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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DESEMPENHO DOS ALUNOS.

Por:   •  17/10/2015  •  Artigo  •  2.084 Palavras (9 Páginas)  •  251 Visualizações

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O PROFESSOR DE MATEMÁTICA DO COLÉGIO MUNICIPAL RÔMULO GALVÃO DA CIDADE DE PINDOBAÇU: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DESEMPENHO DOS ALUNOS.

Manoel Dias dos Santos

Manoel Mecias do Nascimento

RESOMO

Numa tentativa de investigar uma das causa do fracasso escolar em relação ao ensino de matemática no Colégio Municipal Rômulo Galvão na Cidade de Pindobaçu, que acreditávamos estar relacionada à formação do professor de matemática, desenvolvemos o projeto de pesquisa, cujo tema é o acima mencionado. Quando da sua aplicação, verificamos vários são fatores que exercem influência no processo ensino-aprendizagem, alguns de maior e outros de menor importância. Dentre os fatores de maior relevância, além da necessidade de se cumprir o quanto determinado na LDBEN, verificamos que o fato de os alunos terem dificuldade de leitura e interpretação dos textos e questões matemáticas propostas tem sido um fator preponderante desse não aprendizado.

Palavras-chave: Linguagem Matemática; Leitura e Interpretação Interdisciplinaridade Formação acadêmica.

Este artigo esclarece a análise feita entre a relação existente entre a formação acadêmica profissional do professor de matemática do Colégio Municipal Rômulo Galvão da Cidade de Pindobaçu e o desempenho dos alunos no processo ensino aprendizagem dessa disciplina. Partimos do pressuposto de que tendo o profissional formado em instituição de ensino superior, haverá probabilidade de melhor aprendizagem dos alunos quanto ao ensino de matemática. Esta inquietação foi motivada quando da observação feita inicialmente do local de estágio e algumas situações de interação entre alunos de algumas séries sobre a dificuldade de identificação de alguns termos algébricos. Muitas são as causas do fracasso escolar em relação ao ensino de matemática e, neste caso, acreditamos estar relacionado á formação do professor. Além disso, é sabido que a função docente requer formação em escola ou entidade que prepare profissionais para esse fim. Isso supõe que para o professor de matemática não seja diferente.  Esse requisito se justifica por exigência do Art. 62, LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que prevê a formação de professores em instituição de ensino superior, para atuar nas diversas disciplinas, dentre elas a matemática. Para responder à pergunta principal  foi feita a aplicação de questionário sócio-cultural e observação em sala de aula.

Muito se pergunta sobre quais as causa do fracasso escolar em relação ao ensino de matemática. Várias são as teorias e ainda maior é o número de culpados apontados. O problema ganha dimensão nacional e muito se fala de políticas educacionais e programas de melhoramento do ensino de matemática, mais ainda, são as pesquisas desenvolvidas no campo da educação matemática. Inúmeras são as monografias, dissertações e teses que falam dos problemas que envolvem o processo de educação matemática, entretanto, alunos das séries iniciais chegam ao ensino médio sem saber resolver problemas envolvendo operações fundamentais. Visto que o governo vem fazendo grande investimento na área de pesquisa em educação matemática, além de implantação programas como, por exemplo, as Olimpíadas Brasileiras de Matemática, tinha que se esperar uma melhoria significante no aprendizado dessa disciplina.

 

Para a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) é necessário que o professor tenha formação acadêmica para lecionar nas diversas disciplinas dentre elas a matemática.

“A formação do docente para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (LDB Art. 62.)”

Essa determinação legal leva-nos a inferir que essa formação é também garantia de sucesso na transmissão do conhecimento matemático. Mas então porque tantos alunos são levados aos conselhos de classe por não terem conseguido atingir média satisfatória em matemática? Inquietos com tantas causas que motivam o fracasso escolar quanto ao aprendizado de matemática e instigados pela observação feita no colégio Rômulo Galvão na Cidade de Pindobaçu, decidimos verificar uma dessas relações de aprendizagem tão controversa. De posse do projeto de pesquisa previamente elaborado passamos então à sua aplicação, inicialmente através do questionário sócio-cultural, tendo como objetivo verificar se as origens desses alunos ou fatores econômicos e sociais teriam influência direta na aprendizagem. Além disso fizemos observações em sala de aula para observar a metodologia aplicada pelo professor de matemática. Do questionário aplicado a um número de 31 (trinta e um) alunos verificamos que:

61,3 % desses alunos residem na zona rural e 38,7 % na cidade

64,51 % levavam mais de vinte minutos e 35,48 % levam menos de vinte minutos para chegarem à escola.

A maioria de 29,03 % dos alunos tinha pais que trabalhavam, contra

12,9 % dos alunos tinham pais que não trabalhavam

Novamente a maioria de 54,85 % dos alunos eram filhos de lavradores

61,29 % dos alunos ajudavam seus pais em casa ou no trabalho

38,7 % dos alunos tinham ajuda de seus pais na resolução das tarefas escolares.

Verificado o desempenho dos alunos na primeira avaliação, constatamos que 22,6 % dos alunos tiveram nota acima da média e 77,4 % tiveram nota abaixo da média.

 Com os dados obtidos, poderíamos afirmar que 22,6 % dos alunos tiveram nota acima da média por não terem que ajudar seus pais em casa ou labor diário, por não serem filhos de lavradores, morarem na cidade, por terem a ajuda de seus pais nas tarefas escolares por, não terem que caminhar longas distâncias até a escola ou até o ponto de embarque, onde trafegam os ônibus escolares. Poderíamos inclusive afirmar que por serem filhos de lavradores e sendo a transmissão do conhecimento matemático passado a esses alunos de certa forma descontextualizada, estes tiveram o desempenho menor que outros. Poderíamos então falar da forma de avaliação aplicada, que se limitou a aplicação de prova escrita nesse início de unidade, trazendo consigo toda aquela tensão e incerteza de bom desempenho. Assim afirmando temos certeza de que tais fatores estariam e estão diretamente ligados e fazendo a diferença na aprendizagem dos alunos. Entretanto, um fato novo e imprevisto por nós, aconteceu. Muito desses alunos tiveram dificuldade em ler as questões propostas no questionário sócio cultural. Alguns perguntaram se “zona rural” era mesmo a roça; outros perguntaram o significado do verbo “auxiliam”, da palavra “ambos” e muitos desses alunos cometeram erros de concordância e ortografia, quando pedimos para que escrevessem qual a profissão de seus pais.  Ao quarto quesito “Qual tipo de trabalho” que inquiria qual a profissão dos pais desses alunos foram dadas respostas como: “trabaia no roca”,  “rosa”, “rossa”,“ na inchada” “no galipo”.

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