A Contestação de Ação de Despejo
Por: Alexandre Tabosa • 24/8/2020 • Artigo • 2.185 Palavras (9 Páginas) • 186 Visualizações
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 26ª VARA CÍVEL DA CAPITAL
PROCESSO Nº 1.2005.016809-7
AÇÃO DE DESPEJO – DENÚNCIA VAZIA
Fulana de Tal, brasileira, viúva, do lar, portadora do CPF nº xxxxxxxxx e do RG nº xxxxxx, residente e domiciliada nesta cidade, na Avenida xxxxxxxxx, vem, por seu advogado infra-assinado (mandato incluso), com escritório nesta cidade xxxxxx, onde receberá intimações, à presença de Vossa Excelência oferecer a presente CONTESTAÇÃO, em face da Ação de Despejo – Denúncia Vazia que lhe move xxxxx., Sociedade Limitada, com sede nesta cidade xxx, na Avenida xxxxx, inscrita no CNPJ do MF sob o nº xxxxxxxxx, o que faz com apoio nos fatos, adiante relatados e, nos dispositivos legais logo após invocados e/ou transcrito.
Inicialmente, a parte Ré, repele indignada todas as expressões injuriosas utilizadas pela Autora, esclarecendo que deixa de devolvê-las, como bem merecido, por respeito ao Juízo e para elevar o nível dos debates à matéria de mérito e à defesa de suas teses jurídicas, exclusivamente ao deslinde da questão.
Em razão do esclarecimento acima, a Ré deixará de rebater especificamente cada uma das acusações formuladas pela Autora, em sua peça exordial, relativas aos “supostos artifícios empregados” ao afirmar que a Ré “vem exigindo da Autora, a exorbitante quantia de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), para desocupar o imóvel, acusando-a mais adiante de “chantagista”.
Portanto, trata-se de ofensa grave a uma senhora de moral ilibada, hoje aos 79 (setenta e nove) anos, de idade, causando destarte, danos à sua saúde já bastante abalada, conforme faz prova com os documentos juntos. (docs. 02 e 03)
1. A I N I C I A L
1. Com efeito, alega a Autora em síntese que é proprietária do imóvel nºxx , da Avenida xxxxxx
1.2 Que em 17 de setembro de 1950, o então esposo da Ré, Sr. Xxxxx , firmou locação com o antigo proprietário do imóvel, para fins residenciais, pelo prazo de 12 (doze) meses.
1.3 Que, com o falecimento do Sr.xxxxxxx, a locação continuou para a sua esposa, Sra. xxxxxx
1.4 Que, entre 1985/86, a Autora adquiriu o imóvel objeto da presente locação da Imobiliária xxxxx.
1.5 Que, em nenhuma oportunidade, houve a celebração de algum termo aditivo ao contrato, bem como a Locatária ora Ré, “permanece na posse direta do imóvel”... “o referido contrato encontra-se prorrogado por tempo indeterminado”.
2. C O N T E S T A Ç Ã O
Articulada com as preliminares e defesa de mérito, atendendo ao Princípio da Eventualidade da Defesa, como sub princípio da concentração e contraditório do processo, a contestante “ad cautelam”, e para efeito de improcedência do pedido, CONTESTA objeto por objeto, para ao final requerer:
2.1 Lastreada de inverases e infundadas alegações, vem a Autora bater às portas desta Justiça, pretendendo a desocupação do imóvel pela Ré, alegando que a mesma “vem exigindo da Autora, a exorbitante quantia de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), colocando empecilhos para a desocupação do imóvel da Autora”.
2.2 Entretanto, “data máxima vênia”, do Nobre Patrono “ex-adversos”, a nada de tudo quanto postula faz a Autora o mais remoto jus, estando o presente feito fadado ao mais cediço e rotundo insucesso. É o que procurará demonstrar a Contestante no decorrer destas desluzidas razões defensivas.
3. P R E L I M I N A R M E N T E
DA CONDUTA DA AUTORA E DO DIREITO DA RÉ
3.1 O imóvel objeto da presente demanda, foi alugado ao Sr. xxxxxxx, em 14 de setembro de 1950, tendo como fiador a empresa xxxxxx, vigorando pelo prazo de 12 (doze( meses, o qual foi renovado por prazo indeterminado (doc. 04);
3.2 Ao completar 35 (trinta e cinco) anos ocupando o imóvel, em data de 15 de agosto de 1985 o Sr. xxxxxxx, recebeu proposta escrita de venda através da Imobiliária xxxxx, na época proprietária do imóvel, ao preço à vista do CR$ 200.000,000 (duzentos milhões de cruzeiros), moeda da época (doc. 5)
3.3 Em data de 13 de setembro de 1985, responde o Sr. xxxxx, aceitando a proposta pelo preço oferecido.
3.4 Em data de 04 de outubro de 1985, o então procurador da Imobiliária xxxxx, doutor xxxxxx, enviou correspondência, solicitando o comparecimento do Sr. xxxxxx ao seu escritório, com a finalidade de resolver a proposta realizada e respondida.
3.5 No prazo pré-estabelecido, compareceu àquele escritório, um dos filhos do Sr. xxxxx, Sr. xxxx, o qual foi surpreendido com a afirmativa daquele procurador do imóvel acerca da desistência da venda pela Imobiliária xxxx
3.6 A Ré, então, partiu para pagar o aluguel, tendo sido surpreendida mais uma vez pela recusa em recebê-lo (docs. 05 a 08), forçando a consignar em juízo, perdurando até completar 8 (oito) longos anos.
3.7 Passados 8 (oito) anos consignando os aluguéis a Imobiliária xxxxx não mais quis recebê-los, alegando não ser proprietária do imóvel, o qual fora vendido à xxxxxx
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