Direito De Imagem
Exames: Direito De Imagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: arriel • 7/4/2014 • 1.025 Palavras (5 Páginas) • 418 Visualizações
Processamento de Informações como Indicador de Futura Inteligência
Devido à fraca correlação entre os escores dos bebês em testes de desenvolvimento e
seu posterior QI, muitos psicólogos acreditavam que o funcionamento cognitivo dos
bebês tinha pouco em comum com o de crianças mais velhas e adultos - em outras palavras,
que havia uma descontinuidade no desenvolvimento cognitivo (Kopp e McCall,
1982). Piaget também acreditava nisso. Entretanto, quando os pesquisadores avaliam
como bebês e crianças pequenas processam as informações, alguns aspectos do desenvolvimento
mental parecem ser bastante contínuos desde o nascimento (Bornstein e
Sigman, 1986; Colombo, 1993; Colombo e Janowsky, 1998; Dougherty e Haith, 1997;
McCall e Carriger, 1993; Thompson, Fagan e Fulker, 1991). Crianças que, desde o início,
eram eficientes para receber e interpretar as informações sensórias apresentam bons resultados
em testes de inteligência.
Em muitos estudos longitudinais, as capacidades de habituação e de recuperação
da atenção durante os primeiros 6 meses a 1 ano de vida eram moderadamente úteis
para prever os escores em testes de QI entre as idades de 1 e 8 anos. O mesmo ocorreu
com a memória de reconhecimento visual - a capacidade de distinguir imagens conhecidas
de imagens desconhecidas quando ambas são mostradas ao mesmo tempo,
medida pela tendência de olhar algo novo por mais tempo (Bornstein e Sigman, 1986;
Colombo, 1993; McCall e Carriger, 1993). Em um estudo, bebês que, aos 5 e 7 meses,
preferiam olhar novas fotografias a olhar outras que tinham visto anteriormente tendiam
a obter escores mais altos nas escalas Bayley aos 2 anos e na Stanford-Binet aos 3
anos. Eles também apresentavam melhores habilidades de linguagem e capacidade de
memória aos 3 anos (Thompson et al., 1991). Em outro estudo, uma combinação de memória
de reconhecimento visual aos 7 meses e transferência intermodal aos 12 meses
previam o QI aos 11 anos e também apresentavam uma relação modesta (mas mesmo
assim notável depois de 10 anos!) com a velocidade de processamento e a memória nessa
idade (Rose e Feldman, 1995, 1997).
O tempo de reação visual e a antecipação visual de um bebê podem ser medidos pelo
paradigma de expectativa visual. Uma série de imagens geradas em computador aparece
brevemente, algumas no lado direito e outras no lado esquerdo do campo visual periférico
de um bebê. A mesma seqüência de imagens é repetida diversas vezes. Os movimentos
oculares do bebê são medidos para ver com que rapidez os olhos do bebê mudam
para uma imagem que há pouco apareceu (tempo de reação) ou para o local onde
o bebê espera que a próxima imagem apareça (antecipação). Essas medições podem indicar
atenção e velocidade de processamento, bem como a tendência de formar expectativas
com base na experiência. Em um estudo longitudinal, o tempo de reação visual
e a antecipação visual aos 3 meses e meio correlacionavam-se com o QI aos 4 anos
(Dougherty e Haith, 1997).
A sensibilidade a distinções auditivas pode ser outro indicador precoce de capacidade
cognitiva. A pesquisa constatou correlações significativas entre a capacidade de
discriminar sons aos 4 meses de idade e o QI aos 5 anos (0'Connor, Cohen e Parmelee,
1984).
De modo geral, existem muitos indícios de que as habilidades que os bebês utilizam
para processar as informações sensórias estão relacionadas com as habilidades
cognitivas que os testes de inteligência medem. Mesmo assim, precisamos ter cautela
na interpretação dessas descobertas. A maioria dos estudos utiliza amostras pequenas.
Além disso, a previsibilidade do QI na infância com base nas medidas de habituação e
memória de reconhecimento é apenas modesta. Não é superior à previsibilidade baseada
no nível de instrução dos pais e na condição socioeconômica e é menor do que a previsibilidade
baseada em outros comportamentos do bebê, como vocalização precoce.
Previsões baseadas exclusivamente em medidas de processamento de informações não
levam em conta a influência de fatores ambientais (Colombo e Janowsky, 1998; Lauch Esser e Schmidt, 1994; McCall e Carriger, 1993). Por exemplo, a responsívidade materna
nos primeiros meses de vida parece contribuir para a relação entre a inicial capacidade
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