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A aliança entre ética, ética profissional e educação

Por:   •  29/8/2022  •  Resenha  •  1.212 Palavras (5 Páginas)  •  261 Visualizações

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        RESENHA

MACEDO, S. M. F.; CAETANO, A. P. V. A aliança entre ética, ética profissional e educação. In: CAETANO, A. P. V (Org.). A ética, a ética profissional e a educação. Curitiba: CRV, 2018, p. 55-83.  

        O livro intitulado “A ética, a ética profissional e a educação” da autora Sheyla Maria Fontenele Macedo e organização de Ana Paula Viana Caetano (2018) faz parte do primeiro volume da coleção “Laços e Enlaces: ética e profissionalização do pedagogo”. Essa obra é organizada em três capítulos: 1° O “perambular” da ética ao longo da história; 2° A aliança entre a ética, a ética profissional e a educação; e 3° Fundamentos da ética profissional na esfera da educação. A presente resenha refere-se ao segundo capítulo da obra que traz conceitos de ética, ética profissional, educação e a relação necessária entre elas, apontando compromissos ético-pedagógicos. O capítulo é dividido em três subtítulos: 1° Resolvendo o conceito de “ética”; 2° A ética profissional e suas tramas conceituais; e 3° A aliança entre a ética e a educação e seus compromissos ético-pedagógicos.

        O primeiro subtítulo permeia a discussão entre ética e moral, apontando conceitos que as diferenciam. A ética define-se como “sujeito da conduta” e se mostra como uma reflexão crítica da moralidade, enquanto a moral é “objeto da ética” que abarca as questões de regras e normas. A ética visa o bem comum, mas não basta ser “bom” sem que se crie uma consciência do porquê dessa bondade. Desse modo, a ética é um processo de humanização, pois a pessoa que se humaniza, com certeza será ética.

        No segundo subtítulo, fala-se sobre o conceito de profissão e a ética no campo profissional. A autora apresenta que a palavra profissão é conceituada de diversas maneiras e que o senso comum costuma confundir esta com o “exercício de ocupação”. Destaca-se que a profissão refere-se a quatro pontos: a prestação de serviços, a associação de profissionais que se dediquem ao campo profissional, o monitoramento de um controle social da profissão e uma formação que gere condições legais para seu exercício. A ligação entre a profissão e o profissional deve ser feita através de um processo de conscientização. A ética profissional deve ser direcionada à práxis da profissão e ser emergida de uma “consciência social”, sendo que a ética pessoal está ligada intimamente à ética profissional no ponto que influencia diretamente na profissão sempre que os valores éticos se fazem necessários. Nesse sentido, a ética profissional se faz de forma solidária, angariando a virtude do bem para si e para o outro, de forma integrada.

        No terceiro e último subtítulo, a autora discorre sobre as alianças entre a ética e a educação, destacando que aprender e ensinar são inerentes à natureza humana. Para se discutir sobre essa aliança, discorrem-se quatro compromissos de caráter ético-pedagógicos que o educador precisa ter: 1° o da aprendizagem, 2° o da “ensinagem”, 3° o ético-político e 4° o biográfico. O primeiro compromisso requer o desenvolvimento do bem-querer sincero ao educando, propiciando que o aluno realmente aprenda, tomando consciência dos domínios do seu próprio processo de ensino e aprendizagem. O segundo compromisso visa a criação de um elo entre o saber e o aprendente, não focada no conteúdo, mas também na educação de valores, trazendo à tona debates que sejam pertinentes à vida. O terceiro compromisso nos remete que a educação e a ética não são campos neutros, pois a política é natureza da ética e os profissionais da educação devem exercer uma educação para a formação de valores éticos, desenvolvendo um olhar integrador sobre o humano. Por fim, o quarto compromisso refere-se à ética frente a vida, trazendo reflexões sobre si, sobre o outro e sobre o planeta.

        O capítulo inteiro nos remete a um processo de humanização, pois, segundo a autora, "ser ético é humanizar-se”. Nickelle (2004) cita que o homem é a única espécie que tem a capacidade de pensar de uma maneira e agir de outra, portanto, nem todos que apresentam condutas éticas, têm pensamentos éticos. Neste sentido, entendo que a ética perpassa todos os quesitos da vida, num modo que não basta ser bom somente por conta das regras e normas estabelecidas, mas sim por entender a importância de ser bom. Infelizmente vemos que a sociedade atual é individualista, onde prevalecem ações de egoísmo e de ganância, mas podemos acreditar num mundo onde as pessoas ajam por respeito intrínseco à humanidade e não somente por conveniência.

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