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A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS (AS) FRENTE À COVID-19 EM CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CATARINENSES

Por:   •  31/10/2022  •  Projeto de pesquisa  •  7.169 Palavras (29 Páginas)  •  137 Visualizações

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ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS (AS) FRENTE À COVID-19 EM CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CATARINENSES

Maiquel Cristiano da Silva Quaresma

Sthefhany Fachim 

Professora Orientadora: Roberta Borghetti Alves

Grupo de pesquisa: Práticas Psicossociais e Interações Pessoa-Ambiente

 

RESUMO:

O CAPS é considerado local de referência e de tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais graves e persistentes, os quais justificam a permanência do paciente em um lugar de atendimento intensivo, comunitário, especializado e promotor de saúde. Frente à COVID-19, cenário de emergência em saúde pública, o profissional da psicologia além de buscar práticas que minimizem o contágio, também precisa de intervenções que envolvam a atenção psicossocial. Neste sentido, esta pesquisa, teve como objetivo compreender a atuação de psicólogos (as) do CAPS frente a COVID-19 em municípios catarinenses. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de campo com a aplicação do roteiro de entrevista semiestruturado. Os participantes foram onze psicólogas que atuam em CAPS nos municípios catarinenses. Os dados levantados foram analisados por meio da teoria fundamentada (Grounded Theory) de modo a serem elaboradas as categorias: a) Prevenção e Mitigação; b) Preparação; c) Resposta; d) Reconstrução[a]. O estudo evidenciou algumas das ações executadas pelos psicólogos do CAPS frente à COVID-19, dentre elas se destacam as ações voltadas à resposta da COVID-19. Foram poucas as sugestões e intervenções realizadas no período de prevenção, mitigação e preparação. Há uma primazia de ações voltadas ao suporte emocional notadamente com o auxílio das tecnologias de informação e comunicação. Sugere-se a realização de pesquisas com este público em outros dispositivos e pontos de atenção

Palavras-chaves: Atenção Psicossocial; Atuação; COVID-19; Pandemia; Psicologia.

 1.             INTRODUÇÃO

A nova síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2, é uma doença contagiosa. Em janeiro de 2020, a Organização Mundial  da  Saúde  (OMS)  reconheceu  a  existência  da  doença  causada  pela COVID-19  e  anunciou  a condição  de  Emergência  em  Saúde  Pública  de  Importância  Internacional  (ORGANIZAÇÃO  MUNDIAL  DA SAÚDE, 2020; ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2020). O novo coronavírus tem mobilizado instituições internacionais, governos e especialistas para estabelecerem estratégias de controle da doença, visto que o deslocamento aliado à interação e proximidade das pessoas tem sido o fator crucial para acelerar o crescimento dos casos de infecções (DARSIE; WEBER, 2020).  

A rápida disseminação do vírus pelo mundo contribuiu para a sensação de insegurança da população, assim como a imprevisibilidade a respeito do tempo de duração da pandemia (SCHMIDT et al.,2020; ZANDIFAR; BADRFAM 2020). O cenário pandêmico tem sido um fator potencial de risco para o sofrimento psíquico e o número de pessoas psicologicamente afetadas pode ser maior do que as pessoas acometidas pela contaminação. É previsto que um terço ou até metade da população venha a ter impactos na saúde mental (BARROS et al,  2020).  Dentre os impactos, destaca-se o estresse, irritabilidade, acompanhada da raiva, medo (BROOKS, 2020), alteração do padrão de sono, haja visto que a carga emocional, pode ocasionar uma vulnerabilidade emocional, além de emoções como tristeza, solidão (STANTON et al., 2020) (WEIDE, 2020).

Em situações de sofrimento psíquico, há a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que foi criada devido à necessidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer uma rede de serviços de saúde mental integrada, planejada, e eficaz nos mais diversos pontos de atenção, foi criada também como uma resposta propositiva ao modelo psiquiátrico-hospitalar.

. Dentre os dispositivos de atenção da RAPS, encontra-se a atenção estratégica, a qual contempla os Centros de Atenção Psicossocial em suas diferentes modalidades (CAPS), sendo considerado um local de referência e de tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais graves e persistentes de modo a ofertar atendimentos com diferentes formas de frequência, sendo uma perspectiva comunitária, psicossocial e promotora da saúde (BRASIL, 2013).

Dentre os profissionais que atuam nos CAPS há os psicólogos(as), que perante esse cenário de emergência em saúde pública, buscaram práticas que minimizem o contágio e que ao mesmo tempo realizam a atenção psicossocial. Ao dialogar sobre a prática deste profissional em um cenário de emergência, torna-se importante trazer o referencial teórico da Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres. A partir desta perspectiva, a atuação de profissionais de Psicologia se dará em cinco fases propostas pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, sendo elas: Prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação (FARIAS; et al, 2020)

Conforme a Revista Plural (FARIAS; et al, 2020), a fase da prevenção da emergência, é voltada a auxiliar os gestores nas tomadas de decisões, buscando prevenir os riscos de agravos à saúde mental. Deste modo, os gestores e os psicólogos elaboram um plano de contingência de modo que envolva questões relacionadas ao planejamento de ações associadas à atenção psicossocial e à saúde mental da população afetada direta ou indiretamente pela COVID-19. Já na mitigação do evento, volta-se às ações de engajamento da comunidade para o cumprimento das medidas de confinamento e isolamento social. Na preparação ações voltadas a planos de contingência antes da ocorrência da emergência, e aqui destaca-se as formações e o preparo psicológico às equipes de saúde para atuar frente à COVID-19, a elaboração de protocolos de atenção à saúde mental, a assistência, de modo a realizar o atendimento às pessoas afetadas diretamente e indiretamente pela doença (CRP, 2020; LI; et al, 2020).

 Já penúltima etapa, diz respeito ao período de Resposta à pandemia, a qual ocorreu durante o período pandêmico de modo a contemplar as ações de acolhimento e intervenção realizadas pelos psicólogos a população e profissionais de saúde e na última etapa  a reconstrução, que será após a ocorrência do evento, englobando o atendimento familiar frente aos entes falecidos e ações destinadas à recuperação da comunidade, o monitoramento das reações emocionais, a retomada das atividades diárias e também a reflexão das práticas realizadas de saúde mental e seu aprimoramento (ATUAÇÃO DAS (OS) PSICÓLOGAS (OS) FRENTE À COVID-19, 2020). Frente às fases listadas e à complexidade das práticas de profissionais de psicologia em um cenário de emergência de saúde pública, torna-se importante analisar o cenário de práticas destes profissionais que atuam em no dispositivo CAPS, o que realiza atenção psicossocial à população que foi afetada direta ou indiretamente pela COVID-19.

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