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Educação Corporativa

Artigo: Educação Corporativa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/11/2014  •  Artigo  •  2.426 Palavras (10 Páginas)  •  165 Visualizações

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Como um reflexo das mutações que o Brasil sofreu ao longo dos anos, a década de 90 foi marcada pela escassez de vagas de trabalho, resultando em um alto nível de desemprego em todo o país. Desta forma, era possível e relativamente fácil recrutar e selecionar os profissionais considerados mais adequados e qualificados para determinadas vagas, o que gerava um alto índice de substituições de funcionários, frequentemente com salários mais baixos que seus antecessores, uma vez que a oferta era muito maior que a demanda por força de trabalho.

A partir da metade dos anos 2000, através de oscilações positivas do PIB (Produto Interno Bruto), uma nova transformação no mercado de trabalho se observava. A demanda por profissionais aumentava mais rapidamente do que a força de trabalho, o que gerava menores índices de desemprego, valorizando cada vez mais as pessoas. Essa mudança permaneceu e resultou em uma situação econômica que colaborou e favoreceu às melhores práticas do mercado em relação aos processos de recrutamento, seleção e contratação.

O nível de dificuldade nos processos seletivos aumentou significativamente, uma vez que os desempregados, acompanhando o movimento de crescimento da escolaridade no país, sentiram a necessidade e foram se qualificando ao longo desse período. Assim como os desempregados e contratados começaram a investir em si mesmos com cursos técnicos, bacharelados e especializações, a remuneração também já não podia mais ser a mesma. A partir do momento que se define uma nova forma de remuneração fica evidente o ciclo vicioso que se encontram as relações de trabalho: a empresa remunera melhor, exigindo maior comprometimento de seu pessoal, assim como os profissionais irão se qualificar incessantemente para obter maiores salários e benefícios.

Com essa contextualização, verificaremos ao longo do texto a existência de uma grande divergência entre o que o mercado demanda e o que o governo fornece à população brasileira, além de como esses dois aspectos estão diretamente ligados e como cada um impacta no outro. Essa distinção entre as duas partes são importantes para entendermos as dificuldades que se encontra tanto na visão do empregador, como na realidade do indivíduo que busca emprego ou que já está empregado.

Primeiramente, é primordial compreender a situação atual da educação e da sociedade para que depois correlacionemos com a educação corporativa e o mercado de trabalho.

Conforme a autora Marisa Eboli (ANO) descreve sobre a situação dos educadores no Brasil, “não há uma fórmula mágica dizendo que cursos têm de fazer, que teorias deve usar, que pessoa deve ser (...).”. No ensino de base, conhecido também como fundamental, o professor precisa obrigatoriamente ter domínio sobre o que está transmitindo aos seus alunos. No entanto, não é isso que se vê nas escolas, mas, sim, uma evidente falta de preparo dos professores para ensinar os mais novos.

Quando se questiona de quem é a culpa da educação de base ser precária, percebe-se a profunda complicação que existe para se encontrar um culpado. Se os interessados deveriam ser os professores, pais ou os próprios alunos (quando já possuem condições de refletir sobre o assunto), muitas vezes esses envolvidos não tem poder de comparação, já que seus processos de ensino foram fracos ou nem tiveram a oportunidade de frequentar uma escola.

Já aqueles pais que tiveram oportunidade de estudar em bons colégios, possivelmente, conforme pesquisa analisada pela autora Marisa Eboli (ANO), avaliarão de maneira positiva as instituições que colocaram seus filhos para estudar. Sendo assim, não encontrarão razões ou motivação para protestar.

De qualquer maneira, considerando o universo das pessoas sem uma instrução escolar qualificada e aqueles que tiveram boas oportunidades de ensino, nenhuma delas questiona ou protesta contra as poucas e falhas políticas do governo em relação à educação. E sendo assim, “se os governantes não ouvem protestos firmes e zangados, por que iriam se desgastar politicamente para melhorar o ensino?” (EBOLI, ano).

A baixa qualificação do ensino de base influencia no resto da vida acadêmica e profissional do indivíduo. Quando a população não questiona, não debate, os professores se tornam meros coadjuvantes no processo de ensino por não terem motivação nem reconhecimento; as organizações, que estão acompanhando diariamente o mercado internacional, percebem que a população não acompanha as inovações e práticas

A sociedade brasileira é bastante dinâmica e para acompanhar este processo, ocorrem vários fatores. Um contexto democrático do qual grupos atuam, disputando pelos seus interesses. Como as relações entre mercado de trabalho e qualificação são centrais na definição de um modelo de desenvolvimento que implicam conflitos de visões e interesses, especialistas e grupos sociais.

O maior dinamismo econômico tem o reflexo sobre o mercado de trabalho ao gerar elevação salarial. O Brasil ultrapassou revoluções tecnológicas com o perfil bastante conservador e com grandes consequências para os trabalhadores do País. Através do desenvolvimento para parte da grande mídia e segmentos do setor empresarial, o funcionamento das engrenagens do mercado com o objetivo da valorização do trabalho parece gerar um estranhamento.

Nos embates interpretativos sobre uma nova maneira de funcionamento

de seleções e contratações, surgiu a denominação “apagão de mão de obra”. Deslocamento da realidade atual que resultou em ampliação das dificuldades para compatibilização de qualificações requeridas e disponibilizadas, para uma situação hipotética de inexistência absoluta de trabalhadores qualificados, este novo “conceito”.

Um bom mobilizador social para o legítimo e necessário debate acerca da escolaridade e da qualificação profissional, o discurso do “apagão de mão de obra” pode gerar um afastamento das soluções reais para os problemas do mercado de trabalho no país. Este modo de raciocínio acaba por hegemonizar a ideia de que as limitações à produtividade e ao desenvolvimento se devem às

características da força de trabalho.

A dessincronia entre qualificações demandadas e oferecidas no mercado de trabalho nacional encontram-se, atualmente no histórico desequilíbrio e desigualdades que orientaram a disponibilidade e absorção produtiva dos trabalhadores brasileiros. Motivada pela ideia de que este debate desenvolvimento centrado no trabalho, a instituição vem produzindo vários estudos sobre as relações entre qualificação e mercado de trabalho.

Em Mudanças na educação e no mercado de trabalho, a evolução de inserções

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