A Análise Antropológica da Região de Salvador, Bahia

Análise Antropológica da Região de Salvador, Bahia:

A capital de Salvador, atualmente, é conhecida como uma grande região culturalmente rica, diversa e única no território brasileiro. Salvador foi a terra de hospitalidade e resistência indígena, o primeiro território colonial português e, lamentavelmente, o maior ponto para a chegada de pessoas negras escravizadas das Américas. Essa miscigenação tão ampla resultou, no presente, inúmeras conexões com o passado dessa cidade, através de costumes e tradições que se mantém, renovam-se e se cruzam

Nas ruas, as contribuições desses grupos étnicos se apresentam e chegam a se misturar nitidamente. O vestido de renda tradicionalmente português, por exemplo, é usado pelas baianas que vendem os quitutes de herança africana, o acarajé, abará e outras derivações denominadas por "comida baiana", que são feitas pelo azeite de dendê. Ainda há, também, os nomes dos bairros da capital que mantêm vivas as línguas indígenas (Itapuã, Tororó, Piatã, Pituaçu, etc) e as paisagens urbanas que remetem as ruas de Lisboa, em Portugal, e as ruas de Lagos, cidade do sudoeste da Nigéria

No contexto religioso, a cidade preserva e adapta procissões e festas católicas, que se assemelham à religiosidade europeia, assim como consegue unir ritos e filosofias indígenas e africanas em diversas feiras e espaços de cultos. Vilson Caetano, antropólogo e babalorixá, diz que as contribuições de religiosidade de matriz africana em Salvador são tantas que chega a ser difícil distinguir de onde começam ou terminam.

Contudo, ainda existe influência pela cultura africana também no modo em que os Soteropolitanos vendem e compram seus alimentos. O fato de vender alimentos para corpo e alma se encontrarem em um só lugar, como na Feira de São Joaquim, vem do fato do africano não separar o sagrado do cotidiano. Entretanto, a relação entre saúde e fé com práticas religiosas tem seu diferencial na capital, existem cultos a santos católicos na cidade de Salvador que, se for analisar a fundo são consequentes de cultos a vodus, ancestrais ou orixás africanos que estão ali representados. Além de São Lázaro, o culto a São Cosme e Damião invocados também como santos médicos.