Educação Da Mulher
Ensaios: Educação Da Mulher. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: galvani • 28/11/2013 • 1.747 Palavras (7 Páginas) • 282 Visualizações
O mito da feminilidade
Vamos analisar a situação da mulher na sociedade, a partir de uma longa história de opressão e subalternidade. Vamos destacar que a história da educação, agora é androcêntrica, isto é, centrada na figura masculina.
Apenas na comunidade primitiva, a mulher desempenhava um papel relevante, participando das atividades coletivas da tribo. Mesmo que já houvesse divisão sexual de tarefas essas eram complementares, não de subordinação. Quando surgiu a propriedade privada, a mulher foi confinada ao mundo doméstico e subordinada ao chefe da família.
De participante da produção social, a mulher viu-se reduzida à função de reprodutora e encarregada da educação dos meninos até os sete anos de idade, enquanto as meninas permaneciam confinadas ao lar até o casamento.
A antropologia nos ensina a respeito de uma “construção” social da mulher, que varia de acordo com a expectativa de cada sociedade a respeito dos papéis que a mulher deve desempenhar nada contra esses modelos, por serem importantes para o funcionamento da sociedade. Com relação às mulheres, durante milênios impôs-se um modelo que, embora comportando variações, conservando inata a subordinação ao homem, mantendo assimétrica sua relação com ele.
A mais comum das distorções é representada pelos estereótipos, que fixam a mulher em padrões considerados “naturais”. “Segundo essa tendência, ela teria características como a intuição, a delicadeza, a sensibilidade, o altruísmo, o amor incondicional, que culminariam no instinto materno”.
A valorização da intuição feminina, na verdade, significa diminuí-la em ralação ao homem, como sujeito mais racional, capa de elaborações intelectuais mais refinadas.
Ao defini-la como sensível e amorosa, a consideramos passiva e presa fácil das emoções e quanto o homem é agressivo e empreendedor. Ao exaltar o instinto materno, aproximamos a mulher da natureza e a confiamos ao mundo doméstico, a esfera privada.
Já o homem se volta para a rua, para o público, como artífice da civilização. Apesar das mudanças de comportamento Alcançadas nas últimas décadas, graças aos movimentos de contestação, persistem ainda profundas diferenças com relação às expectativas dos papéis atribuídos ao homem e a mulher.
A filósofa francesa Simone de Beauvoir, disse que “ninguém” nasce mulher: torna-se mulher.
De fato a psicologia constata que, aos três ou quatro anos de idade, a criança já introjetou os modelos sociais de comportamento adequados ao seu sexo. A crítica da feminilidade não tem por objetivo a anulação das diferenças que certamente existem entre o homem e mulher.
Como já dissemos, os modelos existem, mais devem ser flexíveis, ou seja, enquanto construções sociais visam ao funcionamento dinâmico da sociedade com contraposição todo estereótipo é rígido, preconceituoso e geralmente se encontra a serviço da dominação. Não faz sentido reduzir a atividade de uma menina considerada “moleca” demais, tampouco exigir de um menino tímido e afetuoso um comportamento mais agressivo e atirado. Muito se deve aos movimentos feministas que anunciados desde o séc.XIX, adquiriram força na primeira metade do século XX do que se chamou de revolução sexual da década de 1960 que talvez seja a maior revolução dos nossos tempos.
Histórico da educação da mulher
Em um rápido retrospecto histórico, podemos constatar que a educação formal da mulher sempre foi preterida, ou seja, esquecida, restringindo-se apenas a certos espaços da casa. Enquanto os meninos saíam cedo da tutela da mãe, as meninas não.
As mulheres não tratavam dos negócios e nem da política e filósofos e pedagogos depreciaram a educação feminina.
Rousseau, por exemplo, restringia a mulher ao universo doméstico. Já Vives, Comênio, Madame de Maintenon e fenelon, preocuparam-se com a educação feminina de maneira especial. Porém todos eles estavam convencidos de que era para o lar que adveriam as vantagens de tal educação.
Condorcet foi uma exceção, ele valorizava a mulher como pessoa. Apesar das duras restrições feitas à expressão das mulheres, elas procuravam um espaço para se fazer ouvir. A escritora Olympe de Gouges parafraseava o discurso revolucionário: “A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. (...) Esses direitos inalienáveis e naturais são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo a resistência à opressão. (...) O exercício dos direitos naturais da mulher só encontra seus limites na tirania que o homem exerce sobre ela; essas limitações devem ser reformadas pelas leis da natureza e da razão".
No século XIX, Marx e Angels, foram favoráveis a mulher. Stuart Mill, influenciado por sua mulher Harriet Taylor, feminista e socialista, participou da fundação da primeira sociedade defensora do direito de voto para as mulheres. No mesmo século, intensificaram-se os movimentos feministas, que lutavam pela autonomia e pelo direito a iguais oportunidades de estudo, profissionalização e participação política das mulheres.
Após as grandes guerras, com o desenvolvimento da industrialização, houve uma meia participação das mulheres na rede escolar. Porém, essas mudanças aconteceram de forma irregular, conforme o lugar e a classe a que pertenciam essas mulheres.
Enfim, estamos apenas no inicio de um longo trajeto em busca da emancipação.
Educação da mulher no Brasil
No Brasil colonial, os jesuítas se ocupavam, de um lado para o outro, com a catequização dos índios, e de outro, com a formação dos filhos colonos. Nenhuma educação formal era reservada às mulheres. Nos primeiros tempos da colonização muitas delas nem sabiam falar o português, usavam a língua dos índios, conhecida como “língua geral”. Reclusas em casa raramente apareciam diante de estranhos.
Algumas mulheres se educavam nos conventos, mas eram casos raros, muitas delas eram enviadas aos conventos em Portugal. Em 1728 apenas doze meninas estudavam no Recolhimento de Santa Teresa, a ênfase era dada ao ensino de prendas domesticas e rudimentos de ler e escrever.
Já no final do século XVIII, foi fundado em Pernambuco o primeiro colégio para as meninas de casa-grande e de sobrado, isto é, para asa filhas de senhores de engenho e para as da elite urbana.
Com a vinda da família real apareceram algumas escolas para asa meninas de elite, eram contratadas preceptoras Europeias para educa-las em casa. No século seguinte, o Brasil já sofria a influencia de ideias pedagógicas
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