As Contribuições E Os Desafios Do Estatuto Da Criança E Do Adolescente
Pesquisas Acadêmicas: As Contribuições E Os Desafios Do Estatuto Da Criança E Do Adolescente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pedroneil • 14/10/2013 • 852 Palavras (4 Páginas) • 555 Visualizações
O Estatuto da criança e do adolescente –ECA, contribui para que os direitos
da criança e do adolescente não sejam violados, mesmo sendo eles infratores. O
legislador tem intenção de prevenir que o menor caia de vez na marginalidade e seja
irrecuperável socialmente. Eis aí um desafio; visto que a sociedade, em sua maioria,
prefere a punição severa antes de procurar métodos pedagógicos e medidas sócio-
educativas com intenção de reintegração social.
A Constituição Federal prevê várias formas de proteger os direitos do povo;
estão incluídos aí a criança e o adolescente, porém estes estão em uma parte da
sociedade que necessita de cuidados especiais, pois a personalidade está se
formando e de acordo com Fiorelli e Mangini (2002, p. 151), a percepção do
adolescente sobre suas atitudes ainda não se encontram bem compreendidas. Por
isso que, antes da sociedade e do estado como responsáveis pelos menores, está em
primeiro lugar a família, pois é no ambiente familiar que a criança ou o adolescente
aprende a diferença entre certo e errado, além do bom exemplo. De acordo com
Vygotsky, a formação de nossa personalidade é diretamente influenciada pela
sociedade e pela cultura. Temos a família como base da sociedade e se a família for
completamente desestruturada, o menor buscará espelhar-se em novos modelos,
modificando seus valores. Algumas vezes, nesse momento começa o conflito com a
sociedade.
Uma contribuição do ECA está no poder que a lei exerce de preservar a
integridade do menor até mesmo antes de seu nascimento. Juntamente com o ECA
veio a contribuição da criação do Conselho Tutelar onde geralmente são feitas as
denúncias quando há violação dos direitos da criança e do adolescente, porém é um
órgão que se tornou mais reativo do que proativo, busca mais resolver do que evitar
conflitos. Um desafio ao Conselho Tutelar e indiretamente ao ECA, seria no momento
do acompanhamento da resolução de conflitos relacionados ao menor infrator quando
este está em instituições de aplicação de medidas socioeducativas, pois as instituições
estão superlotadas e despreparadas deixando de ser uma medida pedagógica e se
tornando punitiva. Podendo acarretar problemas ainda maiores, pois como foi falado
anteriormente, o meio pode influenciar na formação da personalidade.
De acordo com a Constituição Federal, Art. 228, são penalmente inimputáveis
os menores de dezoito anos necessitando de legislação especial. Uma das razões
que leva a crer no embasamento desse artigo seria o fato de que, de acordo com Jean
Piaget, o individuo tem noção de reponsabilidade de suas atitudes ao final do estágio
operatório formal, onde analisa sobre suas ideias abstratas, atitudes, consequências e
alternativas. Visto que de acordo com o ECA, menores de 12 anos são considerados
crianças, de 12 anos em diante são adolescentes e a partir de 18 anos são adultos e,
assim, passiveis de punição de acordo com a Constituição Federal. Porém, de acordo
com Fiorelli e Mangini (2002, p. 152), os adolescentes não amadurecem da mesma
forma e no mesmo tempo. Sendo assim, poderíamos ter maiores de 18 anos que não
teriam atingido ainda maturidade suficiente a ponto de se responsabilizarem pelos
seus atos. Teríamos também menores de 18 anos que poderiam se responsabilizar
por suas atitudes. Eis aí um desafio ao ECA e também à Constituição Federal. Por
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