A Reflexão sobre Preconceito Linguístico
Por: viviarmendaris • 14/11/2017 • Resenha • 1.066 Palavras (5 Páginas) • 565 Visualizações
BAGNO, Marcos.Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49º edição. São Paulo: Loyola, 2011.
Uma reflexão sobre Preconceito Linguístico
Viviane Viana Armendaris
O preconceito é algo muito evidente em diversos âmbitos em nossa sociedade, onde se procura de diversas formas contrapor e conscientizar que o preconceito, seja ele de qualquer espécie, não deixa de ser reflexo da ignorância ou intolerância.
O preconceito linguístico, mais especificamente, que é o tema do livro em questão, é algo tão comum e intrínseco nas raízes brasileiras que passa despercebido e é alimentado dia a dia pela mídia, por revistas e até por livros didáticos e de gramática normativa.
O renomado linguista autor da obra Preconceito linguístico, Marcos Bagno, doutor e professor em Filosofia e Língua Portuguesa, escritor de inúmeras obras, vem ao longo dos anos se dedicando a investigação das implicações socioculturais do conceito de norma, sobretudo no que diz respeito ao ensino de português nas escolas brasileiras.
Bagno dedica ao longo de 185 páginas “na paginação original”, trazer essa realidade à luz aos olhos do leitor do preconceito linguístico, expondo as raízes, as implicações e consequências do tema em questão, levando o leitor a uma profunda reflexão sobre essa realidade. No primeiro capítulo, “A mitologia do preconceito linguístico,” o autor busca mostrar como o preconceito linguístico vem sendo praticado por expressões muito comuns na fala do brasileiro, deixando claro que, esse problema existe e passa sutilmente diante dos nossos olhos.
A partir dos capítulos subsequentes, o autor passa a explicar, dividindo em oito mitos, na intenção de desmistificar o preconceito linguístico, para propor algumas sugestões para que o mesmo seja combatido. O autor assume uma posição parcial perante o assunto, acreditando que seja um reflexo político-social. Seu alvo principal é incitar reflexões sobre o preconceito linguístico.
Dentre os oito mitos, existem alguns que se sobre saem, devido a junção de preconceito linguístico e preconceito social, ao qual vai ser mostrado abaixo no texto.
Mito de número um, de título “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, considerado um dos mais sérios dos mitos, está arraigado em nossa cultura e muitas vezes ilude até mesmo os mais experientes estudiosos. Esse trás o português de forma unificada, negando a diversidade e variabilidade do português falado no Brasil. Vale ressaltar que a língua não seria tão unificada considerando a grande extensão territorial, a diversidade de culturas regionais, diferenças fonéticas, costumes, diferenças socioeconômicas, não é mesmo? Muitas vezes estas diferenças trazem muito preconceito, dentre eles: as a diferença na fala das diversas classes sociais; o regionalista “na forma de pronúncia”; a diferença de escolaridade, em muitos casos essa escolaridade, nem sequer existe. Alguns, até são vítima por não possuir a porção mínima de instrução linguística para entender os seus direitos como cidadão, no tocante a forma de se pronunciar dos poderes públicos e políticos.
A sugestão é que os órgãos competentes da educação abandonem o mito da unidade do português e passem a reconhecer e planejar ações de forma coerente com a diversidade e variabilidade comum a todos os mais de 207 milhões brasileiros.
O segundo mito “Brasileiro não sabe português, só em Portugal se fala bem o português” mito esse muito arraigado na cultura brasileira passada de geração a geração, pelo ensino tradicional da gramática nas escolas. Na verdade, usamos o nome “língua portuguesa” por comodidade e por ter sido colonizado pelos portugueses, entretanto, o português de Portugal e o português do Brasil são bem distintos não podendo comparar o português brasileiro e o português de Portugal.
Dentro deste mito, estão embutidos outros preconceitos como, “o Brasil é subdesenvolvido e não possui raça pura” como por exemplos o europeus, “como um povo que não tem raça pura poderia falar uma língua pura”; “se os alunos não sabem português,
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