Atps Da Educação Eja

INTRODUÇÃO

Este relatório visa fundamentar os principais objetivos da Educação de Jovens e Adultos – EJA - buscando elementos históricos para entender a situação atual. Procura explicitar suas concepções refletindo criticamente sobre a prática pedagógica na escola, como o professor deve atuar para que haja aprendizado significativo e de qualidade, bem como saber quem são os sujeitos do EJA e o que eles procuram e esperam da escola.

A história da Educação de jovens e adultos no Brasil deve ser entendida como um processo educacional que está ligado ao cenário econômico, politíco, social e cultural.

A partir do século XX se começou a pensar na Educação das pessoas que ainda não tinham acesso a escolaridade, na época do Brasil colônia os jesuítas começaram a catequizar as nações indigenas, já no período do Brasil Imperial de 1822 a 1889 foram criados cursos noturnos para adultos do sexo masculino. Mas, foi a partir de 1940 que começou a se constituir como política educacional com várias campanhas marcadas por movimentos sociais e iniciativas de orgãos privados e públicos que decidiram enfrentar o problema do analfabetismo das camadas populares da nossa sociedade que por inúmeros motivos não tiveram acesso a lingua e ao conhecimento tirando assim o seu direito de cidadão autonomo, ganhando maior espaço a partir de 1990.

Um fato agravante no que diz respeito à educação é a má distribuiçao de renda, pois, grande parte da população ficou restrita aos centros urbanos trabalhando no campo e entendia que não havia necessidade de estudar. Devemos lembrar aqui dos negros escravizados, das mulheres, dos índios entre outros que ainda não tinham direito de estudar o que os tornava excluídos da sociedade. Pela falta de estudo e conhecimento passava a não ser dono de sua própria vida deixando de participar da vida política, ecônomica e social de sua região, ficando impossibilitado de tomar decisões visto que não se pode decidir sobre o que não se conhece. Assim ter conhecimento é essencial pra que se adquira cidadania.

Na medida em que se distribui melhor a renda há uma melhoria na qualidade de vida e na educação diminuindo a desigualdade social, tornando o sujeito conhecedor dos seus direitos e deveres, crítico, reflexivo, dono da sua história, se desenvolvendo como ser humano com uma vida justa e intregado ao mundo de forma digna.

A Educação de Jovens e Adultos na sociedade atual amadureceu e vem se transformando na medida em que a realidade começa a exigir maior valorização e diversidade cultural.

Trabalhadores, aposentados, jovens em busca de do primeiro, ou melhor, emprego, pessoas com necessidades especiais, populações do campo, jovens que precisaram deixar os estudos para trabalhar e ajudar a familia entre outros são hoje os sujeitos da EJA que, necessitam resgatar a escolarização e se preparar melhor para o mercado de trabalho ou apenas a fim de ser inserido na sociedade como cidadão que participa ativamente deixando de ser um sujeito passivo.

Lentamente vem diminuindo o índice de analfabetos no Brasil com a colaboração do governo e das empresas privadas, mas ainda há muito que se fazer e pensar para mudar os rumos sociais de nosso país, pois a necessidade de alfabetização conciente e de qualidade, fazendo com que se tornem aptos a ler e entender as diferentes mensagens, com qualificação profissional e pessoal, habilidades intelectuais, desenvolvendo a capacidade de integração nos grupos sociais, agente do desenvolvimento e mudança social, enfim deve-se alfabetizar com qualidade para que o sujeito se torne um cidadão participante da mudança social e da evolução sócio-político-econômico-cultural do país.

O ideal seria que todos tivessem possibilidade de ter todos os níveis de instrução.

Segundo o MEC espera-se que os educandos sejam capazes de:

• Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem.

• Ter acesso a outros graus ou modalidades de ensino básico profissionalizante, assim como as outras oportunidades de desenvolvimento cultural.

• Incorporar-se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho e participação na distribuição de riqueza produzida.

• Valorizar a democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecer direitos e deveres da cidadania.

• Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na educação das crianças no âmbito da família e da comunidade.

• Conhecer e valorizar a diveridade cultural brasileira, respeitae diferenças de gênero, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não-discriminação.

• Aumentar a auto-estima, fortalecer a confiançana sua capacidade de aprendizagem, valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social.

• Reconhecer e valorizar os conhecimentos científicos e históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônios culturais da humanidade.

• Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais.

Segundo Souza (2011, p.20): ¨No passado, os sujeitos da educação de adultos buscavam o estudo como forma e se inserirem no mundo da produção industrial, como maneira de melhorar de emprego e de superar a vergonha de ‘ser analfabeto’, numa sociedade em que o processo de industrialização estava em franco desenvolvimento¨.

E o que buscam os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos nos dias de hoje?

Segundo Souza (2011, p.21): ¨Alguns continuam buscando alternativas de melhorar a condição de emprego, ou seja, há uma racionalidade técnica por trás da continuidade escolar. Alguns buscam o estudo com a intenção de conquistar o primeiro emprego, outros estão na EJA para acelerar a obtenção do diploma escolar, outros estão em função de repetência e desistência no ensino regular e outros retornam após algum tempo para os bancos escolares, com a intensão de ampliar a escolaridade.

O papel do educador é de conhecer e entender o meio que o educando vive de onde ele vem, o que ele deseja, adaptando suas aulas a realidade destes, numa educação que desenvolva compreensão mútua, conhecimento, interação na diversidade social e cultural, que seja contra a exclusão e preconceitos de raça, sexo, credo entre outros.

Considerando a realidade do educando, o educador