EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO

INTRODUÇÃO

A arte de educar e cuidar são características inerentes a raça humana, e sempre houve uma preocupação em cuidar e educar a criança. Essa pesquisa apresenta alguns conceitos importantes da educação infantil: um prévio relato em relação a concepção de infância, a indissociação entre cuidar/educar, a importância do planejamento e da avaliação, os diferentes métodos de alfabetização e a necessidade do lúdico para o desenvolvimento infantil, entre outros aspectos primordiais para a organização da prática pedagógica.

A educação infantil e a concepção de infância passou por várias transformações no decorrer da história. O processo de aquisição da atual identidade da educação infantil foi longa e difícil; durante esse processo, surge uma nova idéia sobre infância e educação a qual a criança é valorizada e respeitada como um sujeito em pleno desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e emocional, e com características singulares sobre o que sente e pensa do mundo.

EDUCAÇÃO INFANTIL: O DESAFIO

A idéia de infância apresenta-se em diferentes concepções no decorrer histórico da humanidade, sendo construída sobre várias influências culturais e se modificando ao longo do tempo.

Hoje a concepção de infância é bem diferente de alguns séculos atrás. Houveram mudanças que deram origem a novas exigências sociais e econômicas conferindo a criança um papel de investimento futuro, que a fez passar de adulto em miniatura para um ser valorizado que hoje ocupa maior destaque e um novo olhar perante a sociedade.

Esses novos valores agregados ao conceito de infância transformou a educação infantil, de uma perceptiva assistencial para uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, que procura atender a criança de forma integral onde suas especificidades (psicológicas, emocionais, cognitivas, físicas, etc.) são atendidas e respeitadas.

Assim como a concepção de infância, a educação infantil ao longo de sua história, também passou por várias visões e transformações, que fizeram essa etapa da educação básica cada vez mais significativa.

Inicialmente a educação infantil era apenas assistencialista, com a função apenas de dar assistência as crianças pobres para que assim não ficassem nas ruas enquanto seus pais trabalhavam. No Brasil, sua função era voltada somente ao cuidar, portanto a única obrigação era com alimentação, higiene e cuidados físicos; era de baixa qualidade pois não oferecia a criança expectativas de melhoria de vida, e por outros fatores, entre eles evasão escolar e a reprovação na séries seguintes houve a necessidade de mudanças. A partir da constituição nacional de 1988 a educação infantil passa a ocupar um papel mais significativo dentro do panorama da educação no Brasil.

As crianças não frequentavam mais a educação infantil apenas para serem cuidadas ou assistidas, mas para serem educadas por profissionais capacitados que auxiliavam em seu desenvolvimento. Mesmo com essa dicotomia vivida durante tanto tempo entre o cuidar e o educar, atualmente deve ser superado, necessitando para isso, trabalhar de forma conjunta, procurando sempre o melhor para a criança.

Com novos olhares, criações de documentos e leis que favoreçam e norteiem os caminhos da educação infantil, há uma atual compreensão do seu papel voltado em direção ao cuidar, ao educar e ao brincar, reconhecendo-as como práticas indissociáveis.

Para o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil), educar assume um papel essencial no contexto da educação infantil pois significa:

Propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidade infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (Brasil,1998, p23).

Além do cuidar e do educar na educação infantil serem fundamentais nessa etapa, o professor deve ter consciência da importância do planejamento das ações pedagógicas desenvolvidas. Ao planejar ele deve ter a capacidade de valorizar os indicadores do RCNEI (Referencial Curricular para a Educação Infantil), e as diretrizes da LDB 9.495/96 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional), entre outros documentos que norteiam a práxis e visam as necessidades primordiais para a criança.

O educador deve contemplar um planejamento voltado para a criança com um olhar crítico em seu trabalho. Para isso, a avaliação na educação infantil é de extrema importância pois orienta a prática pedagógica e a análise de objetivos traçados, e corrige pequenas falhas da ação pedagógica.

O professor ao planejar suas atividades pensa e organiza o que irá realizar, tendo em mente tudo o que acontecerá no seu dia. O planejamento deve ser flexível para que, se houverem alterações, a prática pedagógica ocorra de forma satisfatória, visando sempre o desenvolvimento da criança.

Outro aspecto importante na educação infantil é a ludicidade nas ações e no ambiente pedagógico. As atividades que contemplam o lúdico favorecem a interação entre educador e educando e tem como objetivo produzir prazer e se divertir ao mesmo tempo. Paralelamente isso desenvolve na criança autonomia, habilidades cognitivas, motoras, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento em relação a crianças e ao mudo que a cerca.

As escolas esqueceram da importância do brincar e muitas a consideram como perda de tempo, fazem uma separação entre a brincadeira e o jogo. Sabe-se que tanto a brincadeira quanto o jogo são primordiais para a criança desenvolver capacidades importantes de socialização, por meio da interação, da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

Quando a escola e os professores favorecem o brincar na educação, abre-se uma possibilidade de decifrar vários enigmas que rodeiam o universo da criança. A brincadeira, o brinquedo e os jogos são momentos que, independente da fase da criança, a fazem vivenciar um mundo sobre si mesmo, dentro de um contexto de faz de conta.

O lúdico deve ser inserido em toda a organização do trabalho pedagógico. E um dos momentos em que o educador pode desenvolver vários aspectos contemplando o lúdico e a prática de se organizar em rodas de conversas; a mesma traz inúmeros significados: a expressão por meio da linguagem oral de sentimentos, ideais, valores e experiências vivenciados no cotidiano da criança.

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