Educação E As Reformas Educacionais

EDUCAÇÃO E AS REFORMAS EDUCACIONAIS

A análise das circunstâncias históricas no campo das políticas educacionais em diversos países corrobora a concepção de complexidade e a perspectiva do poder transformador e de desenvolvimento subjacentes à educação. Ademais, as crises culturais e as reformas educacionais ocorridas em cada época deixam como legado as bases para as tendências e desafios para a educação na contemporaneidade.

A reforma educacional inglesa iniciada pelos governos conservadores nos anos 1960, bem como as reformas educativas latino-americanas nos anos 1990 foram engendradas à luz das mudanças econômicas, políticas e socioculturais de cada momento histórico, as quais conferiram novos significados e sentidos à educação. A reforma inglesa apresenta como característica fundamental a introdução de aspectos da economia em sua política educacional, consequentemente, aquelas que ocorreram na América Latina, são resultantes do processo da internacionalização desses tipos de reformas, e que possuiam propósitos e iniciativas semelhantes, configurando estratégia política para impulsionar a competitividade desses países no cenário econômico mundial. Na atualidade, a emergência ou consolidação da exigência de mudanças no campo da

educação deve-se às influências dos fenômenos da globalização, tais como a universalização da educação básica e a podronização de parâmetros curriculares e da estrutura dos sistemas de ensino, no processo de institucionalização educacional, também ao emprego dos recursos advindos das novas tecnologias de informação e comunicação no processo educativo.

Aquelas reformas incentivaram o surgimento de teorias e práticas didático-pedagógicas e gerenciais da educação, umas perpassaram o tempo, sendo abordadas, hoje, em sua integridade, enquanto outras constituiram as bases para estabelecimento de metodologias inovadoras no processo ensino-aprendizagem e de gestão educacional. Atualmente, o caráter complexo da educação consolida-se, dentre outros, no emparelhamento das ideias conservadoras e progressistas. Elementos do discurso político conservador, que defende a seletividade e a meritocracia, a presença da ciência e tecnologia na estrutura curricular, o ensino voltado para o desenvolvimento de habilidades e competências para as demandas da sociedade, a autogestão escolar e a consolidação da forma mercadológica da educação, ainda podem ser evidenciados no cenário educacional atual. Analogamente, elementos do discurso progressista podem ser evidenciados, tais como a universalização educacional, a consideração da autonomia do aluno na sua aprendizagem e a defesa de gestão educacional participativa. Como herança das mudanças educacionais, percebe-se que as tendências atuais para as teorias e práticas educacionais pautam-se no desenvolvimento de metodologias de ensino-aprendizagem numa perspecitva social, política e ideológica. Essa perspectiva tem influência na lógica advinda da cibercultura, da qual se pode destacar, além do emprego de recursos digitais e telemáticos no processo educativo, a valorização da ação colabrativa nas interações, nos diversos ambientes educativos; bem como, das concepções dos paradigmas holonômicos, em que deve-se valorizar o estudante em sua totalidade, levando em consideração sua iniciativa e criatividade; e a instituição

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