Serviço social/ resenha
Por: Rogeson • 30/12/2015 • Trabalho acadêmico • 1.416 Palavras (6 Páginas) • 1.059 Visualizações
SILVA, M. Ozanira da Silva. O serviço Social e o Popular: resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2007.
Capítulo 1: Contextualizando o Serviço Social no Processo Histórico Brasileiro.
Quando instaurado o Estado Novo, o país apresentava duas demandas a de assimilar e regulamentar os setores urbanos emergentes e ainda encontrar nesses setores, legitimação política. Sendo assim preciso optar por uma política de massa, absorvendo parte dessas reivindicações feitas pelo popular, mas ao mesmo tempo administrando a autonomia dos movimentos reivindicatórios. Ainda quando isso ocorre, se instaura ações normativas e assistenciais como método de esvaziamento e comando da força de mobilização dos trabalhadores urbanos, auxiliando, igualmente para que os níveis salariais fossem rebaixados. Assim surgem as grandes instituições sociais e previdenciárias, com intuito de conseguir solucionar e se posicionar sobre essas questões dos setores urbanos. De início o Serviço Social, foi uma estratégia da Igreja católica, que visava abranger sua vertente caritativa, promover a cristianização da sociedade, justificada na Doutrina Social da Igreja. O Serviço Social passou por vários processos até se tornar uma profissão legitimada na sociedade, com o início de outras grandes instituições, diversidade de clientela, entre outros fatores, o trabalho do assistente social se amplia, e se institucionaliza.
Nessa fase, o Serviço Social, começa a desenvolver um posicionamento crítico, quando se inicia através de alguns profissionais a tentativa de novas experiências de uma ligação da ação profissional, ao decurso de lutas por mudanças. É nesse período também, que João Goulart assume a presidência e se contrapõe ao processo de internacionalização da economia atual do país, e passa a alargar o espaço, para o decurso de mobilização e lutas que são favoráveis a variação de base, no que se refere a um contexto de ampla luta política.
Esse período também, é marcado por algumas características, como exemplo a questão social, era vista como medida de extensão da educação, da legislação trabalhista, ampliação da Previdência e etc. O Serviço Social passa a ser mais compreendido pelo Estado, através da referência de que o objeto de intervenção profissional se caracteriza pelas disfunções individuais e sociais, e de um outro lado, um pequeno setor da categoria, é influenciado pelo novo modo de se posicionar dos cristãos de esquerda, que pões a conscientização e a politização em sentido das modificações estruturais.
No contexto da ditadura militar, a política social passa a ter uma ligação mais direta, ao sistema produtivo, visando reparar as distorções na relação produção e consumo. A política social, também se torna relevante na área da assistência, sendo assumida pela LBA (Legião Brasileira de Assistência) e pela FUNABEM (Fundação do Bem-Estar do Menor), assim o papel do assistente social, ligado a essas instituições, passa a ser responsável pela operacionalização, consequentemente é influenciada pelas características da política social. Com a questão da ditadura militar, o profissional de Serviço Social, passa a ter que praticar uma tendência modernizadora, visando alcançar o avanço técnico e uma ação profissional moderna. É também, por volta de 1970 que as ideias e perspectivas marxistas, são abordadas no contexto de algumas profissões, e fortemente no Serviço Social.
No regime militar, o trabalho dos assistentes sociais, passou a se dar de maneira complicada, devido a questão social, ser colocada com repressão-assistência, ficando assim a assistência dependente e subordinada aos mecanismos da Doutrina de Segurança Nacional, dessa maneira a questão social, era transformada em problemáticas administrativas. Em 1979, é que começa os indícios de tentativa de reorganização dos assistentes sociais, esse ano fica marcado por um movimento que se opunha à direção conservadora, do Conselho da Associação Profissional de Assistentes Sociais de São Paulo. A discussão questão da qualificação profissional dos assistentes sociais se dá no período de 1975-1979, em 1981 começa a funcionar a primeira turma do único curso de doutorado em Serviço Social, em toda a América Latina, sob organização e responsabilidade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Através desses avanços, referentes a qualificação profissional observa-se que as publicações brasileiras, passam a ter uma visibilidade e influência maio na literatura latino-americana.
Três dimensões, da profissão do Serviço Social, são frutos da intensa movimentação dos assistentes sociais, essas dimensões são: dimensão político-organizativa, que é uma revitalização nos organismos do Serviço Social do país, o que gera divergências entre ABESS e CFAS, se reativa as entidades de cunho sindical e pré-sindical no país; dimensão acadêmica que analisa-se o surgimento e desenvolvimento da pós-graduação e iniciação de pesquisa, principalmente no Serviço Social e a dimensão da intervenção profissional, uma tentativa de oferecer uma nova proposta profissional que vise, articular a profissão com as necessidades e interesses das camadas populares, com os interesses dos setores públicos.
Após esse processo, o serviço social, passa a se inserir no contexto da Nova República, onde teve que se conscientizar, e se adequar as mudanças sociais, que vinham acontecendo, principalmente emergindo de um movimento de reação
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