Dimensões e Tendências da Economia Solidária no Brasil
Por: Renata Oliveira • 10/12/2020 • Resenha • 956 Palavras (4 Páginas) • 113 Visualizações
GAIGER, Luiz Inácio; KUYVEN, Patrícia. Dimensões e tendências da economia solidária no Brasil. Revista Sociedade e Estado. V. 34. N.3, set/dez, 2019, p. 811-834.
O artigo apresenta proposições pertinentes acerca da economia solidária no Brasil. As suas discussões permeiam além de uma conceituação ou ainda de uma revisão sobre as pesquisas já realizadas em torno desse tema. Se trata de um exame de apoio aos estudos com propostas de aprofundamento das investigações, anteriormente efetivadas, bem como uma pesquisa de caráter introdutório aos interessados por essas argumentações.
Nesse sentido, temos um texto dividido por cinco seções seguidas pelas referências bibliográficas necessárias para a sua escritura. Sendo essas: Introdução, Caracterização Geral Empreendimentos Econômicos Solidários, A Evolução dos Empreendimentos Econômicos Solidários, Sentidos da economia Solidária, Considerações Finais e Referências Bibliográficas.
Na primeira seção tem-se uma construção das noções introdutórias do tema do trabalho e da própria questão da economia solidária. Sendo assim, é apresentada uma contextualização em vários aspectos (demográfico, social e econômico) da economia solidária. Os processos criativos pertinentes aos órgãos ligados à essa alternativa que vai além da geração de emprego. É Mencionado como exemplo, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES). Consoante a isso, são citados trabalhos anteriores e a partir dessa retomada, é delimitado os alcances e os objetivos desse artigo. Enfatiza portanto, a questão de valorização do Sies. Apresentando, com isso, uma série de especificidades da economia solidária.
Em continuidade, apresenta um panorama, sintetizado, dos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), bem como uma espécie de mapeamento de suas principais ações. O que ratifica a visão dessa alternativa ultrapassando a questão de oportunizar de empregos desses grupos que efetivam a produção e/ou vendas em diferentes setores. Contempla-se, também, a presença dos EES nos âmbitos rural e urbano. Dessa maneira, discorre questões próprias de cada um desses espaços, sem contar no fornecimento de informações acerca da natureza das atividades desempenhadas nas e pelas mencionadas dimensões (rural e urbana). Isso configura, então, a segunda seção do artigo.
O terceiro segmento do texto, intitulado a evolução dos empreendimentos econômicos solidários, expõe uma síntese das principais tipologias de empreendimentos econômicos solidários, o que torna o texto capaz de produzir uma reflexão sobre as representações temporais dos diferentes empreendimentos. Ademais, é analisado, por intermédio das ações do Sies, os EES, criados antes de 1950, ainda ativos na data do mapeamento. O que leva os autores do texto a crer na justificativa para um grande surto de EES dos anos de 1990.
Em diálogo com os pontos comentados previamente, a quarta seção (sentidos da economia solidária) propõe caminhos para a reflexão em torno do conceito histórico da economia solidária. Apresenta, assim, embasamento para uma construção temporal dessa iniciativa organizacional. É Listado, consequentemente, as principais argumentações motivadoras da fundação da economia solidária e de seu crescimento nos últimos 20 anos. Enfatiza para uma visão pautada na estruturação ideológica fundadora dos EES: a resistência ao sistema imposto e a luta contra a indignidade. Isso soa, crê-se, como um apelo político no corpo do texto apresentado. Esse posicionamento esclarece a perspectiva de seus autores, por exemplo.
Um ponto interessante do trabalho mencionado ao longo da penúltima seção é um comparativo entre diferentes questionários aplicados em momentos distintos, como mecanismo de mapeamento dos EES. Dentre os resultados obtidos, tem-se: a possibilidade de integração do grupo ou coletivo, renda e demais ganhos, sem contar nas conquistas para a comunidade local e o comprometimento social dos sócios. Assim como é apresentado os principais desafios: aspectos econômicos, de renda adequada para os sócios e de viabilização econômica dos EES; aspectos sociopolíticos, como manter a união do grupo ou do coletivo, efetivar a participação e a autogestão, promover a articulação com outros EES e com movimento de economia solidária.
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