ADULTERAÇÃO TEXTIL

1 Introdução

A partir da década de 50 entraram no cenário mundial as fibras químicas/ sintéticas que antes era ocupado 80% do consumo mundial pela fibra de algodão. Em 2003 as fibras sintéticas já ocupavam 60% do consumo mundial, atualmente a opção entre fibras de algodão ou sintéticas são basicamente pelo preço. Fibra natural de origem vegetal, o algodão, proveniente da semente do algodoeiro é composto por quase sua totalidade de celulose e o restante é constituído por ceras, gorduras e minerais. A matéria prima é utilizada a mais de 7.000 anos para confecção de tecidos, detém características procuradas por consumidores no mercado, como: Tecido macio, elasticidade e resistência ao amassamento suficiente, elevado índice de absorção de umidade, resistência a solventes alcalinos possibilitando uma lavagem forte, como também o mesmo pode ser misturado a qualquer tipo de fibra sendo ela natural ou química.

Responsável por grande parte da demanda brasileira de fibras naturais cerca de 80%, o algodão pode ser produzido em qualquer região pelo fato de não apresentar grandes exigências em relação ao clima e o solo. No entanto, sua cultura é muito delicada e está sujeito a pragas. A plantação faz grande uso de herbicidas, fungicidas e desfolhantes. O ataque das pragas está diretamente relacionado á oferta disponível no mercado, como também o preço praticado, a demanda mundial geralmente é estável. (BNDES, 2014).

Para suprir as necessidades do mercado devido à instabilidade da oferta de fibras naturais foram criadas as fibras sintéticas, fabricadas a partir de produtos e derivados petroquímicos que não dependem de condições climáticas ou fatores como pragas para serem produzidas, essas são fabricadas com o intuito de substituir as fibras naturais. O poliéster é uma das fibras sintéticas mais usadas devido ao seu baixo custo. (BNDES, 2014)

As fibras sintéticas possuem uma rentabilidade superior as naturais, mesmo quando utilizadas em baixa quantidade, além de não apresentarem alterações perceptíveis ao tato e reduzirem aspectos importantes como fixação de corantes e resistência á abrasão. A adição de apenas 10% de poliéster ao algodão resulta no aumento de 8% na resistência do fio permitindo elevar a velocidade do processo têxtil que se traduz em lucratividade para o produtor. (Fibras artificiais e sintéticas, 2014). Através Do método de solubilidade em tecidos, propõe–se investigar as informações fornecidas ao consumidor de acordo com a etiqueta do tecido, verificando a veracidade das informações e identificando possíveis adulterantes, como também mostrar a importância da fibra de algodão no mercado..

2 ALGODÃO E SUAS PROPRIEDADES

O algodão é uma fibra natural, de origem vegetal que tem sido cultivado por muitos anos, por isso, existem hoje muitas variedades de diferentes tipos de algodão. A qualidade da fibra está baseada em sua cor, finura, comprimento e resistência.

O Algodão é composto por cadeias poliméricas de celulose, sua composição química pode ser resumida pela tabela abaixo:

Tabela 1 : Composição do algodão

Constituição Proporção %

Celulose 85.5

Óleos e ceras 0.5

Proteínas, pactose 5.0

Minerais 1.0

Água 8.0

O conhecimento da composição química do algodão é importante, pois esta influência nos processos de beneficiamento têxtil. Pela tabela acima, observa-se que a celulose é o composto mais importante e comanda a maior parte das propriedades físicas e químicas do algodão.

As ceras no algodão estão localizadas na superfície da fibra e agem como um agente lubrificante natural. O coeficiente de atrito triplica quando a cera é removida. A Fibra de algodão apresenta possibilidades múltiplas e variadas de aplicação, em contraste com outras fibras têxteis. As características do uso do algodão, matéria-prima na confecção de fios, são utilizadas para elaboração de tecidos dos mais variados tipos, e dos mais diversos usos. Os tecidos mais comuns confeccionados com a fibra de algodão são: popeline, organdi, cretone, cetim, filó, morim, riscado, atoalhado, cambraia, cadarço, tolha, brim, lona e encerado, voil, flanela, algodãozinho e talagarça. . Os maiores produtores na atualidade são: China, Estados Unidos, Índia e Paquistão. (R. H. Throtman, 2003).

3 Metodologia

Usando-se como referência metodológica as normas NBR 11914 e NBR 13538 da ABNT, foi realizado o seguinte teste para confirmação da composição dos tecidos nas amostras.

3.1 MMateriais e reagentes

Na análise foram usados os seguintes materiais e reagentes: placa de Petri; béquer; bastão de vidro; balança de precisão, funil, capela, vidro relógio; suporte universal; argola; proveta; pinça; tesoura; ferro de passar, cronômetro; amostras de tecidos; ácido Sulfúrico 70%; ácido Clorídrico 20%; ácido Fórmico 85%; n-Dimetil Formamida 100%.

Descrição das amostras utilizadas:

Amostra 1 – Tecido blusa de coloração azul clara, 100% algodão.

Amostra 2 – Tecido blusa de coloração branca, 100% algodão.

Amostra 3 – Tecido blusa de coloração preta, 100% algodão .

Amostra 4 – Tecido blusa de coloração verde escuro.

• Amostra 5 – Tecido blusa de coloração verde claro, 97% algodão e 3% elastano.

• Amostra 6 – Tecido toalha de coloração bege, 100% algodão.

3.2 Procedimentos

• Cortou-se uma amostra de aproximadamente 5x5 cm;

• Pesou-se a amostra e anotou-se seu referido peso (p1);

• Cronometrou - se o tempo de realização do ensaio de acordo com a tabela 1;

• Após o tempo preestabelecido de imersão da amostra no solvente, lavou - se a amostra;

• Secou - se a amostra usando o ferro de passar;

• Depois de seca a amostra foi acondicionada á um local seco e limpo por aproximadamente 20 minutos;

• Pesou-se