Analise da Obra de Willian Shakeaspeare - O mercador de veneza
Por: Beatrizcr05 • 10/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.273 Palavras (6 Páginas) • 350 Visualizações
Análise da obra de William Shakespeare: “O Mercador de Veneza”.[pic 1]
O objetivo desta resenha é discorrer sobre a justiça, a lei e o direito encontrados na obra de Shakespeare e se esses aspectos ocorridos na época em que se passa a obra serviriam para a nossa atualidade.
Para darmos inicio, é importante destacar que no decorrer da obra fica sempre evidente o sentimento de Justiça e Lei que devem estar sempre atrelados ao Direito.
“O Mercador de Veneza” é um livro escrito para “ganhar vida” através da peça, pois o mesmo é escrito em atos. Ele se passa na cidade de Veneza que dominava rotas comerciais, no século XVI. A problemática central da obra gira em torno de um nobre jovem chamado Bassânio que para poder ir para Belmonte, pedir a mão de uma rica jovem chamada Pórcia em casamento, ele pede dinheiro emprestado ao seu amigo, Antônio. Antônio é um mercador que tem o seu dinheiro aplicado em navios, e, no entanto não pode no momento emprestar o dinheiro para o seu amigo, porém ele manda Bassânio pedir dinheiro emprestado por toda a Veneza, como fica ilustrado na sua seguinte fala: “ANTÔNIO- (...) Sai a campo; põe a prova meu crédito em Veneza. Hei de espicha-lo ao ultimo, contanto que te prepares para que em Belmonte vejas a bela Pórcia. Vai; informa-te por teu lado, como eu, onde há dinheiro para emprestar. Seria fato inédito nada obtermos agora com meu crédito.” Assim, Bassânio acaba pedindo dinheiro a um judeu Shylock fazendo Antônio de seu avaliador. Shylock não gosta de Antônio, por ele ser cristão e viver xingando-o; da mesma forma Antônio também não tem simpatia alguma por Shylock, pois além dele ser judeu ele é também um agiota e por isso carrega em si o pecado da avareza afastando a solidariedade e a bondade para com o povo. Mas, apesar dessas divergências, os três acabam selando o contrato chamado na obra de “a letra da lei” que consistia que se no dia determinado Bassânio não devolvesse a quantia determinada de três mil ducados para Shylock, este poderia retirar uma libra de carne cortada por ele de junto ao coração do mercador.
O dinheiro é emprestado e Bassânio vai para Belmonte e desposa a bela Pórcia. Nesse tempo, o prazo vence e Shylock clama a aplicação da lei que é sua por direito já que Antônio não tinha como pagar a quantia determinada no momento, pois um de seus navios naufragou no estreito entre a Inglaterra e a França. Com isso, Antônio tenta argumentar com o judeu, mas esse não volta atrás alegando que só quer o seu pagamento, por conta disso Antônio se conforma, afinal, são as leis de Veneza; assim fica exemplificado em sua fala: “ANTÔNIO – (...) Se fossem denegados aos estrangeiros todos os direitos que em Veneza desfrutam, abalada ficaria a justiça da República, pois o lucro e o comércio da cidade se baseiam só neles. Pois que seja! (...) mui dificilmente ficarei amanhã com uma libra de carne, para resgatar a conta do meu feroz credor”.
A notícia chega à Bassânio e este volta para Veneza, para tentar salvar o amigo, trazendo consigo a quantia de seis mil ducados dados por sua esposa.
No dia do julgamento, o doge tenta fazer com que o judeu aceite a quantia trazida por Bassânio, mas evidentemente tomado pelo sentimento de vingança, ele não aceita a oferta, pois é o direito dele querer a pena decretada no momento da elaboração do contrato, assim ele fala na sua seguinte frase: “SHYLOCK- (...) essa libra de carne que ora exijo, foi comprada muito caro; pertence-me; hei de tê-la. Se esse direito me negardes fora com vossas leis! São fracos os decretos de Veneza. E ora aguardo o julgamento. Respondei-me: dar-me-eis o meu direito?”.
Assim, o doge convida para o julgamento um “juiz muito douto” como ele próprio se refere ao doutor. Porém, esse juiz é Pórcia, a esposa de Bassânio disfarçada de homem. Ela entra na sala de julgamento e dá inicio a sessão. Ela pergunta se o judeu não quer mesmo aceitar a quantia e este reafirma que não pois nas suas falas “só reclamo a aplicação da lei, a pena justa cominada na letra já vencida”. Assim, seguindo as leis de Veneza, Pórcia decreta que Shylock poderá tirar uma libra de carne de Antônio, assim ela diz: “pertence-te uma libra aqui da carne do mercador; a corte reconhece, porque a lei o permite.” Porém, ela traz à tona a ressalva de que ele não derramarás uma gota sequer do sangue do cristão, pois não estava estipulado na letra e se ele derramar terá que dar seus bens e suas terras para o Estado por direito haja vista que é o que as leis de Veneza dizem. Dessa forma, o judeu indignado tenta argumentar e Pórcia retruca: “Podes ver o texto. Reclamaste justiça; fica certo de que terás justiça, talvez mesmo mais do que desejaras”. Por conta disso, Shylock tenta aceitar a quantia trazida por Bassânio, mas Pórcia não deixa, alegando: “(...) Justiça total ao judeu. Nada de pressa. Só tem direito à multa estipulada. (...) Recusou-o ante a corte, abertamente. Vai receber justiça e a letra apenas”.
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