Crítica FullMetal Jacket
Por: Ariel Bernardino de Sousa • 26/10/2016 • Resenha • 950 Palavras (4 Páginas) • 169 Visualizações
Full metal Jacket – Nascido para matar.
Primeiramente devo dizer uma boa noite a todos que lerem este texto, sendo ele minha primeira crítica sobre algum filme. Decido fazer sobre Full metal Jacket primeiramente porque sou fã de Stanley Kubrick e sua visão fora do comum e extremamente diferenciada, principalmente de um tema que é muito fácil de ser comum, a guerra.
Outro ponto que me fez escolher este filme, é a forma que Kubrick busca trazer o máximo de realidade nos sentimentos que os personagens transmitem, tanto que o instrutor Hartman quando fazia seus insultos e humilhações, Kubrick fez com que o ator L. Erney e os atores nunca tivessem sido apresentados ou mostrado como seriam sua forma de insultar, para que todas as emoções captadas fossem as mais autenticas possíveis.
O filme busca retratar de forma fiel como que foi a guerra para um soldado americano, nunca buscando exaltação nem nada, apenas ironias, realismo e emoção do que a guerra pode causar. Kubrick não busca mostrar um olhar de generais ou de grandes conquistas, pelo contrário, Kubrick faz questão de que toda a visão seja de private Joker e mostrar como a guerra vai causando a perda da inocência e da humanidade de um ser.
Tudo começa com uma cena em que Hartman vai colocar os soldados para dormir com suas armas, ou como o instrutor gostava de dizer, suas mulheres; e devido a um momento em que Hartman diz para todos orarem por deus, Joker não faz o mesmo e é posto em prova. Mostrando-se firme a sua decisão, Hartman reconhece o ato e o torna líder do pelotão dos recrutas, cuidando assim do pior soldado do grupo, Pyle. Após longos treinamentos e duras humilhações, Pyle começa a demonstrar uma melhora, porém Hartman encontra um Donut em sua mala e faz com que todos os outros recrutas pagassem o preço por sua incapacidade. Após um tempo sofrendo com os erros de Pyle, o grupo decide se vingar do inútil recruta dando sovadas de sabonetes enrolados em toalhas, Joker se mostra receoso de início, mas cede ao momento de raiva e também desconta de forma mais brutal e por último. Pyle, que cansado das humilhações e com raiva, começa a melhorar com as armas e desenvolver um instinto assassino, que acaba refletindo na morte do instrutor Hartman e em seguida cometer suicídio, durante a noite, no dia em que Joker é o encarregado da segurança dos outros membros.
Após o ocorrido, tempo se passa e Joker, que foi passado para o setor de jornalismo do exército, percebe que seu trabalho não é escrever verdades, mas sim produzir conteúdo para manter os soldados motivados a todo custo, entrando novamente em conflito com o que acreditava. Após vários acontecimentos e reviravoltas, Kubrick cria uma trama que faz com que tudo culmine na real quebra da humanidade e o que muitos provavelmente estavam esperando, que Joker matasse uma pessoa. Joker acaba se contradizendo, pois sempre mostrou que era pacífico mesmo dentro do exercito e que a morte não era a única solução.
O mais interessante desta cena tão esperada, é que apesar de Joker querer matar a pessoa no fim das contas, tudo não se deve a raiva que lhe foi pregado todo aquele treinamento, ele acaba cometendo homicídio devido a compaixão pela vítima, devido ao seu estado crítico e não por um simples ato de vingança. Mostrando o que é muito comum nos filmes de Stanleu Kubrick, a dualidade, algo que se encontra presente em todas as suas obras, como por exemplo: em Full metal jacket, a própria capa já lhe causa uma estranheza, já que tem um capacete com os dizeres – Born to kill – porém com um pin da paz junto a ele, ou em na natureza de um personagem cuja a natureza vai de ser um assassino e mesmo assim conseguir gostar de Beethovem, entre uma pessoa que possui compaixão e que ao mesmo tempo é um assassino, que é no caso de private Joker. O mais interessante disso, é a aceitação que o personagem tem de si próprio, no qual ele aceita sua própria natureza e diz “Estou num mundo de merda, sim, mas estou vivo e não tenho medo”.
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