Alívio fiscal

Alívio fiscal

Estima-se que existam no país mais de 350 mil salões de cabeleireiros e clínicas de estética, segundo organizadores da Hair Brasil, feira que reúne profissionais do setor. Esse número deve crescer também porque o setor de serviços, nos quais estão os salões, tem carga tributária menor do que a de outros setores da economia.

"Os salões com faturamento anual acima de R$ 1,2 milhão pagam cerca de 19% em tributos. Enquanto a média do país, incluindo indústria, comércio e outros setores, é de 33,25%", diz Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). "Se considerar que a informalidade atinge de 60% a 70% do mercado de salões, a carga tributária desse setor cai para 8% a 9%."

A proliferação dos salões está descaracterizando a profissão, na avaliação de cabeleireiros consultados pela Folha. "A profissão virou uma loucura com a disputa pelo passe desses profissionais. É um tal de roubar profissional daqui e dali. O dinheiro desses investidores é uma arma poderosa. O mercado ficou prostituído", diz o cabeleireiro Celso Kamura.

Sócio da produtora de moda Beth Pacheco há oito anos em um salão no Campo Belo, Kamura, que é sócio majoritário do negócio, mudou de endereço em 2003 e abriu um novo salão nos Jardins. "Investimos R$ 1 milhão, com recursos do próprio negócio. O retorno do investimento deve vir entre dois e quatro anos", estima Beth Pacheco.