A Importância da Ocupação e Representatividade LGBTQIA+ na política
Por: Tales Siqueira • 15/10/2022 • Ensaio • 782 Palavras (4 Páginas) • 74 Visualizações
UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora
ICH – Instituto de Ciências Humanas
A importância da ocupação e representatividade LGBTQIA+ na política.
Tales Siqueira Ramos – 201873177A
Introdução a Ciência Politica
Professor: Leonardo Francisco de Azevedo
Em 2018 houve um recorde de candidaturas LGBTQIA+ no Brasil, segundo a Aliança
Nacional LGBTI+ o aumentou foi de 386,4% em relação as eleições do ano de 2014,
mesmo com esse aumento expressivo de candidaturas, uma quantidade muito
pequena de parlamentares da comunidade foi eleita. Apesar do recorde de
candidaturas, o governo eleito no pleito de 2018, é abertamente contrario a pautas
identitárias da comunidade.
Entre as candidaturas eleitas em 2018, vale destacar as deputadas estaduais Erika
Hilton, mulher transexual negra que foi eleita pelo coletivo “Bancada Ativista” do
PSOL/SP e Erica Malunguinho, a primeira mulher transexual da Assembleia
Legislativa de São Paulo eleita pelo PSOL/SP, além do senador Fabiano Contarato
REDE/ES, primeiro senador assumidamente gay eleito no país.
A luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil tem uma longa história, o
movimento surge em meados da década de 70, no período da ditadura militar, de lá
pra cá houve algumas conquistas e avanços no que diz respeito aos direitos da
população LGBTQIA+, porém a falta de representatividade e de ocupação desses
corpos na politica sempre foi um problema para criar e efetivar leis que acolham a
comunidade. Por mais que existam parlamentares que são aliados e engajados na
causa, é evidente uma certa inércia em relação a discussão das pautas identitárias. A
falta de pessoas assumidas e engajadas ocupando espaços de poder atrapalha a
elaboração de politicas publicas para nós.
De acordo com Quirino, “[...] democracia para Tocqueville está sempre associada a
um processo igualitário que não poderá ser sustado, desenvolvendo-se também
diversamente em diferentes povos, conforme suas variações culturais” (Quirino, 2001,
p. 155), sendo assim, podemos dizer que a democracia só existe e funciona
efetivamente com a participação popular por meio de representantes eleitos afim de
olhar pelos interesses coletivos. Sem a participação popular no Estado, as minorias
tem suas liberdades e direitos negados, surgindo assim a tirania da maioria, onde a
vontade da maioria prevalece. A tirania é uma espécie de deturpação da democracia,
já que o princípio básico dessa seria a igualdade e liberdade.
A construção de uma sociedade onde se pensa um sistema sem a participação efetiva
da população é um perigo para a democracia, isso a enfraquece, faz com que o
sentido de governar para todos seja perdido, quando a liberdade individual se
sobrepõe ao interesse coletivo, a democracia se fragiliza. Dessa forma, a ocupação
de pessoas LGBTQIA+ na esfera política é de suma importância para a criação de
uma sociedade justa, igualitária e democrática. A falta de pessoas LGBTQIA+ na
política do país, faz com que a comunidade se sinta invisibilizada, causando a falta de
interesse e consequentemente, levando a falta de políticas públicas.
Em 2022, o IBGE apresentou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde: Orientação
sexual auto identificada da população adulta, levantamento muito relevante, vide que
entidades como a ANTRA e Aliança Nacional LGBTI+ já pressionavam o IBGE a incluir
perguntas relacionadas a orientação sexual, já que os dados de pesquisas como essa
são essenciais para a construção de políticas públicas para a comunidade. O senador
Fabiano Contarato, citado acima, apresentou um projeto de lei que defende a inserção
de perguntas relacionas a orientação sexual e identidade de gênero no Censo do
IBGE. Dessa forma, acredito que a questão da representatividade seja de suma
importância,
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