CRIANÇAS ESPECIAIS

AS CRIANÇAS ALIENADAS

O menor alienado passa a ter sentimentos de raiva, ódio e desprezo para com o genitor alienante, isso porque o alienador age na mente da criança, fazendo com que este sentimento se aflore cada vez mais. E o pior que a criança alienada não possui a capacidade de discernimento entre a realidade e o surreal, isto é, tudo que o genitor alienador conta à criança para denegrir à imagem do outro genitor para ele é a mais pura realidade.

Segundo Jorge Trindade ( 2004, p.171), a Alienação Parental não é identificada pelas suas principais vítimas: “Nem sempre os filhos conseguem ter pleno discernimento sobre essa situação, que foi construída por razões que desconhecem, porém, eles se sentem na obrigação de se identificar e se solidarizar com a vitimização nomeada pelo alienador”.

Sendo assim, a criança fica dividida com seus sentimentos para com os genitores alienador e alienante, sendo tal processo nocivo ao psicológico dessa criança.

Maria Berenice Dias (2008, p.12), “isso gera contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre ambos. Restando órfão do genitor alienado, acaba identificando-se com o genitor patológico, passando a aceitar como verdadeiro tudo que lhe é informado”.

Pois bem, o filho que é vítima dessa síndrome aceita toda a informação que o genitor alienador passa à ele como verdadeiro, repercutindo em total abandono ao genitor alienante.

Segundo Trindade ( 2004, p.163) “Na Síndrome de Alienação Parental, a lealdade ao alienador implica a deslealdade ao alienado, e o filho sofrerá continuamente uma situação de dependência e submissão às provas de lealdade, especialmente pelo medo de ser abandonado, pois a mais grave ameaça afetiva é a de perda do amor dos pais”.

Assim sendo, o filho fica submisso ao alienador, pois ao mesmo tempo tem medo de ser abandonado pelo alienador e também teme por não ser leal para com ele, sendo que na sua consciência, tudo que o genitor guardião (alienador) diz é verdade, criando assim na mente do menor o dever de obrigação e de lealdade ao genitor alienador.

CAUSAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL

As causas da alienação parental podem ser inúmeras mas o objeto principal é somente um, ou seja, a exclusão do outro genitor da vida da criança por motivo de raiva, ódio, vingança ou mesmo por não aceitação da separação.

Ocorre que as causas da alienação parental podem ser infinitas, mas as principais são: uma separação mal sucedida, onde um dos cônjuges ainda possuem sentimentos pelo outro, ou por uma traição que foi descoberta, sendo que o genitor que traiu acabou ficando com a amante, ou seja, prosseguiu a relação, nesse caso em particular, a criança vai servir para ser alvo de desavenças, brigas constantes por não aceitação de outra pessoa no lugar que era do outro genitor, pode ser também por problemas econômicos, ou seja, o genitor alienador prevê ganhos financeiros maiores, ou seja, uma pensão alimentícia maior, e usa a criança para esse fim.

Todas essas circunstâncias, acabam dando ensejo ao alijamento pretendido e, por consequência à síndrome. Se, por um lado, logra o genitor alienante prejudicar o alienado, por outro, torna a criança vítima dessa situação. A partir daí, como veremos as conseqüências para os filhos - ainda que a ruptura da convivência com o outro progenitor não seja absoluta - são as mais graves possíveis.

EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Segundo Jorge Trindade (2010, p.24):

“Sem tratamento adequado, ela pode produzir sequelas que são capazes de perdurar para o resto da vida, pois implica comportamentos abusivos contra a criança, instaura vínculos patológicos, promove vivências contraditórias de relação entre pai e mãe e cria imagens distorcidas das figuras paterna e materna, gerando um olhar destruidor e maligno sobre as relações amorosas em geral”.

É notório que a Alienação Parental, produz efeitos nefastos à todos, ou seja, tanto para o alienador, alienante e principalmente para a vítima