsolescência Programada – determinaria-se prazo de validade a todo produto, o qual deveria ser retornado e substituído nas lojas após o tempo estipulado. Embora oficialmente negada esta proposta, esse processo de reduzir a vida útil de bens passou a fazer parte do sistema econômico. Após a Segunda Guerra, esse fenômeno foi potencializado pelo advento do consumismo. O objetivo das propagandas concentrava-se em seduzir o consumidor a constantemente descartar “velhos” utensílios e adquirir os mais recentes. Roupas que antes duravam gerações, agora serviam apenas para pequenos períodos (estações). É importante mencionar que este estilo de consumo supracitado descreve o mundo Ocidental da época, do outro lado da “Cortina de Ferro” a situação era diferente. Tendo consciência da escassez de seus recursos, os países do leste se empenhavam em desenvolver produtos de máxima durabilidade. Nesse momento o documentário mostra um historiador que há 24 anos possui um refrigerador em pleno funcionamento que foi comprado na Alemanha Oriental. Com a queda do Muro de Berlin, contudo, os padrões de consumo ocidentais tornaram-se predominantes.
Mesmo que esse processo de rápida substituição daquilo que é comprado contribua favoravelmente ao crescimento econômico - é dito repetidamente no documentário que para muitos fabricantes um produto de grande vida útil não tem valor de mercado – essa cultura econômica carrega sérios prejuízos para sociedade. Um desses fatores negativos levantado é o desestimulo aos profissionais da área de tecnologia, que não se sentem desafiados a criar coisas melhores, mas sim fragilizar as desenvolvidas - como foi o caso das meias de Nylon. A situação mais crítica, porém, se revela no impacto ambiental. O grande descarte de resíduos não é acompanhado pela correta reutilização dos materiais. Nesse contexto, surge o fenômeno de “lixões do terceiro mundo”, no qual toneladas de sucata e outros descartes são exportados para países subdesenvolvidos, promovendo grande degradação ambiental. O caso apresentado foi o de Gana, onde grandes marcas de tecnologia, sob a justificativa de promover uma igualdade tecnológica, têm enviado para o país milhares de máquinas que não funcionam e acabam sendo aterradas nos ambientes naturais das cidades.
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