Educação Da Mulher
Dissertações: Educação Da Mulher. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: andreiacg • 5/11/2013 • 1.972 Palavras (8 Páginas) • 391 Visualizações
O mito da feminilidade
Analisaremos a situação da mulher na sociedade, onde veremos como é expresso o preconceito de gênero. Toda a história da educação é narrada pela ótica das classes dominantes, isto é, a figura masculina. Apenas na comunidade primitiva, a mulher conseguia desempenhar um papel social relevante, podendo assim participar das atividades coletivas da tribo, que eram atividades complementares, não de subordinação. Quando deu inicio a propriedade privada, a mulher foi submetida apenas ao mundo doméstico e subordinada ao chefe da família. A mulher se viu reduzida à função de reprodutora e encarregada da educação dos meninos até os sete anos de idade, e as meninas eram confinadas ao lar até o dia do casamento. Desta forma, as sociedades tem fixado os modelos de “ser mulher”, definindo o que entendem por feminilidade.
A antropologia nos auxilia a respeito de uma “construção” social da mulher, de acordo com a expectativa de cada sociedade em relação ao papel que a mulher deve desempenhar.
A mais comum das distorções é representada pelos estereótipos, que define a mulher em padrões considerados “naturais”. Ela teria então, características como a intuição, a delicadeza, a sensibilidade, o altruísmo, o amor incondicional, que culminariam no “instinto materno”. Essa valorização da intuição feminina, nada mais é, que diminuí-la em relação ao homem, como sujeito mais racional, sendo capaz de elaborações intelectuais mais refinadas. Quando definida como sensível e amorosa, queremos dizer que são passiva e presa fácil das emoções, já o homem é considerado agressivo e empreendedor. Ao dizer que ela é altruísta, exigimos o abandono de si, à torna-la um “ser para outro”, temos facilitada a sua submissão. Exaltar o instinto materno aproxima a mulher da natureza e a confina ao mundo doméstico, na esfera privada. O homem por sua vez, se volta para a rua, para o público, como artífice da civilização.
A filósofa francesa Simone de Beauvoir, que nos anos de 1940 se destacou como pioneira na desmistificação da feminilidade, disse que “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. A psicologia diz que, aos 3 ou 4 anos de idade, a criança já consegue perceber os modelos sociais de comportamento adequados ao seu sexo, aprendidos por meio de gratificações e sanções, quais as exigências dos papeis a serem desempenhados na cultura a que pertence. Caso os filhos não consigam corresponder a estes modelos, os pais e professores são obrigados a procurar meios para adequá-los aos padrões vigentes.
Tudo o que é realizado a efeito da educação familiar, encontra reforço em inúmeros outros campos da vida. A reprodução dos estereótipos se dá nos meios da comunicação de massa, e isso acontece em relação à religião, à escola, à profissão, às leis, à literatura, quando são difundidas velhas fórmulas preconceituosas.
Em relação à crítica ao mito da feminilidade, ele não tem como objetivo a anulação das diferenças entre homem e mulher. Porém, todo o estereótipo é rígido, preconceituoso e geralmente se encontra a serviço da dominação. A educação precisa estar direcionada para garantir a diversidade pessoal, podendo tratar-se de homem ou mulher.
Quando falamos sobre esses aspectos da subordinação e da emancipação feminina, estamos querendo dizer sobre os movimentos feministas que, anunciados desde o século XIX, adquiriram força na primeira metade do século XX, e eclodiram em todo o mundo, e foi chamada de revolução sexual da década de 1960.
Histórico da educação da mulher
A educação formal da mulher sempre foi preterida. Com algumas variações, todos os povos confinaram as mulheres a certos espaços da casa. Os meninos saíam bem cedo da tutela da mãe, enquanto as meninas continuavam dependendo dela para que fossem aprendidas as atividades femininas. Os filósofos e pedagogos menosprezavam a educação feminina. É o caso de Rousseau, sempre avançado nos ideais de uma educação renovada, mas, restringia a mulher para o universo doméstico.
Vives, Comênio, Madame de Maintenon e Fénelon, preocupavam-se com a educação feminina de forma especial. Fénelon atribuía à ignorância das mulheres da corte francesa à ausência de uma educação mais cuidada. Esses autores estavam convencidos de que era para o lar que adviriam as vantagens de tal educação.
Apesar das duras restrições que foram feitas à expressão das mulheres, elas buscavam um espaço onde pudessem ser ouvidas. Em plena Revolução Francesa, a escritora Olympe de Gouges parafraseava seu discurso revolucionário: “A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. (...) Esses direitos inalienáveis e naturais são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo a resistência à opressão. (...) O exercício dos direitos naturais da mulher só encontra seus limites na tirania que o homem exerce sobre ela; essas limitações devem ser reforçadas pelas leis da natureza e da razão”. E essa mulher corajosa acabou sendo guilhotinada em 1793 por ter querido ser um homem de Estado e ter se esquecido das virtudes próprias do seu sexo.
Paralelos aos projetos de universalização da escola pública, foram se intensificando os movimentos feministas, e lutavam pela autonomia da mulher e pelo direito a oportunidades de estudo, profissionalização e participação política. As mulheres não eram cidadãs plenas sendo excluídas do direito de votar. Mas está conquista foi realizada no século XX, em 1906 na Finlândia, em 1913 na Noruega, em 1917 na então União Soviética, em 1918 no Canadá, em 1920 nos Estados Unidos, em 1928 no Reino Unido e na Alemanha, em 1932 no Brasil, em 1971 na Suíça, e em 1976 em Portugal.
O movimento da Escola Nova contribuiu para integrar a mulher na escola, estimulando a coeducação. No meio rural a taxa de analfabetismo sempre foi maior, por estarem destinadas desde pequenas aos afazeres domésticos. Já em meios urbanos, nas últimas décadas esses índices têm sido revertidos.
Esse é apenas o início de uma grande luta pela emancipação. As mulheres se entremeiam com os esforços para a profissionalização, num mundo capitalista onde as dificuldades passam a ser de outra natureza.
A educação da mulher no Brasil
No Brasil, nenhuma educação formal era reservada às mulheres. Analfabetas, nos primeiros tempos da colonização, muitas delas nem sabiam falar o português, eram usadas à língua dos índios, conhecida como “língua geral”.
Algumas mulheres eram educadas nos conventos fundados entre 1678 e 1685, mas foram casos raros. Já no fim do século XVIII, o bispo Azeredo
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