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Estatistica Aplicada

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Por:   •  2/11/2013  •  3.146 Palavras (13 Páginas)  •  276 Visualizações

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A preparação do Empreendedor

Luisa estava pronta para conversar com o mentor. Tinha agora conhecimento muito maior do mercado, sabia de alguns pontos fracos dos seus concorrentes (que poderiam se tornar pontos fortes da GMA), como a fragilidade das embalagens, que além de desagradar aos varejistas, influía na durabilidade o produto, por exemplo. E, além de compreender melhor o comportamento dos consumidores e suas exigências, já estava em condições de identificar quais eram os melhores fornecedores. Até aquele momento, sua prospecção de mercado apresentava resultados animadores. O produto tinha bom potencial de vendas. Ela estava se preparando para fazer a analise financeira da GMA, ou seja, verificar se aquele produto inicial proporcionaria taxa de retorno do capital investido que fosse no mínimo, maior do que a aplicação dos mesmos recursos financeiros no mercado decapitais e suficiente para remunerar de forma condizente o seu trabalho. “Mais do que salario na clinica do Dr. Luís” Pensou. Caso contrario, não valeria a pena. Era inicio de novembro. Em Ponte Nova, após a tempestade, um conformado coração de mãe tentava recompor as coisas. Se nem casamento nem consultório haveria, a família poderia ganhar uma nova empresaria, que prometia façanhas e proezas sem fim. Por vezes, dona Maria Helena era flagrada no Sereia Azul, vangloriando-se dos dotes empresariais da filha: - Uma dentista empresaria, Industrial! O nome de Luísa voltava a ser pronunciado em tom respeitoso e admirado nas conversas depois de uma boa temporada no rol dos cochichos e fofocas. Naquele final de semana, seriam comemorados os 90 anos de nascimento da Vovó Mália. Grande festança. Luísa convidara o professor Pedro, cuja a amizade com Fernanda ganhava corpo, mesmo à distancia, muito em razão das goiabadas enviadas por ela, que não deixava o estoque do professor baixar como antes. Ele se pendurava ao telefone para agradecer, e as longas conversas, que quase sempre giravam em torno de Luísa, davam espaço para revelar uma cumplicidade em vários temas exóticos, como caçadas de elefantes na a África ou óperas em Londres. Sem jamais terem encontrado pessoalmente, trabalharam juntos contra a conspiração mineira e trocavam confidencias sobre a vida empresarial de Luísa quando isso ainda era tema proibido. Flávio hospedara o professor. As festividades do aniversario iriam se iniciar com uma almoço na casa de Luísa, onde, nessas ocasiões, a chuva permitindo, a mesa era posta ao ar livre, no terreiro. Já passava do meio dia de sábado. Luísa fora de carro buscar o professor para chegarem juntos ao almoço. Ela queria presenciar o primeiro encontro dos dois. Por nada nesse mundo perderia aquele momento. Tinha a intenção, no inicio velada, mas agora declarada, de unir os dois solteirões encruados. A sombra da Jabuticabeira, sentadas lado a lado, pés juntinhos e mãos repousando no colo, colunas aprumadas, dona Elisena, dona Rita, dona Marta, Vovó Mestra e mais outras senhoras ocupavam, com antecedência, seus lugares privilegiados na “plateia”, também ansiosas por testemunhas a chegada de Fernanda e do tal professor, cuja presença alimentava nelas o sonho frustrado por décadas do casamento de Fernanda. Ao chegar ao terreiro, o professor teve a confirmação do cenário por ele imaginado. Um quintal imenso, de chão batido, com jabuticabeiras a frente de um vasto pomar, que se estendia até o galinheiro; o calor daquela gente amável, de hábitos simples, mas de apurado senso critico, observadora da alma humana. O professor nem sonhava que os fatos que ali aconteceriam iriam compor a crônica mais ouvida por toda a cidade naquele final de ano. Filho do asfalto, forasteiro em qualquer ambiente em que o ar fosse puro, os velhos e loucos pudessem andar em segurança nas ruas, os animais vagassem soltos e frutos pudessem ser colhidos das próprias arvores, sentia sempre o impacto da grande diferença dos costumes de pessoas que viviam no interior, apesar da proximidade com Belo Horizonte. Não sabia por que, talvez o habito moldado no corpo, via na aparência das pessoas do interior algo peculiar. No falar e na forma de ver o mundo, de vivenciar as pequenas coisas, no jeito de conviver e de vestir... Em tudo, por tudo, gostaria de ser um deles – ter suas origens brotadas ali, entre aquela gente. Também ele estava excitado preparado para aquele momento. Chegando antes de Fernanda, depois demoradas apresentações, entrecortadas por sorrisos amáveis fugindo ao papel central que lhe era reservado, buscou abrigo no pretenso anonimato da plateia., acomodando-se em uma cadeira no meio das mulheres. Luísa não se separava do professor. Estava radiante com o sucesso que ele alcançara ate aquela hora. Seu bom humor e a conversa talhada para aquela senhoras conquistaram de imediato o coração da Vovó Mestra e da outras. Um “que rapaz bonitão hein!” escapara dos sussurros confidenciais e alcançara os ouvidos do professor – lisonja já esquecida para os seus 53 anos. O espetáculo estava montado. A plateia, ansiosa, arrebatada, excitava-se como diante da entrada de Carmen no primeiro ato da ópera. E Fernanda não se fez de rogada. Entrou triunfante do palco pela porta da cozinha. O Chão batido da terra sentiu-se acanhado ao receber a caricia dos sapatos de saltos oito e meio. Como sempre nessas ocasiões, carregara nas tintas. Estava esfuziante em seu vestido longo carmim, extravagante para a festa no terreiro das jabuticabeiras. Mas sua beleza fulgurante resistia aos exageros no vestir. Entrou oferecendo o sorriso franco, livre. Era alvo do amor e das brincadeiras de todos. Forjada em uma vida solitária e independente, construíra uma imagem de fortaleza afetiva e capacidade de trabalho. Mas ainda aos 48 anos, romântica e sonhadora como uma adolescente, procurava a imagem do homem perfeito. Poderoso, protetor e apaixonado. Em seu camarote, tendo aos pés um dos gatos da família, o professor beliscou-se para certificar de que não era tudo fantasia, de que não estava tendo alucinações. Sobre todas as demais exceção de Luísa, reinava a beleza de Fernanda. Aturdido, levantou-se tomou as mãos de Fernanda nas suas e se curvou, com uma mesura, para beija-la. Temeu estar ouvindo uma salva de palmas. O ímpeto de Luísa de todas as senhoras era bater palmas. Mas o único barulho que se poderia ouvir naquele fração de segundo era o pulsar cadenciado dos dois corações. No festival de 90 anos de Vovó Mália, Fernanda e o professor foram os centro das atenções. A programação era intensa: no sábado, almoço na casa de dona Maria Helena, missa solene as seis da tarde, seguida de serenata à porta da casa da família e, mais tarde, baile no clube. No domingo churrasco na casa do primo Flávio. As chamas de esperança no casamento de Fernanda foram, pela enésima vez, literalmente reacesas ao pé do altar

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