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Estrategias De Enfrentamento Ao Luto.

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Por:   •  20/8/2014  •  479 Palavras (2 Páginas)  •  803 Visualizações

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A grande revolução do século XX: avanços tecnológicos e estudos da medicina aumentaram a capacidade humana para adiar a morte. Se, assim, conseguiu-se um aumento da longevidade e sobrevida, conquistou-se também outra realidade: o sofrimento tornou-se vergonhoso. Enquanto na idade Media as mortes eram vividas com mais tranquilidade, eram mais familiares e assim vistas como um fato natural (Araujo e Vieira, 2001), na atualidade a sociedade impossibilita a expressão da dor por morte. Ela passa, então, a ser reprimida, escondida, solitária (Ariès, 1990). O desconforto da perda e suas repercussões, nesse contexto de internalização, tornam a morte, o feio e o diferente como realidades que não tem mais espaço na sociedade (Rabelo, 2006).

Freud definiu o luto como a reação à morte de uma pessoa amada e a percepção consistente do ego de que a pessoa amada não existe mais é colocada como motivadora do trabalho de luto. Embora existam experiências que correspondem à descrição de Freud do luto, ele nunca o estudou empiricamente. Usou, ao invés disso, a inferência de que o significado de luto já estava claramente compreendido a partir da descrição da melancolia. Lindemann, por sua vez, tratou de teoriza-lo em maior profundidade, isolando cinco “manifestações” da dor: Perda dos padrões de conduta, pesar, angústia somática, reações hostis e preocupação com a imagem do falecido. Porém, visando legitimar suas observações ante a comunidade médico psiquiátrica, afirmou que “o pesar é uma síndrome definitiva”. Assim, deixou de abordar o fenômeno do luto diretamente, uma vez tendo-o caracterizado como uma doença. Uma vez assim, o luto se torna um processos biológico que necessita de uma cura.

Por fim, Bowlby (1980) definiu o processo como algo “biológico-psicológico”, “desencadeado” pela perda de uma pessoa amada, dividindo o luto em quatro fases: entorpecimento, protesto, desespero e desprendimento. Sua teoria, entretanto, advém do estudo de uma criança de dois anos, separada de sua mãe por onze dias, nunca tendo estudou empiricamente sujeitos que se encontravam de luto. pela morte de uma pessoa amada. ( Bowlby, Robertson e Rosenbluth, 1952).

Independente da tríade de autores escolhida para análise, vislumbra-se histórica e antropologicamente o seguinte contexto: segregamos a morte e eventos correlatos à obscuridade do desconhecimento. Por medo, inaptidão ou motivo outro, a sociedade posta-se como obstáculo ao enfrentamento das repercussões psicológicas e sociais da morte. Se, aparentemente, isso causa um falso senso de estabilidade, termina também por descapacitar o humano no mais essencial de sua natureza. Para as mortes trágicas, adicionalmente, existe a imprevisibilidade dos fatos, dos acontecimentos que levaram ao falecimento do ente e, assim, uma dor maior ou mais elaborada que aquela vista em casos para os quais já havia um processo estabelecido nesse sentido.

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