DA FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS À PEDAGOGIA COMPETENTE
Por: Mateus Carapiá • 6/6/2015 • Resenha • 545 Palavras (3 Páginas) • 208 Visualizações
RESENHA:
DA FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS À PEDAGOGIA COMPETENTE
Nas ultimas décadas, correntes pedagógicas como a pedagogia do professor reflexivo, professor pesquisador, construtivismo e pedagogia por competências, ganharam espaço no meio acadêmico por proporem dinâmicas de aulas interdisciplinares em salas de aulas. O docente por sua vez, reserva uma parcela da carga horária do curso/aula para desenvolver “competências” em seus aprendizes, por via da integração entre sua disciplina, outras disciplinas e o mundo. Para Prado (2009) essas pedagogias contemporâneas “(...) não correspondem a um legado, a uma nova tendência educacional, mas sim a mais um modismo como tantos outros que já passaram na educação brasileira”.
É latente, na atualidade, o clamor de toda a sociedade civil, por melhorias na qualidade da educação brasileira. Este tema é centro de debates políticos, objeto de estudos de pesquisadores, teóricos educacionais e no próprio cotidiano dos indivíduos comuns. Entretanto essa “melhora” não está sendo alcançada pelo modelo por competências, já que os estudantes são aprovados por estarem integrados a ações propostas pelo professor, e não por desenvolver raciocínio baseado no conteúdo da disciplina, logo, o discurso das pedagogias contemporâneas que afirma que o estudante precisa “aprender a aprender”, não passam de uma tentativa ineficiente de desenvolver a aprendizagem pautada em outros pilares que não seja o próprio conteúdo, do qual fica em segundo plano nas rotinas escolares. Entretanto é importante compreender que a interdisciplinaridade e ações propostas pelas pedagogias contemporâneas são positivas desde que não suprimam o principal foco, a aprendizagem do conteúdo por parte dos discentes.
A educação formal foi praticamente demonizada pelas novas pedagogias, já que esta priorizada o conteúdo como eixo central de sustentação do raciocínio do educando na disciplina cursada. É necessário compreender que o sistema “conteudísta” da educação formal pode estar atrelada à práticas interdisciplinares, tecnologias educacionais entre outros recursos que sirvam de suporta para a aprendizagem, e não como base de um sistema de aprendizagem.
As pedagogias contemporâneas, frequentemente, justificam seus ideais baseados na pedagogia freireana. Esta por sua vez (a pedagogia freireana), como afirma Prado (2009),
“(...) vem sofrendo processo de banalização, que em ultima instancia associado ao principio do aprender a aprender tem contribuído para a descaracterização do próprio professor enquanto profissional qualificado para o exercício do magistério”.
O professor está, cada vez mais, se tornando coadjuvante no ensino brasileiro. Este por sua vez (o professor) não deve ser única fonte de informação para os educando, como sabiamente reflete Prado (2009), já que atualmente a informação esta democratizada e de atualização contínua, mas sim ser figura essencial e insubstituível no processo de aprendizagem. O processo de aprendizagem não deve ser totalmente autônomo, ou seja, a intenção da educação não é transformar o aluno em um autodidata, mas sim construir o conhecimento na relação aluno-professor, baseado no conteúdo, já que este possibilita o resultado principal, “o saber/conhecimento”.
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