Bullyng na comunidade escolar
Por: Josiene Poubel • 13/9/2016 • Artigo • 2.900 Palavras (12 Páginas) • 549 Visualizações
BULLYING NA ESCOLA
Artigo apresentado ao Instituto Avançado de Pesquisas Educacionais- IAPE, aluna: Josiene Rosa Poubel da Silva.
RESUMO
Este artigo tem a finalidade de fazer uma reflexão sobre o bullying escolar. Este tipo de agressão tem sido mais um desafio entre os tantos que já existem para a escola enfrentar. Inicialmente apresentamos seu conceito que se pode definir como comportamento agressivo entre duas pessoas, intencional e continuado. Ele se caracteriza em dois tipos diretos e indiretos. Os praticantes do bullying geralmente são pessoas dominadoras que oprimem suas vítimas deixando-as com a auto-estima baixa e com sintomas depressivos. Portanto, é um assunto que devemos nos preocupar devido a sua gravidade. Com base nos resultados da pesquisa de campo e dos conhecimentos teóricos adquiridos através da leitura e reflexão de textos diversos e comentários ficamos cientes que precisamos abordar o assunto com mais freqüência na escola e montar projetos para sua intervenção. Esperamos que esta pesquisa viesse, realmente, alertar estudantes e profissionais da educação para os prejuízos causados pelo fenômeno bullying, em especial, na aprendizagem do aluno.
Palavras-Chave: Bullying; escola; intervenção; aluno.
INTRODUÇÃO
O bullying é um fenômeno constante em todas as escolas e muitos alunos são atingidos por ele. Mas mesmo sendo um tipo de violência que deixa conseqüências, seqüelas futuras, muitas vezes, até irreversíveis em alguma comunidade escolar ele ainda é aceito. Apesar do termo bullying e os debates sobre o assunto serem bastantes recentes este já é obsoleto, somente tinha menos destaques na mídia do que nos dias de hoje.
Há uma grande necessidade de estudar o fenômeno bullying dentro da escola, pois, esta é um espaço onde as pessoas estão em processo de formação intelectual e social e a maioria delas não possuem estrutura para se defender ficando, assim, vulneráveis aos ataques agressivos gerados por ele.
O objetivo deste artigo é pesquisar informações sobre as características do bullying dentro do ambiente escolar e buscar orientações e estratégias eficazes de intervenção para reduzir e prevenir sua ocorrência, pois, precisamos de escolas que priorizem ambientes seguros, onde os alunos possam adquirir um desenvolvimento intelectual e social saudável sem prejuízos físicos ou psicológicos.
Ao realizar a análise das Escolas foi de importância para disponibilizar informações aos profissionais da educação e identificar precocemente a ocorrência do bullying na escola, pois se entende que é necessário ampliar os conhecimentos com o objetivo de ter capacidade para elaborar e desenvolver projetos com bases científicas para impedir que este tipo de violência não seja mais tolerado dentro da comunidade escolar.
DESENVOLVIMENTO
O bullying vem se tornando um fato preocupante, principalmente, no ambiente escolar tanto pelo seu elevado crescimento como por atingir as faixas etárias menores, isto é, os primeiros anos do Ensino Fundamental, porém, diversos pesquisadores têm direcionado os seus estudos dando ênfase a este fenômeno. Dados recentes apontam a sua propagação em todas as classes sociais, mas, um aumento muito rápido desse comportamento na infância à adolescência.
Segundo o Observatório da Infância (2003) “Os primeiros trabalhos sobre bullying nas escolas vieram dos países nórdicos, a partir dos anos 60, por Dan Olweus, na Noruega, e Heinz Leymann, na Suécia”.
A conferência européia em1998 com a participação da maioria dos países desse continente incluindo também Estados Unidos e Canadá da América do Norte foi um marco importante para combater o bullying.
Bullying refere-se a um termo inglês para descrever atos de violência física ou psicológica. Torna-se relevante explanar quais são as formas de maus-tratos consideradas como bullying, de acordo com Fante e Pedra (2008, p. 63):
As formas de maus-tratos são: físico (bater, chutar, beliscar); verbal (apelidar, xingar, zoar); moral (difamar, caluniar, discriminar); sexual (abusar, assediar, insinuar); psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir); material ( furtar, roubar, destroçar pertences); e virtual (zoar, discriminar, difamar, através da internet e do celular).
Essa citação colabora para certificarmos de que a criança reproduz na escola, ou em outros lugares, o que aprende em casa e vice-versa. Nesse sentido, é fundamental a importância de bons exemplos para os alunos que estão em processo de construção, pois eles se espelham nos adultos a quem transferem autoridade e confiança. Os adultos são considerados modelo do que é certo e errado, bom e ruim.
Conforme Camargo (2010) o bullying:
é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
Para expressar com mais clareza o termo Bullying citamos algumas de muitas ações que estão associadas a esse ato agressivo: discriminação, exclusão, isolar, humilhar, sacanear, amedrontar, perseguir, dominar, assediar, bater, chutar, empurrar, destruir pertences, apelidos pejorativos etc.
A escola que nega a existência do bullying estará negando a sua própria existência, pois, este problema é caracterizado em todos os ambientes escolares.
O bullying pode ser classificado como direto sendo eles os apelidos, agressões físicas, (chutes, socos, empurrões etc.), ameaças, roubos e em alguns casos até mesmo sexual (apalpamentos, abuso sexual). E o indireto que compreende atitudes de indiferença, isolamento, difamação e negação aos desejos, sendo mais adotados pelas meninas. Ele inclui agressões psicológicas, ofensas verbais ou expressões e gestos que geram mal estar aos alvos (rumores, ameaças, apelidos maldosos, exclusão). É obtido através de uma vasta variedade de técnicas entre elas: espalhar comentários; recusa em se socializar com a vítima; intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima; criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc.) O primeiro é mais comum entre os agressores masculinos, já o segundo também chamado de agressão social é mais comum em bullies do sexo feminino e crianças onde uma das características principais é o isolamento social do indivíduo atingido.
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