Ensino de Matemática ao Deficiente Visual

O ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O DEFICIENTE VISUAL

Francisca Rodrigues Borges ^[1]

 Jonathan Lavor da Costa (Orientador)^[2]

Resumo

O acesso à educação é um direito de todos em especial da pessoa com deficiência. Existem inúmeros tipos de deficiência. Neste trabalho de pesquisa trataremos do deficiente visual e suas dificuldades na aprendizagem de matemática no ambiente escolar. Objetivou-se reconhecer estratégias de ensino da Matemática para alunos com deficiência visual. A natureza dos dados e procedimentos utilizada é a qualitativa. Quanto ao propósito geral configurou-se como uma pesquisa exploratória. O método utilizado na condução das técnicas e instrumento de coleta de dados foi a pesquisa bibliográfica. Foram escolhidas quatro dissertações publicadas no catálogo de teses da Capes. Para as inferências dos dados produzidos, foi usada a análise interpretativa fenomenológica (TRIVINOS, 1987). Ao final da pesquisa, verifica-se a eficiência do uso de materiais concretos em sala de recursos e laboratórios de matemática para facilitar a aprendizagem de conteúdos de matemática pelos alunos deficientes visuais.

Palavras-chave: Aprendizagem. Ensino. Matemática. Deficiente Visual. Materiais Concretos.

TEACHING MATHEMATICS FOR THE VISUALLY IMPAIRED

Abstract

Access to education is a right for everyone, especially people with disabilities. There are numerous types of disability. In this research work we will deal with the visually impaired and their difficulties in learning mathematics in the school environment. The objective was to recognize teaching strategies of Mathematics for students with visual impairments. The nature of the data and procedures used was qualitative. As for the general purpose, it was configured as an exploratory research. The method that led to the techniques and instrument of data collection was the bibliographic research. Four dissertations published in the Capes theses catalog were chosen. For the inferences of the data produced, we started with the phenomenological interpretive analysis (TRIVINOS, 1987). The efficiency of the use of concrete materials in resource rooms and mathematics laboratories was verified to facilitate the learning of mathematics content by visually impaired students.

Keywords: Learning. Teaching. Math. Visually Impaired. Concrete Materials

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1. Introdução

A Educação Especial é uma modalidade da educação brasileira alicerçada na ideia do acesso à educação como um direito da pessoa com deficiência. Assim, faz parte de todos os processos formativos e tem como público-alvo o atendimento de deficientes físicos, pessoas com transtorno global do desenvolvimento e pessoas com altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 1996).

O Estatuto da Pessoa com deficiência considera a pessoa com deficiência “[...] aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual e sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (BRASIL, 2015, p.1).

O PNEE (Plano Nacional de Educação Especial) caracteriza cada impedimento da seguinte forma: “[...] Auditivo: impedimento relativo à perda auditiva bilateral ou surdez; Intelectual: impedimento referente aos déficits nas funções intelectuais e no comportamento adaptativo; Mental: impedimento referente aos transtornos mentais; Visual: impedimento referente à baixa visão ou à cegueira, o qual demanda o uso de códigos, como o sistema Braille, além de recursos e serviços de acessibilidade ao currículo, orientação e mobilidade.” (PNEE,2020, p.58,59)

Neste artigo daremos enfoque ao deficiente visual e suas dificuldades na aprendizagem de matemática no ambiente escolar. A Matemática é uma disciplina da área das Ciências Exatas e requer dos alunos muitas habilidades devido à abstração na compreensão e resolução de problemas.  A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) afirma “[...] A Matemática é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções.” (BNCC,2017, p.267). Dessa forma, solucionar esses problemas ainda é um desafio para muitos alunos em sala de aula.

Ensinar Matemática para alunos com deficiência visual torna-se um desafio a mais, porque geralmente a Matemática é vista como uma área do conhecimento de difícil compreensão e requer dos professores um maior desprendimento e busca de estratégias para o atendimento eficaz desse público.

Que estratégias de ensino podem subsidiar a matemática para o aluno com deficiência visual? Foi a pergunta problema que norteou o estudo realizado.

 E como objetivo geral: Reconhecer estratégias de ensino da Matemática para alunos com deficiência visual. E objetivos específicos: Situar histórica e legalmente a deficiência visual; Discutir o ensino de Matemática na perspectiva inclusiva e Apresentar estratégias de ensino da Matemática para alunos com deficiência visual.

O estudo justifica-se a partir dos parâmetros pessoal, acadêmico e para o IFPI enquanto instituição formadora.

A adesão ao tema deu-se devido às experiências vivenciadas em sala de aula. O primeiro contato foi com um aluno com transtorno do espectro autista onde presenciar as dificuldades e limitações no ensino e aprendizagem da disciplina de Matemática por ele despertou o interesse de estudar metodologias para o ensino dessa disciplina às crianças com necessidades especiais. Além disso, a formação inicial e continuada dos professores precisa ser aprimorada para um atendimento mais eficaz dos alunos da Educação Especial.

Surgindo daí o interesse de aprofundar estudos sobre estratégias de ensino que os professores de Matemática podem usar para mediar a facilitação da aprendizagem matemática.

Para situar este estudo no meio acadêmico acessou-se a Base Institucional Acadêmica (BIA) do Instituto Federal do Piauí em busca de trabalhos já realizados com a mesma temática, não sendo encontrado qualquer registro de trabalho de pesquisa com essa temática. Porém, foi encontrado um trabalho cujo objeto de estudo está relacionado com o deficiente visual.  Esse trabalho intitula-se “Avaliação da inclusão digital de deficientes visuais por meio do software DOSVOX” (DIAS, 2016). Nele está presente a apresentação de recursos tecnológicos que facilitará a inclusão deste público alvo em sala de aula.