AS ONDAS DA CIVILIZAÇÃO
Artigo: AS ONDAS DA CIVILIZAÇÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: TANIAMARIAARAUJO • 30/8/2014 • 1.513 Palavras (7 Páginas) • 994 Visualizações
I - INTRODUÇÃO
As grandes transformações tecnológicas ocorridas na história da humanidade podem ser sentidas na sociedade de diversas formas, na sua estrutura social, nas relações de poder, no estilo de vida das pessoas e até nas relações de consumo.
Este fenômeno conhecido como evolução tecnológica ocorre de forma rápida que resulta num grande impacto para a sociedade onde muitos estudiosos tem dificuldade de estabelecer cenários futuros com precisão.
Alvim Toffler (1980) é um escritor americano que trata de temas relacionados ao futuro que busca descobrir suas tendências, as mudanças que podem ocorrer na sociedade, englobando as novas revoluções e tecnologias.
Na visão deste estudioso a humanidade passou por revoluções que mudaram o contexto histórico da sociedade e as formas de trabalho do homem no mundo civilizado.
A história da civilização é dividida em três grandes ondas de transformação: a Revolução Agrícola - PRIMEIRA ONDA, a Revolução Industrial – SEGUNDA ONDA e a Revolução da Informação – TERCEIRA ONDA.
Estas ondas podem ser identificadas como revolucionárias porque ao se implantarem transformam todo um processo sócio-econômico-cultural pré-existente.
Os momentos históricos deram-se pelas grandes descobertas, transformações que moldaram o desenvolvimento da sociedade e da economia do planeta e determinaram movimentos de elevada grandeza e significância para o mundo.
II - PRIMEIRA ONDA OU REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
Ressalta-se que o que distingue uma onda da outra é fundamentalmente um sistema diferente de criar riqueza. A alteração da forma de produção de riqueza é acompanhada de profundas mudanças sociais, culturais, políticas, filosóficas, institucionais, etc. em relação ao que existia na civilização que a precedeu – a civilização nomádica.
Na primeira onda a forma de criar riqueza era cultivando a terra. Os meios de produção de riqueza eram, portanto, a terra, alguns implementos agrícolas (com a tecnologia incipiente da época), os insumos básicos (sementes) e o trabalho do ser humano (e de animais), que fornecia toda a energia que era necessária para o processo produtivo. Do ser humano se esperava apenas que tivesse um mínimo de conhecimento sobre quando, como plantar, colher e a força física para trabalhar.
O aparecimento da agricultura foi o primeiro ponto decisivo para o desenvolvimento social humano, Toffler (1980) estima que a primeira onda tenha começado por volta do ano 8000 a.C., estendendo-se por muitos anos dominando a Terra até meados de 1650 ou 1750 d.C.
Ressalta-se que evolução humana acompanhada de tecnologias rudimentares melhorou a força de trabalho e aumentou a produção de bens primários. As propriedades rurais, grandes fazendas e unidades produtivas agrícolas cuja forma motriz era animal ou mão de obra escrava passaram de centralizadas e autônomas para descentralizadas, evoluindo para economia de mercado. Este movimento foi marcado pela proliferação e a diversidade da oferta de bens primários, que mais tarde são negociados entre os países ou transformados em bens de consumo através da industrialização.
O homem só aprendeu a plantar e a colher no Neolítico, ou seja, na Idade da Pedra Polida. A descoberta do ciclo das colheitas fez com que a vida do homem mudasse bastante, abandonando a vida nômade e tornando-se sedentário. Começou a domesticar e criar rebanhos de cabras, carneiros, bois e cavalos e não dependia tanto da caça, pesca e coleta de frutos.
Durante este período o homem aprendeu a usar a roda, polir a pedra e os ossos dos animais que caçava para produzir facas, anzóis e machados. Percebeu que cozinhando a terra conseguia fabricar vasos e vasilhas para guardar agua e armazenar o que sobrava daquilo que colhia. A tecelagem da lã dos animais e algumas fibras vegetais começaram a produzir os primeiros tecidos.
Em virtude disto começaram a viver em grupos surgindo às primeiras tribos, ou melhor, viver em sociedade junto com outros homens.
As técnicas conquistadas pelo homem do Neolítico, se comparadas com as técnicas do homem moderno podem não ser significativas, mas sem essas descobertas realizadas há mais de 10 mil anos dificilmente viveríamos como vivemos hoje.
Essas sociedades aumentaram o número de plantas cultivadas, aprimoraram as qualidades genéticas destas e revolucionaram suas técnicas agrícolas com a adoção de métodos de trabalho e de instrumentos mais eficazes para o preparo do solo destinado ás lavouras, transporte e estocagem das safras.
Algumas sociedades de economia pastoril ou mista também alcançaram os mesmos resultados e mediante a seleção genética dos rebanhos e a especialização do criatório para obter animais de montaria e de tração ou para o provimento de carne, leite e lã.
A Revolução Agrícola possibilitou a duplicação da produtividade, uma grande abundância de alimentos, aumento da população e consequentemente o crescimento das cidades.
III - CENTRO DE ORIGENS DA AGRICULTURA NEOLÍTICA
No estado atual das pesquisas, seis centros de origem da revolução agrícola neolítica — mais ou menos bem-confirmados — são normalmente citados. Quatro entre eles foram centros amplamente irradiantes:
– o centro do oriente-próximo, que se constituiu na Síria-Palestina, e talvez mais amplamente no conjunto do Crescente fértil, entre 10.000 e 9.000 anos antes do presente – o centro centro-americano, que se estabeleceu no sul do México entre 9.000 e 4.000 anos antes da presente Era;
– o centro chinês, que se construiu, em princípio, há 8.500 anos, no norte da China, nos terraços de solos siltosos (loess) do médio rio Amarelo, e depois completou-se estendendo para o nordeste e sudeste, entre 8.000 e 6.000 anos antes da presente Era;
– o centro neo-guineense, que provavelmente teria emergido no coração da Papuásia-Nova Guiné há 10.000 anos antes da presente Era.
Dois outros centros de origem, pouco ou nada irradiantes, teriam se formado igualmente na mesma época. São eles:
– o centro sul-americano, que deve ter se desenvolvido nos Andes peruanos ou equatorianos há mais de 6.000 anos
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