O CICLO DO OURO
Por: Marcos Lázaro • 14/9/2017 • Artigo • 2.729 Palavras (11 Páginas) • 422 Visualizações
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UNIME - UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ALEX NASCIMENTO DOS SANTOS
ANATAILDA COSTA ALVES
ANDERSON DA SILVA SANTOS
MARCOS LÁZARO SALDANHA DE JESUS
OS CICLOS ECONÔMICOS DO BRASIL NA ERA COLONIAL
O CICLO DA MINERAÇÃO
LAURO DE FREITAS - BAHIA
2009
OS CICLOS ECONÔMICOS DO BRASIL NA ERA COLONIAL: O CICLO DA MINERAÇÃO
Alex Nascimento dos Santos
Anatailda Costa Alves
Anderson da Silva Santos
Marcos Lázaro Saldanha de Jesus[1]
RESUMO: Abordamos nesta pesquisa os ciclos econômicos do Brasil na época colonial, tendo por foco o ciclo da mineração, objetivando compreender as causas que levaram o Brasil colônia ao não fortalecimento econômico durante o referido ciclo, cujos métodos de pesquisa utilizados foram o Método Hipotético-Dedutivo e como técnicas de pesquisa, utilizamos a Revisão Bibliográfica. Os resultados encontrados foram constatações de uma metrópole portuguesa totalmente em crise devido a fatores financeiros, demográficos e político-religiosos em que, já se encontrava no início do ciclo da mineração no Brasil, incapacitando-a, assim, de administrar o seu vasto império. O Brasil durante o período aurífero requeria investimentos em diversas áreas onde Portugal não conseguiu investir. Abordamos também, a gravidade dos impactos oriundos das fraudes dentro da colônia. Consideramos importantes essas reflexões, pois nossas vidas estarão sempre permeadas de situações semelhantes em que estaremos sempre envolvidos com aspectos econômicos, administrativos e sociais no desempenho de nossas funções perante a sociedade.
Palavras-chave: Mineração. Portugal. Brasil colônia.
1 INTRODUÇÃO
Com o advento do período aurífero no Brasil colônia, no final do século XVII e início do século XVIII e que se estenderia até finais deste século, Portugal, em algumas poucas tentativas de investimento educacional, envia ao Brasil alguns especialistas em localização de minas para ensinar aos Bandeirantes o ofício da localização das gemas e que, mais tarde os tornaria em exímios localizadores.
Durante o ciclo da mineração, a Coroa Portuguesa estabeleceu impostos a serem pagos (a saber, a data, que consistia numa parte de terra destinada à Coroa dentro do território descoberto a ser minerado e o quinto que incidia sobre todo o ouro recolhido das minas) pelos mineradores que descobrissem as minas. Apesar disso, “[...] a mineração oferecia possibilidade de realização econômica autônoma e imediata e, na época, nada era tão atraente.” (FURTADO, 2000, p. 56). A densidade demográfica na colônia aumentou muito com o ciclo da mineração. Contudo, não vislumbramos na história, um fortalecimento da economia brasileira nesta época. Mesmo com todos os recursos oriundos da mineração, não havia investimentos nas áreas de educação e tecnologia, a saúde era precária, e reinavam a exploração e os maus tratos. Diante deste quadro nos perguntamos: Por que o Brasil colônia não se fortaleceu economicamente com o ciclo da mineração como se esperava?
Como hipóteses que buscam responder ao problema podemos destacar: a) a atual condição econômica de Portugal no início do período aurífero no Brasil - a partir de 1581, Portugal enfrenta o período filipino encontrando-se submisso à Espanha o que, somente com a independência em 1640, resulta numa nação portuguesa pobre e debilitada militar e financeiramente; b) os acordos portugueses feitos com outras nações - de 1640 a 1675 para manter seu império, Portugal faz concessões comerciais com outras potências européias sobretudo com a Inglaterra; c) fraudes dentro da colônia - o ouro sofre desvios para fora da colônia devido às altas taxas de impostos estabelecidos pela Coroa Portuguesa.
Destacamos algumas justificativas que nos levaram a escolha do tema para pesquisa, sendo elas: a) econômicas – conduzindo-nos a uma reflexão econômica acerca da administração de recursos financeiros; b) sociais – que nos remete a uma reflexão sobre planejamento e organização social, contribuindo também para um reconhecimento da necessidade de maiores investimentos na área educacional a fim de se criar uma sociedade coesa e capacitada para o desenvolvimento da região em que se encontrar; c) pessoais – contribuindo para uma reflexão do profissional acerca da necessidade de se ter conhecimentos científicos e especializados a fim de aperfeiçoar-se no desempenho de sua função perante a sociedade bem como a conduta coerente e honesta nas relações profissionais.
Como objetivo geral, temos por foco, analisar as causas que levaram o Brasil colônia ao não fortalecimento econômico com o ciclo da mineração. Para alcançá-lo, percorremos o caminho dos seguintes objetivos específicos: a) descrever a situação econômica portuguesa no final do século XVII e início do século XVIII; b) avaliar os acordos econômicos portugueses com outras nações; c) analisar as causas que levaram ao contrabando dentro da colônia.
Utilizamos como método de pesquisa o Método Hipotético-Dedutivo onde, a partir de um conhecimento prévio sobre o assunto abordado, levantam-se hipóteses que buscam responder ao problema. Ao final da pesquisa, essas hipóteses serão corroboradas ou refutadas. Como técnica de pesquisa utilizamos a Revisão Bibliográfica buscando abordagens que levem a conclusões inovadoras.
2 O SONHO DO FORTALECIMENTO ECONÔMICO
O início da economia européia iniciou-se no Feudalismo que pela troca do excedente produzido pelos feudos, incentivaram à Revolução Comercial. Sendo assim, “[...] A Revolução Comercial é então, uma conseqüência natural da evolução da economia de trocas por ocasião do aumento populacional.” (FURTADO, 2000, p. 3). Surge assim o Mercantilismo que logo culminaria com a expansão ultramarina.
Pioneiro na expansão ultramarina, Portugal logo se estabeleceu como potência européia, sobretudo, devido a vantagens político-geográficas em relação aos seus vizinhos europeus. Seu império era vasto e rico. Ocupava a condição de entreposto comercial entre as especiarias vindas das Índias orientais e os produtos manufaturados vindos de outros países da Europa. Essa era a conjuntura quando o Brasil foi anexado ao Império Português em 1500. A partir daí, o Brasil passou a ser mais uma fonte de sustento da economia extrativista e mercantilista portuguesa. Portugal concentrava seus recursos, basicamente, em extrair e comercializar produtos sem qualquer outro tipo de preocupação, com isso tornou-se completamente dependente de suas colônias para sobreviver. Segundo GOMES (2007, p. 58) “[...] A dependência da economia extrativista fez com que a manufatura nunca se desenvolvesse em Portugal.”
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