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Escola E Democracia

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Por:   •  29/8/2014  •  594 Palavras (3 Páginas)  •  590 Visualizações

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ESCOLA E DEMOCRACIA

“As diferentes teorias pedagógicas versus a questão da marginalidade”

Saviani inicia seu livro “Escola e Democracia”, levantando questões de dois grupos antagônicos. O primeiro grupo é o das Teorias não críticas, classificadas como a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia tecnicista. Este grupo entende que a educação é capaz de erradicar a marginalidade de nossa sociedade, sendo esta última, considerada aqui como harmoniosa. A marginalidade é um desvio, um fenômeno individual que deve ser corrigido, portanto, a educação serve como um instrumento de correção de desvios, tendo, ao mesmo tempo, uma margem de autonomia com relação à sociedade. No segundo grupo, que é o das Teorias crítico-reprodutivistas, subdivididas em Teoria do Sistema de Ensino como Violência Simbólica, Teoria da Escola como Aparelho Ideológico de Estado (AIE) e Teoria da Escola Dualista. Neste caso, de maneira oposta, a educação aparece como fator agravante, através da discriminação e responsável pela marginalidade, onde esta é inerente à estrutura da sociedade, da qual a educação é dependente. Aqui, a escola reforça e legitima a marginalização social através da marginalização cultural. Saviani frisa que estes grupos de teorias explicam a marginalização na forma da relação entre educação e sociedade. “O significado da metáfora Teoria da Curvatura da Vara”

Com base nesta metáfora, Saviani justifica um processo de tentativa de ajustes da educação: “quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso curvá-la para o lado oposto”. Esta metáfora foi enunciada por Lênin. Neste mesmo momento, afirma Saviani que “quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi à escola; e de como, quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada com a construção de uma ordem democrática. Saviani parece que puxa propositadamente a vara para o lado oposto, na esperança desta vir para o centro, que não é nem a Escola Tradicional, nem a Escola Nova, mas sim no da valorização dos conteúdos, que remetem a uma pedagogia revolucionária.

“ Uma teoria pedagógica mais satisfatória para as classes populares “

Partindo-se da crítica à pedagogia tradicional, Saviani defende uma pedagogia ativa, centralizada na troca de conhecimentos e na iniciativa dos alunos. Com as propostas do escolanovismo (métodos sofisticados, escolas bem equipadas, etc), seria válido adaptá-las às camadas populares, nas quais são maiores as dificuldades de aprendizagem.

O povo busca o acesso às escolas, ao contrário dos que já se beneficiaram dela. A escola será valorizada a partir de uma pedagogia articulada com os interesses do povo. Nessa escola para o povo, os métodos ultrapassariam os métodos tradicionais e novos. Levariam em conta os interesses dos alunos em primeiro lugar, porém sem abrir mão da iniciativa do professor. Tais métodos não seriam ecléticos, mas sim manteria continuamente presente a vinculação entre educação e sociedade, onde o ponto de partida do ensino seria a prática social, fazendo-se necessário transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade

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