A Indústria Nacional do Petróleo e do Gás Natura
Por: Maria Lana • 23/9/2020 • Relatório de pesquisa • 2.286 Palavras (10 Páginas) • 129 Visualizações
Indústria Nacional do Petróleo e do Gás Natura (Anuário 2019 da ANP)
O desempenho da indústria de petróleo e gás natural no Brasil em 2019 é retratado com foco em cinco temas: Exploração e Produção; Refino e Processamento; Industrialização do Xisto; Movimentação de Petróleo, seus Derivados, Etanol e Gás Natural; e Comércio Exterior.
Exploração e Produção
No final de 2019, 729 áreas estavam sob contratos: 272 blocos na fase de exploração, 77 campos em desenvolvimento da produção e 380 campos na etapa de produção. Dos blocos em fase de exploração, 141 se localizavam em mar e 130 em terra e um em terra e mar. A Petrobras tinha participação em 113, dos quais 39 eram concessões exclusivas a essa empresa, e outras 74 em parceria. Destaca-se também os 19 blocos operados pela Petra Energia, sendo 15 em operação exclusiva. A Rosneft operava 13 blocos na Bacia do Solimões, a Eneva, 13 blocos na bacia do Parnaíba e a Tog Brasil, 10 blocos localizados na Bacia de Alagoas e na Bacia do Recôncavo.
Do total de 77 campos na etapa de desenvolvimento, 34 eram marítimos e 43 terrestres. Deste montante, a Petrobras possuía 100% dos contratos de 27 campos e participação em cinco campos. Outras empresas que possuem contratos, consorciadas ou não entre si e com a Petrobras. Com relação aos 380 campos em fase de produção, dos quais 101 em mar e 279 em terra, a Petrobras era a única contratada em 250 deles, e operadora do consórcio de outros 17 campos.
Atividade Exploratória
Em 2019, foram adquiridos cerca de 633 km lineares em dados sísmicos 2D exclusivos e 9 mil km em dados não exclusivos. Por meio da sísmica 3D, houve aquisição de 1 mil km em dados exclusivos, com queda de 24,4% com relação a 2018, e de 70,8 mil km² de dados não exclusivos, com um crescimento de 89%.
No que se refere aos métodos potenciais, por meio da gravimetria, foram mapeados 16,9 mil km de dados não exclusivos, e, por meio de magnetometria, foram mapeados 14,4 mil km de dados não exclusivos. A gravimetria usa informações do campo de gravidade terrestre para investigar a distribuição de densidades no subsolo. A partir de medidas da aceleração é possível verificar, por métodos de modelagem direta ou inversão geofísica, a distribuição de densidades que explique o acúmulo de hidrocarbonetos.
Foram perfurados 208 poços em 2019, sendo 142 em terra (68,3% do total) e 66 no mar, mesma quantidade do ano anterior. O número total de poços perfurados teve aumento de 11,2% em comparação a 2018. Em terra, houve alta de 17,4% no número de poços perfurados. Foram realizadas quinze descobertas em terra e oito em mar, em 2019. A maior parte das perfurações – 58,2% do total - foi de poços exploratórios: 121.
Reservas
No fim de 2019, as reservas totais de petróleo do Brasil foram contabilizadas em 21,8 bilhões de barris, volume 10,3% menor que em 2018. Por sua vez, as reservas provadas totalizaram 12,7 bilhões de barris, queda de 5,4% em relação a 2018, das quais 457,6 milhões de barris em terra e 12,3 bilhões em mar. Os estados de Amazonas, Maranhão, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram redução em suas reservas. Já o estado do Rio Grande do Norte apresentou leve crescimento em suas reservas, de 0,2%. O estado do Rio de Janeiro se manteve como o maior detentor de reservas provadas, contabilizando 85% do total. Todas as reservas provadas do estado do Rio de Janeiro localizam-se no mar. Em 2019, o Brasil ocupou a 15ª posição no ranking mundial de países com as maiores reservas provadas de petróleo.
Por sua vez, as reservas provadas de gás natural caíram 1,3% em 2019, totalizando 364 bilhões de m³. As reservas em terra apresentaram queda de 2,5%, para 68,1 bilhões de m³. Da mesma forma, as reservas em mar caíram 1,1%, para 295,9 bilhões de m³. Já as reservas totais de gás natural diminuíram 3,7%, na comparação anual, e somaram 549 bilhões de m³ em 2019. Dentre os estados, o destaque é o Rio de Janeiro, cujas reservas provadas de gás natural alcançaram 234 bilhões de m³, 64,3% do total das reservas nacionais em 2019. O País ocupou a 32ª colocação no ranking mundial das maiores reservas provadas de gás natural em 2019.
Produção
Em 2019, a produção nacional de petróleo apresentou alta de 7,8% na comparação anual, atingindo 1 bilhão de barris (média de 2,8 milhões de barris por dia). 6 A produção de petróleo no pré-sal passou de 521,5 milhões de barris em 2018 para 634 milhões de barris em 2019, alcançando, na média, a marca de 1,7 milhão de barris/dia no ano. O pré-sal representou 62,3% da produção nacional total. Em 2019, foram produzidas no Brasil 74 correntes de petróleo com densidade média de 27,3 graus API e teor de enxofre de 0,5% em peso. A relação reserva/produção (R/P) de petróleo apresentou diminuição de 14,2 anos, em 2018, para 12,5 anos em 2019, em função da queda das reservas e aumento na produção. O Brasil ficou na 10ª colocação do ranking mundial de produtores de petróleo.
A produção de líquido de gás natural (LGN) foi de 37,7 milhões de barris, 3,8% menor que a de 2018. Destaca-se a elevação de 3,8% da produção do estado do Espírito Santo e de 1,4% no estado de São Paulo, o qual se manteve pelo quarto ano consecutivo como o maior produtor nacional, com 19,3 milhões de barris. Em 2019, a Petrobras manteve-se como a concessionária que mais produziu petróleo e gás natural: 74,1% e 75% de participação no total, respectivamente, participação maior em relação ao ano anterior (73,5% e 73,4%). Como operadora, a produção da Petrobras representou 93,2% do total nacional de petróleo e 95,1% do total de gás natural.
Participações Governamentais e de Terceiros
Em 2019, foram arrecadados R$ 23,5 bilhões em royalties, valor 0,4 % acima do registrado em 2018. Deste montante, 27,9% destinaram-se aos estados produtores ou confrontantes; 34,3% aos municípios produtores ou confrontantes; 25% à União, divididos entre Comando da Marinha (5,4%), Ministério da Ciência e Tecnologia (4,3%) e Fundo Social (15,2%); 8,4% ao Fundo Especial dos Estados e Municípios; e 4,3% à Educação e Saúde. Ao estado do Rio de Janeiro, maior produtor nacional de petróleo e de gás natural, juntamente com seus municípios, destinaram-se 39,5% do total arrecadado no País a título de royalties, cabendo à esfera estadual 19,2% desse percentual.
O recolhimento da participação especial foi 9,8% superior à de 2018, atingindo R$ 32,5 bilhões. Deste valor, conforme definido pela lei, couberam R$ 12,6 bilhões aos estados produtores ou confrontantes; R$ 3,2 bilhões aos municípios produtores ou confrontantes; R$ 1,6 bilhões ao Ministério de Minas e Energia; R$ 407,9 milhões ao Ministério do Meio Ambiente; e R$ 13,7 bilhões ao Fundo Social. Além disso, em 2019 foram destinados à Educação e Saúde 38,3 e 12,8 milhões, respectivamente.
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