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EDUCAÇÃO PARA O COTIDIANO: UMA ABORDAGEM SOBRE A UTILIZAÇÃO E O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA

Por:   •  28/7/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.523 Palavras (23 Páginas)  •  150 Visualizações

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CÁSSIO DE SANTANA DA SILVA E JOÃO DE BRITO PACHECO  (1177521 E 8012974)

Graduação em Matemática - Licenciatura

EDUCAÇÃO PARA O COTIDIANO: UMA ABORDAGEM SOBRE  A UTILIZAÇÃO E O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA

Tutor: Prof. Sérgio Luís Balthazar

Claretiano - Centro Universitário

BARREIRAS – BA

2018

EDUCAÇÃO PARA O COTIDIANO: UMA ABORDAGEM SOBRE A UTILIZAÇÃO E O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA

Resumo: Registros históricos evidenciam que desde muitos séculos atrás a matemática financeira acompanha o homem. Como exemplo dessa forte presença, pode-se apontar a sua importância no desenvolvimento do comércio, da indústria e do mercado financeiro. Não obstante ser tão importante para o cotidiano das pessoas e das empresas, a matemática financeira, bem como outros ramos da matemática, tem sido a causa de insucesso escolar de muitos estudantes. Muitos dos mesmos indivíduos que fora do ambiente escolar fazem cálculos mentais com facilidade, não conseguem resolver questões de matemática financeira em atividades e provas escolares. Estudos indicam que isso se deve à forma de ensino totalmente alheia à realidade social como muitas vezes se ensina esse assunto na escola, fazendo com que a matemática financeira praticada de maneira intuitiva e espontânea no lar ou no trabalho pareça ser algo diverso da matéria ensinada na sala de aula. Esse quadro incoerente do processo de ensino-aprendizagem demanda a adoção de caminhos didático-metodológicos alternativos à forma mecânica como a matemática durante muito tempo vem sendo ensinada, tais como jogos matemáticos e tarefas de educação financeira.

Palavras chave: Matemática Financeira. Cotidiano. Ensino.

1. INTRODUÇÃO

Em um mundo globalizado e de viés acentuadamente capitalista, em que o ganho de dinheiro encontra-se nos primeiros níveis de prioridade das pessoas e das organizações, a matemática financeira se tornou um dos ramos do conhecimento matemático de maior importância para o desenvolvimento de setores como o comércio, a indústria e o mercado financeiro.

Medeiros Júnior (2012, p. 14) salienta que no cenário econômico contemporâneo são inúmeras as formas de utilização da matemática financeira e, nessa mesma oportunidade, esclarece que o termo finanças denota a relação da matemática com a gestão do dinheiro.

A matemática financeira está sempre muito presente nos mais diversos contextos, ambientes e classes sociais. Do mais simples vendedor ambulante que comercia seus produtos nas calçadas das vias públicas ao grande executivo empresarial se valem desse conhecimento para a administração de seus empreendimentos.

O cotidiano está repleto de situações relacionadas à administração do dinheiro, seja em grandes ou pequenas quantias, de modo que a compreensão e utilização consciente das noções de matemática financeira é fator diferencial para uma vida sustentável tanto no campo pessoal quanto profissional. (MEDEIROS JÚNIOR, 2012, p. 14)

Com a pretensão de abordar a relevância do ensino e da utilização da matemática financeira o presente artigo trata da seguinte questão de pesquisa: Como aumentar o interesse e a aprendizagem de matemática financeira pelos estudantes a partir da relação entre esse assunto e a vida cotidiana? O justificativa para a abordagem  do referido tema se deve à verificação de que, apesar de a matemática financeira se fazer tão presente no dia-dia das pessoas, ainda hoje não é muito difícil deparar-se com situações em que o ensino desse assunto acontece de forma desconexa ou ao menos insuficientemente vinculada à realidade externa à sala de aula.

Duarte (2004) argumenta que o ensino mecânico de matemática é uma das causas do desempenho escolar insuficiente, provocando a reflexão quanto à relação entre esse fracasso e a inaplicabilidade do que é ensinado na escola na vida cotidiana.

A constatação da existência de algumas formas inexitosas de ensino de matemática, a exemplo da matemática financeira, gerou a inquietação dos profissionais e pensadores da educação e áreas afins, surgindo assim propostas alternativas para a abordagem da matemática financeira na educação.

Duarte (2004) aborda a intrigante realidade em que o mesmo aluno que não aprende matemática na escola, desenvolve certas habilidades de cálculo nas situações vivenciadas fora dela:

Mas o mercado atual exige trabalhadores qualificados e não pessoas acomodadas, que não questionam, que não buscam alternativas. Daí surge uma controvérsia: os mesmos meninos que na rua voltam troco, fazem pipas, marcam o campo de futebol, fracassam na Matemática escolar. Neste contexto, deveríamos refletir se a nossa prática pedagógica está contribuindo para este fracasso e como procurar caminhos que nos levem ao contrário. (DUARTE, 2004, p. 6)

Uma das principais observações dos estudiosos do assunto é que o ensino de matemática financeira dissociado do cotidiano acarreta o desinteresse dos alunos e, consequentemente, um baixo desempenho escolar. Os jovens egressos desse modelo de ensino acabam por praticar de forma medíocre o uso da matemática financeira para solucionar os problemas  que surgem no mundo real, vez que não contaram na escola com uma aprendizagem mais ampla, consistente e contextualizada.

Diante dessa situação, tem sido proposto pelos referidos colaboradores um ensino em que se aproveite as noções intuitivas sobre matemática desenvolvidas espontaneamente pelos alunos no seu cotidiano, para, a partir deste, potencializar a sua capacidade de uso da matemática financeira, aumentando as suas possibilidades de aplicação no cenário profissional e pessoal.

Objetiva-se com o trabalho proposto discorrer de forma sintética e clara sobre a importância do ensino e da utilização da matemática financeira, de forma a contribuir para a ampliação do universo de produções científicas que subsidiam teoricamente a prática do ensino de matemática financeira harmonizada com a realidade socioeconômica do mundo contemporâneo.

Também se pretende que a leitura do artigo instigue seus leitores, em especial aqueles ligados diretamente ao meio educacional, a refletirem criticamente, de forma a viabilizar o surgimento de novas ideias e projetos que venham a fortalecer as bases lançadas nessa construção de uma nova via para a educação matemática financeira.

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