Promessas Politicas

Promessas políticas

O político deve falar e deve falar bem. Esta é uma arte do seu ofício que precisa ser dominada. A oratória conquista e convence, a argumentação consistente e sólida se impõe a dramatização oportuna, comove e sensibiliza e o uso habilidoso das palavras pode seduzir. Falar, é a marca dos políticos e da política. Falar num discurso no pódio de uma Câmara Legislativa, falar numa reunião com assessores, falar com outros políticos, fazer declarações para a mídia, comunicar-se com eleitores, conversar ao telefone, etc. O que realmente está por trás dos discursos políticos? Propostas reais e verdadeiras ou apenas a retórica?

Muitas vezes com o auge das eleições, as possibilidades que o cargo trará para os futuros candidatos se eleitos, faz com que eles busquem de todas as formas persuadir o eleitor para garantir o cargo, as promessas políticas são feitas em uma linguagem hipnótica, as pessoas são levadas a experimentar sensações e a criar imagens mentais, pensando que podem haver mudanças. Essa hipnose pode ser usada em vários contextos; como um médico pode fazer com que o paciente se sinta mais seguro em relação a determinado tratamento, e um gestor pode mostrar à equipe os benefícios de se trabalhar em conjunto.

A questão da valorização da palavra torna-se então muito importante para o político, exatamente pelo uso intensivo e freqüente que dela faz no exercício de seu ofício, “Se eleito for, eu prometo...”. Se ouvi isto com grande frequência em ano de eleição. Se levarmos em conta o que os políticos dizem em seus discursos, em um passe de mágica observaremos melhorias na educação, saúde, segurança, transporte público e distribuição de renda.

Mas, após a posse, sempre temos a sensação de que fomos enganados, pois as tais promessas, no melhor dos cenários, só é cumprida em partes. Quando um candidato promete melhorar o transporte público ou investir no ensino público de qualidade, o que exatamente ele quer dizer? Nós entendemos que vamos chegar no horário sem passar aperto nos ônibus e trens e que nossos filhos aprenderão, de graça, tudo que precisam para serem adultos bem-sucedidos pessoal e profissionalmente. Mas, ao ser eleito, esse candidato pode apenas votar a aprovação de uma nova estação de metrô e aprovar a compra de um novo título para a biblioteca escolar. Costuma-se reclamar desse político, mas a verdade é que nos deixamos levar por um discurso cheio de clichês que criam na nossa cabeça o futuro que gostaríamos de alcançar.

Cabe a cada eleitor analisar bem os discursos antes de escolher o candidato. O que essa pessoa quer dizer quando garante que fará isso ou aquilo. É dever do político, ser claro em seu discurso e não prometer o que não poderá cumprir. É nosso dever como cidadãos não comprar gato por lebre e ter cuidado ao escolher, mesmo com tantas propostas boas, quem realmente pretende fazer algo, e quem apenas tem a arte da retórica.