Ciclo do ouro

A importância do Ouro

Com a crise das exportações, surge a necessidade de encontrar um novo produto para suprir a escassez econômica, causada pela perda do monopólio do comercio de açúcar. A metrópole acreditava que a única solução era a descoberta de metais preciosos na colônia.

Os bandeirantes paulistas, financiados pela metrópole, adentravam o interior do Brasil, desrespeitando o tratado de Tordesilhas, para encontrar alternativas econômicas para a coroa portuguesa, como a captura de indígenas para uso escravo, a descoberta de metais preciosos e o abastecimento da colônia.

O ouro de aluvião, existente principalmente na região das minas gerais, era encontrado nas margens dos rios e explorado de maneira precária. O ouro aluvião fez com que os conhecimentos iniciais sobre exploração se expandissem. Eram necessários menos recursos para encontrar ouro, do que para cultivar cana, as estruturas eram completamente diferentes.

Essa ‘’facilidade’’ para a exploração do ouro, fez com que um grande ciclo migratório se iniciasse. Povos estrangeiros e nativos brasileiros se deslocam em direção as minas, com o desejo de encontrar o ouro, causando um grande crescimento demográfico e desenvolvimento urbano. Com esse ciclo migratório, a presença da coroa se intensificou e alguns mecanismos foram implementados para cobrança de impostos e regulamentação da administração das minas, como a criação das lavras e datas, recolhimento do quinto e algumas outras imposições, para evitar o contrabando e aumentar os lucros.

 A exploração do ouro, assim como no sistema açucareiro, era feita através de mão de obra escrava negra e indígena. Se escravos possuíssem ouro, que geralmente era fruto de contrabando, poderiam troca-lo pela a alforria, tornando-se escravos livres. Muitos escravos alforriados acabavam virando faiscadores, que eram tão produtivos quantos as lavras e necessitavam de menos recursos, em rios menos extensos.  As jazidas onde existiam as lavras e as datas logo se esgotavam, fazendo com que os mineradores tivessem que encontrar novas jazidas de exploração. As indústrias mineradoras, em grande parte, ficavam em Minas Gerais. Os lugares menos produtivos eram distribuídos entre Goiás, Mato Grosso, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro.

A economia mineradora afetava também outros setores, como a pecuária, que ajudava no transporte do ouro até os portos, onde o ouro era enviado a coroa portuguesa, e ajudava também na economia de subsistência, fortalecendo o mercado interno. A pecuária se desenvolveu principalmente no Sul, sendo distribuída ao longo do sudeste e parte do centro oeste, intensificando as atividades comerciais.

Com a recuperação econômica de Portugal, causada pela extração do ouro, foi constituído um tratado entre Portugal e Inglaterra, onde o vinho português tinha impostos reduzidos para os ingleses, e os tecido ingleses impostos reduzidos para importação a Portugal. Esse tratado, chamado de Methuen, era desfavorável a balança comercial portuguesa, pois a exportação de vinhos era menor em relação a importação de tecidos, causando assim um superávit na balança comercial inglesa, e um déficit na balança comercial portuguesa. O ouro extraído do Brasil era usado como pagamento das mercadorias importadas, que eram enviadas por intermédio de Portugal à colônia, não contrariando o acordo de exclusivo metropolitano.