Trabalho de resenha

Desenvolvimento Sócio-Afetivo de Bebês: Alguns Fundamentos Evolutivos

Segundo Vomero: “O instinto materno, aquela atitude generosa que acreditamos naturalmente programada não existe. O que há é uma predisposição biológica para o investimento no filho- determinada pela fria reação entre custo e beneficio.”

Etologia Humana e Psicologia

Trata de determinar quais as semelhanças e quais as diferenças entre os animais e os humanos, através de metodologia de laboratórios que controlam experimentalmente as características que pretendem estudar. As pesquisas de desenvolvimento humano focalizaram pelo menos em seus primeiros anos, os comportamentos expressivos, gestos, posturas, expressões faciais, dentre outros – e as interações sociais crianças - crianças e crianças – adultos. As primeiras pesquisas interculturais etologicamente em especial as investigações desenvolvidas por Eibl-Eibesfeldt e Daniel Freedman, também elegeram os movimentos expressivos como objeto de estudo e a filmagem como forma de registro. Ao abordar o comportamento como adaptação, os etólogos produziram resultados e conclusões muito diferentes dos produzidos na tradição da psicologia.

Desenvolvimento sócio-afetivo: predisposições biológicas      

Os bebês passavam a ser considerados seres ativos e possuidores de capacidades perceptuais e sociais mais precoces do que acreditava anteriormente.(Bussab,1989). Também contribuíram para essas mudanças a comprovação de Meltzoffe Moore (1977) de que bebês com poucos dias de vida são capazes de imitar expressões faciais e gestos de mão, resultados de pesquisas sobre a ontogênese do sorriso. O desenvolvimento precoce de competência relacionadas a cognição, regulação social e formação de vínculos afetivos leva a supor mecanismos ou predisposições biológicas que possibilitam esse desenvolvimento. Meltzoff e Moore (1991), por exemplo, consideram os resultados de seus estudos indicadores de que Homo sapiens tem uma capacidade inata para imitar membros adultos de sua espécie, no entanto tais predisposições do bebê só foram, e ainda são, adaptativas se os adultos, especialmente a mãe e alomães, também forem dotados de mecanismos ou predisposições complementares do bebê.

Ecologia Comportamental e Sociobiologia

Leia (1999) conceitua os ambientes – físico, biológico e social - no qual os organismos vivem como um conjunto de esferas concêntricas. No início, segundo esse autor a sociobiologia estabeleceu esses três como os ambientes de todas as espécies, e logo em seguida, incorporou um quarto ambiente – o cultural – como peculiar da espécie humana. O que distinguiu a corrente de pensamento conhecida como Sociobiologia foi o reconhecimento de que a esfera social é diferente e possui mudanças evolucionárias especiais. Estuda o comportamento dos seres vivos como podem ser observados no seu meio natural, sobretudo dentro de uma perspectiva evolucionista lida primeiramente com as interações das espécies com o seu ambiente social. Ecologia comportamental é campo de estudo empírico enquanto a Sociobiologia é um corpo teórico.

Psicologia Evolucionista

Propõe explicar características mentais e psicológicas tais como: memória, percepção ou linguagem como adaptações. Ela tenta explicar os universos humanos e o seu valor adaptativo no mundo moderno. Sustenta três pressupostos que seria a mente adaptada: fundamentais natureza humana universal, essa universalidade ocorre primeiramente no nível de mecanismos psicológicos desenvolvido e não de comportamentos culturais. Segundo: que os mecanismos psicológicos que guiam o comportamento são adaptados, moldados pela seleção natural ao longo do tempo evolutivo. Terceiro: defende que a organização da mente humana é adequada para o modo de vida de caçadores coletores do pleistoceno.