A Musica

A Música e o Silêncio. Produção, direção de Caroline Link. Alemanha: 1996. DVD.

Os meus ouvidos

                                                                 Bianca Tamara de Siqueira

A possibilidade de aprender uma nova língua de forma natural e espontânea e muito válida, a criança passa ter mais uma possibilidade de linguagem, adquirindo espontaneamente uma habilidade que poderá ser utilizada em muitos momentos da sua vida, sendo inclusive referência nesta forma de linguagem, pois adquiri maiores habilidades em relação demais.

No caso de Lara, entendo que ela uma exceção de criança, pois ela apresenta um amadurecimento muito superior em relação ao nível das outras. Com sua habilidade no uso da linguagem dos sinais, ela é muito importante para as relações sociais e familiares dos seus pais. Participa de assuntos de “gente grande”, sendo frequentemente exposta a assuntos em muitos jovens ou adultos apresentam um grau de infantilidade, sabe contornar as relações familiares e acasos do dia-a-dia.

Embora, ela deixado de lado parte da sua infância, como as brincadeiras e passeios nos amigos, seus estudos, se dedicando aos cuidados dos pais, ela teve um crescimento muito grande e precoce, como é lembrado no filme, a “vida é uma escola”. E no caso de Lara, ela aprendeu vivenciando, não somente a língua de sinais, mas desenvolveu muito bem a capacidade de solução de problemas, buscando certa independência, mas mantendo a relação fraternal de respeito e obediência com os pais. Participando ativamente da criação de sua irmã mais nova, já que ela seria responsável por ensinar a menina as formas de se comunicar com os pais e com mundo externo.

Os interpretes no ponto de vista, além de prestarem uma forma de serviço, ocupam um lugar muito importante da vida dessas pessoas, passam a ser um confidente do portador da necessidade especial. Tendo em vista que ele acompanha grande parte das suas relações, partilham de momentos decisivos, do cotidiano da vida.

Entendo que a relação entre o interprete e o portador da necessidade especial, precisa estar alicerçada na confiança e respeito, que é primordial uma relação de cumplicidade e afeto.

Quem interpreta deve tentar maior veracidade na transmissão das conversas, pois tem o poder de ligeiramente alterar a forma como a informação pode chegar, por exemplo; uma má notícia pode ser dada de forma mais branda, e assim por diante.

Reparei este ponto, no trecho do filme onde Lara, mantem diálogo entre a professora e os pais em momento de reunião de escola, onde ela contorna alguns pontos da conversa. O que na condição de Lara era muito interessante, manter dialogo e interpretação de conversas, onde ela era pauta do assunto.

 Os conflitos são de gêneros muito agressivos, grosseiros e muitíssimos preconceituosos, acentuados principalmente com a irmã do pai de Lara. O desconhecimento inicial da surdez, pelos familiares, proveu uma rotulagem do personagem como desobediente, mal educado, desprovido de cultura, que não sabe se portar em ambientes públicos, nos encontros de família é muito visada sua exclusão.

Embora posteriormente a família tenham buscado formas e possibilidades de cura para a surdez, não conseguiram se adequar as formas de comunicação. A medicina parecia andar a passos curtos, na busca de recursos para talvez amenizar deficiência, e a linguagem de sinais ainda não era popularizada, carregada de preconceito.

 A falta de conhecimento em dois mundos tão distintos, onde um não compreende o outro é tradicional e comum à decorrência de conflitos, onde meus ouvidos não tem a capacidade de compreender o que os ouvidos do outro estão apreciando. No entanto hoje as mídias, legislações trabalharam em favor de melhorar e minimizar estes conflitos, popularizando ideias de respeito e compreensão para com o outro