ANÁLISE DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO

ANÁLISE DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO

1. INTRODUÇÃO

A utilização da História da Matemática em sala de aula apresenta-se como um importante recurso pedagógico, em que a maioria dos professores concorda que é necessário analisar a melhor forma de utilizar este recurso.

Para Cury (2003) utilizar-se da História da Matemática é um fator motivador e que desperta o interesse dos alunos pela matemática. Entretanto não podemos ver este recurso pedagógico apenas como um fator motivador, pois a história por si só não desperta o interesse dos alunos. Se assim fosse, todas as aulas de história seriam as mais apreciadas da escola.

É notório que o livro didático tornou-se um instrumento muito importante para o professor, pois orienta os conteúdos que devem ser desenvolvidos, as atividades de aprendizagem e as avaliações para o ensino.

Assim, com o objetivo de realizar a análise de um livro didático pertencente o PNLD, o presente trabalho trata-se da observação de como a História da Matemática é abordada na apresentação dos conteúdos ao longo desta obra.

Portanto, optei em analisar o livro didático “Projeto Araribá – Matemática” de Juliane Matsubara Barroso, que foi adotado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do município de Groaíras-Ceará. Apesar do projeto contar com 4 volumes, será analisado apenas o volume 2 que é utilizado no 7º Ano do Ensino Fundamental.

 

1. IDENTIFICAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO

Título: Projeto Araribá – Matemática. Volume 2.

Autora: Juliane Matsubara Barroso.

Editora: Moderna

Edição: 3ª edição

Ano: 2010

Série: 7º Ano

O livro é composto por 14 unidades distribuídas em 6 partes. Em cada Abertura de parte apresenta-se um elemento motivador com uma ilustração, um esquema dos conteúdos que serão desenvolvidos na parte com questões sobre o tema da abertura que buscam identificar e mobilizar os conhecimentos prévios do aluno.

O conteúdo é apresentado de forma clara e organizada e após a apresentação dos conteúdos, vêm as seções Atividades que trazem os diversos tipos de atividades agrupadas em dois blocos: Vamos praticar e Vamos aplicar. Há ainda atividades Desafio, Calculadora e Cálculo Mental.

O livro apresenta uma seção denominada Tratamento da Informação que tem o objetivo de desenvolver a interpretação, a comparação e a análise de diversas formas de apresentação dos dados em gráficos e tabelas. A seção Compreender um Texto tem o objetivo de desenvolver a competência leitora do aluno por meio da análise de diversos tipos de texto.

Para finalizar, o livro traz um Esquema que na realidade é um resumo esquemático dos principais conceitos e procedimentos estudados na parte.

 Este volume é composto dos seguintes conteúdos: números inteiros, números racionais, ângulos, equações, sistemas e inequações, proporção e aplicações, quadriláteros e triângulos.

Será feita uma análise em cada parte separadamente para melhor compreendermos a utilização da História da Matemática ao longo deste livro didático.

 

1. ANÁLISE DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

3.1 Parte 1: Números inteiros

A autora utiliza-se da História da Matemática em algumas situações diferentes. Na apresentação dos conteúdos “Subtração com números inteiros” da unidade 1, explica-se a utilização da ideia de números negativos na antiga matemática chinesa. Ela relata, em um pequeno texto, que os chineses não tinham dificuldade nos cálculos com esses números, porque usavam duas coleções de barras de bambu, uma preta e outra vermelha, e assim, conseguiam distinguir números positivos de números negativos.

A outra citação ocorreu na seção “Atividades, no bloco Vamos aplicar” onde é feita a referência de três matemáticos importantes sobre suas descobertas e períodos de nascimento. São eles: Arquimedes, Eratóstenes e Pitágoras. Porém, estas citações são breves e pouco ou em nada ajudam na compreensão dos respectivos assuntos.

Ainda na apresentação dos conteúdos, a história da matemática é utilizada para introduzir o conteúdo de “Potenciação com números inteiros”. A autora trouxe para exemplificar a potenciação uma construção do triângulo especial, criado pelo matemático polonês Waclaw Sierpinski.

1. Parte 2: Números racionais

Nesta parte do livro, a autora faz menção apenas na Abertura da Unidade sobre a importância do matemático “Hiparco” para a astronomia. O texto aborda sobre a escala de magnitudes utilizada para calcular as medidas aparente e absoluta de um astro, seguido de uma tabela com os valores de magnitude aparente de alguns astros.

Embora o texto seja pequeno, pode-se utilizar a tabela para identificar os números naturais, inteiros e os que não pertencem a nenhum dos conjuntos anteriores, introduzindo o conceito de números racionais.