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EDUCAÇÃO INCLUSIVA VOLTADA AOS DEFICIENTES VISUAIS: UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO AO DEFICIENTE VISUAL DO AMAPÁ

Por:   •  29/8/2017  •  Artigo  •  5.692 Palavras (23 Páginas)  •  749 Visualizações

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA VOLTADA AOS DEFICIENTES VISUAIS:

UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO

                AO DEFICIENTE VISUAL DO AMAPÁ

Eliana da Silva Costa

Elisângela Pires Alves

Katryne Kirian Fernandes Pinheiro [1]

RESUMO: O presente artigo pretende analisar a atuação do Centro de Apoio Pedagógico ao deficiente visual do Amapá – CAP/AP, como um suporte pedagógico da Educação Inclusiva voltada aos alunos com deficiência visual, mas também aos professores que trabalham com este público alvo. Optou-se como metodologia por uma pesquisa qualitativa em um estudo de caso, com análise documental do Histórico e Projeto Político Pedagógico do CAP/AP. Fez-se uma entrevista semiestruturada com perguntas abertas direcionadas aos pais ou responsáveis dos alunos atendidos pelo CAP/AP, de caráter exploratório-descritivo para efeitos de coleta de dados e análise da atuação do Centro na sociedade amapaense. Foram realizadas consultas bibliográficas referentes aos estudos da área da Educação Inclusiva e deficiência visual. O CAP/AP dá oportunidade ao aluno com deficiência visual de conhecer seu potencial e suas capacidades de desenvolvimento, seja a nível corporal ou a nível intelectual, englobando o ser humano como um todo, capaz de desenvolver sua capacidade de ensino-aprendizagem, mas também capaz de ser crítico e autônomo, livre em sua forma de pensar, de sentir, diante das normas de se comportar socialmente, enfim, um ser feliz sendo diferente.

Palavras-chave: Educação Inclusiva. Deficiência visual. Inclusão educacional.

ABSTRACT: This article intends to analyze the performance of the Pedagogical Support Center to the visual deficiency of Amapá - CAP / AP, as a pedagogical support of Inclusive Education aimed at students with visual impairment, but also to the teachers that work with this target audience. It was chosen as methodology by a qualitative research in a case study, with documental analysis of the History and Political Pedagogical Project of the CAP / AP. A semi-structured interview was conducted with open questions directed to the parents or guardians of the students attended by the CAP / AP, of an exploratory-descriptive character for the purposes of data collection and analysis of the Center's work in the amapaense society. Bibliographical consultations were carried out regarding studies in the area of ​​Inclusive Education and visual impairment. The CAP / AP gives the visually impaired student the opportunity to know their potential and their developmental abilities, be it at a corporal or intellectual level, encompassing the human being as a whole, capable of developing their teaching-learning capacity, but also Capable of being critical and autonomous, free in his way of thinking, of feeling, in face of the norms of behaving socially, finally, a happy being being different.

Keywords: Inclusive Education. Visual Impairment. Educational Inclusion.

1 INTRODUÇÃO

Alunos com deficiência visual no ambiente educacional é algo mais comum no mundo contemporâneo, na perspectiva da Educação Inclusiva. Alunos com deficiência visual no ambiente educacional é algo mais comum no mundo contemporâneo, na perspectiva da


Educação Inclusiva. Existem cegos congênitos (cegos de nascença) e os que adquiriram a cegueira (cegueira adquirida) nas escolas de inadequação arquitetônica, mas que isso, preponderam as barreiras atitudinais do preconceito e se estabelecem resistências ao diferente pela proliferação da segregação nas escolas e nos ambientes sociais. Estas barreiras precisam ser ultrapassadas, com a convicção de que não basta admitir alunos com necessidades educacionais especiais no ambiente escolar só para cumprir a lei.

É imprescindível o oferecimento de serviços complementares a estes alunos, com práticas criativas na sala de aula, com Projetos Políticos Pedagógicos nesta nova filosofia educativa, pautados na concepção de Educação Inclusiva. Para Mantoan (2004, p. 41) a escola é o lugar de desenvolvimento dos alunos, de se tornarem cidadãos com identidade sociocultural para se desenvolver dignamente.

Algumas escolas oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), mas nem todas proporcionam aos alunos com NEE este tipo de atendimento. Existem outros órgãos especializados no atendimento a estes alunos. Especificamente, o Centro de Apoio Pedagógico ao deficiente visual – CAP/AP realiza atendimento aos alunos com deficiência visual, dando suporte pedagógico a eles e à formação continuada aos professores da Educação Inclusiva voltada à deficiência visual.

A ideia deste artigo surgiu a partir da temática Sociedade e Educação: impasses e avanços, despertando o desejo de conhecimento da Educação Inclusiva neste contexto, mais concretamente na realidade da deficiência visual no Estado do Amapá, como objeto de estudo o CAP/AP e sua atuação na educação dos alunos cegos e com baixa visão. A prática de inclusão reflete a luta por uma educação para todos, ainda mais profundamente um processo que reflete a luta por igualdade de valores e direitos entre os seres humanos (MARTINS, 2010, p. 31).

Este artigo pretende analisar e apresentar informações sobre a atuação do CAP/AP no atendimento aos alunos com deficiência visual, único centro de atendimento a pessoas cegas e com baixa visão existente no Estado do Amapá. Sua atuação se mostra relevante para os alunos e professores da Educação Inclusiva, pois oferece recursos de apoio pedagógico às escolas com ou sem AEE que o procuram e precisa ser mais conhecido pela sociedade amapaense.

Será abordado neste artigo sobre a trajetória da Educação Inclusiva no Brasil, o deficiente visual e a inclusão educacional, bem como as estratégias e recursos pedagógicos para inclusão de alunos com deficiência visual no ambiente escolar, o qual nem sempre oferece estes recursos para uma aprendizagem mais eficaz.

2 TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

A inclusão é um seguimento arrojado e progressivo referente à cooperação e solidariedade, na qual o educador se torna um mediador responsável pela estruturação do conhecimento e interação do aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), considerando a inclusão como uma investida na reedificação desse público.

Ao analisar a Educação Inclusiva no Brasil nos séculos XVII e XVIII, notam-se teorias e práticas sociais de discriminação com promoção da exclusão desses indivíduos com deficiência onde a própria família, a escola e a sociedade condenavam esse público de forma preconceituosa, excluindo-os do meio social. Como relata Brasil (2001, p. 25): “na antiguidade as pessoas com deficiência mental, física e sensorial eram apresentadas como aleijadas, mal constituídas, débeis, anormais, ou deformadas”, os indivíduos com algum tipo de deficiência eram internados em orfanatos, manicômios ou em outros tipos de instituições nas quais eram tratados como anormais.

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