Desafios da Atuação em Sala de Aula

1. INTRODUÇÃO

1. Apresentação

No projeto em questão, iremos analisar o contexto de formação dos professores regulares em oposição à atuação escolar. As entrevistadas foram professoras, de classes regulares que atuam ou já atuaram com educação inclusiva em escolas privadas. Discute-se a importância de atentarmos para os aspectos referentes à formação docente, para atender alunos em processo inclusivo, por meio da análise das interações sócio discursivas que acontecem nas instituições escolares.

Trata-se de um estudo qualitativo. A pesquisa de campo será realizada através de uma entrevista semiestruturada a duas profissionais da área. A análise se dará por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977)

1. Tema

Discutir a formação dos docentes é um tema fundamental quando se almeja educação de qualidade para todos. Mantoan (2013, p. 18) aponta que “a educação é um direito humano, fundamental e, portanto, deve ser colocada à disposição de todos os seres humanos”. Logo, a educação por si só já deveria ser inclusiva, promovendo assim a inserção de todos os alunos no ambiente de ensino regular. Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido para que esta inserção seja realizada de forma eficaz.

E dentre estes percalços, nos chama a atenção a ausência de capacitação de professores para lidar com os alunos com necessidades educativas especiais. A Educação Inclusiva está inserida no ensino regular com o objetivo de fortalecer valores como igualdade e respeito, além de desenvolver a interação de crianças que sofrem as consequências de uma sociedade excludente. Neste contexto, cabe ao educador a responsabilidade de desenvolver com êxito as aprendizagens nas múltiplas capacidades dos alunos, e não apenas a transmissão do conhecimento historicamente acumulado, implicando a atuação profissional não como algo técnico, mas sim intelectual e político.

Conforme Medeiros (2009, p. 29), há uma defasagem na formação acadêmica de docentes que, eventualmente, irão lidar com Educação Inclusiva:

   Em relação à formação de professores e à Educação Inclusiva, podemos dizer também, que esse encontro está em processo, visto que, nos cursos de formação inicial, esse tema ainda é pouco abordado, geralmente, com um ou dois componentes curriculares que tratam sobre o assunto. Cursos específicos sobre a inclusão escolar no Brasil são oferecidos em nível de graduação (em poucas universidades), extensão e pós-graduação.

Na medida em que a educação inclusiva começa ser inserida na educação regular, exige-se que o professor faça uma adaptação em sua forma de ensino, desenvolvendo atividades e práticas que visem a trabalhar as necessidades individuais de cada aluno de forma ainda mais cuidadosa devido à presença de pessoas com deficiência. Por esse motivo, é imprescindível que todos que os educadores estejam habilitados para atuar de forma competente junto a esses alunos em cada etapa do ensino. Logo, tais habilidades devem ser apresentadas já nos cursos de formação docente e das licenciaturas, a fim de ampliar o conhecimento do futuro professor acerca dos desafios da atuação profissional e dar suporte para que suas práticas pedagógicas sejam pautadas na inclusão.

No entanto não bastam apenas conhecimentos sobre necessidades especiais, é preciso garantir que o conjunto de professores se apropriem desses conhecimentos e se transforme, transformando sua práxis pedagógica, o que só acontecerá se estes tiverem “consciência de suas razões e benefícios, tanto para os alunos, para a escola e para o sistema de ensino quanto para seu desenvolvimento profissional e pessoal”, segundo Prieto. (2006, p. 59)

Neste contexto, a atuação do psicólogo escolar se mostra extremamente importante, pois segundo Leite (2008, p. 26) cabe a este profissional “identificar os conhecimentos e práticas psicológicas consideradas relevantes, para que possam ser colocadas a serviço desse grande empreendimento histórico que é a luta pela construção de uma escola democrática, inclusiva e de boa qualidade.”

1. Objetivos – Gerais e Específicos

O objetivo deste estudo é realizar uma pesquisa sobre a importância da formação inicial e continuada para os professores de ensino regular, a fim de prepará-los para a realidade de inclusão de pessoas com deficiência nas escolas.

Além disto, busca-se compreender os fenômenos relacionados ao processo de inclusão no ambiente da Educação. Compreender a atuação e rotina do profissional docente. Levantar hipóteses de intervenção para facilitar o trabalho e diminuir as dificuldades das crianças que se encontram marginalizadas por possuírem alguma necessidade especial. Verificar como o psicólogo escolar pode auxiliar os profissionais da Educação na tarefa da inclusão.

1.4.     Hipóteses

Se há ausência de conhecimento/preparo na formação do docente, então haverá deficiência na atuação em sala de aula.

Se acontece deficiência na atuação em sala de aula, então os alunos com necessidades educativas especiais são os mais afetados de forma negativa.

Um docente que não teve a oportunidade de compreender a importância e razões da Educação Inclusiva, logo, se comporta de forma indiferente diante de situações com alunos que estão passando por um processo inclusivo.

Se os cursos de graduação e licenciatura na formação de docentes não os capacita para lidar com crianças com necessidades educativas especiais, então o sistema de ensino brasileiro é falho em níveis de ensino fundamental, médio e superior.

2.     MÉTODO

2.1.     Sujeitos

A primeira participante se chama J.S, é do sexo feminino, tem 28 anos, atua 1 ano como professora na educação infantil inclusiva e o local da realização da pesquisa foi na sua residência. A segunda participante se chama C.A, também do sexo feminino, tem 41 anos e atuou a 20 anos como professora na educação infantil inclusiva e hoje não atua mais, a realização da pesquisa foi no seu ambiente de trabalho.

2.2.     Instrumentos

O instrumento utilizado foi o roteiro de entrevista semi-dirigidas, com perguntas relacionadas ao método do trabalha da educação inclusiva e a atuação do psicólogo neste contexto.