Etica Na Assistencia De Enfermagem
Pesquisas Acadêmicas: Etica Na Assistencia De Enfermagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cristiane02 • 13/10/2013 • 1.788 Palavras (8 Páginas) • 539 Visualizações
A relação ética e ciência é um dos debates que nos foram trazidos no século XXI, a partir do lançamento da bomba nuclear nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão no fim da II Guerra Mundial em 1945, e mais neste século com a degradação do meio ambiente, e o progresso científico nas áreas tecnológicas e genéticas passando do plano teórico para o existencial. Começamos a perceber na vida cotidiana a deterioração do ambiente físico e social ao lado do mundo maravilhoso da tecnologia. As conquistas tecnológicas nos campos da comunicação, transporte, alimentação, moradia, saúde e lazer convivem ao lado do desequilíbrio ecológico, da miséria, da fome, o desemprego, os sem-terra, sem-teto, enfim ao lado de toda a violência que destrói a dignidade humana. Para falarmos da relação entre ciência e ética é preciso, ao principio buscarmos uma definição para a ética, e como esta vem a se contrapor a ciência.
2 Como definimos ética?
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é a ciência que estuda um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está diretamente relacionada com o sentimento de justiça social, a essência da verdade.
Se relembrarmos da origem da filosofia na Grécia, por exemplo, os sofistas (sábio em grego), que através da retórica e do convencimento pelas palavras, da oratória, julgavam que “a verdade é resultado da persuasão e do consenso entre os homens”. Isso era combatido por Sócrates, Platão e Aristóteles que julgavam ser a essência da verdade através da razão e não do “simples” convencimento e consenso. Sócrates fazia isto através de perguntas básicas, feitas a diversos profissionais especialistas, tais como: ao “sapateiro” – o que é um sapato? Ao “juiz” - o que é a justiça? Ou o que é a verdade? E assim, a partir de um questionamento, buscava desvendar, através da razão e da lógica e não mais por um simples convencimento retórico, o que seria esta verdade.
Poderíamos dizer então que, de certa forma, Sócrates inaugura a ética dentro do discurso. Assim teríamos a questão da subjetividade na ética, e a formação da própria sociedade interagindo entre ela e os indivíduos. A ética ajudando-nos a refletir sobre os costumes, sobre as práticas da ciência, da religião, da família, da empresa, em fim, em todas as instituições da sociedade. A ética nos ajuda a pensar a subjetividade. Que sujeito é esse em tal momento da história? Que sujeito é este hoje? Que “conhecimento” é este que buscamos pela ciência?
4. O Que é Ciência?
A ciência pode ser definida como um conjunto de conhecimentos sistematicamente organizados, com um objeto de estudo determinado. Este conhecimento, entretanto, não pode ser considerado como verdade absoluta. Podemos verificar, ao longo da história, que verdades científicas sofrem transformações, muitas vezes radicais em curto espaço de tempo. Tanto a Ciência como a Tecnologia se modificam a partir de imposições da própria sociedade, estando intimamente relacionadas à transformação desta mesma sociedade.
3 a ciência, a ética e a filosofia
Não existe um profissional ético, sem antes um homem ético. Portanto, a discussão sobre ética deve ser vista como uma situação-problema que provoca e estimula uma reflexão abrangente sobre a própria natureza da relação ética e ciência. Em sua reflexão sobre o conceito de progresso MATOS (1993) conclui que: “como não há progresso que não seja também moral, a principal tarefa dos nossos dias é o combate pelo progresso dos direitos humanos.” Referenciando a utopia que temos em comum: a humanidade com vida digna e feliz. Visto deste ponto, a reflexão filosófica não tem a utilidade imediata no sentido do senso comum. Sua contribuição à ciência e à técnica explicando os fundamentos metodológicos e certamente, éticos. Citando CHAUÍ (1994): “Não se trata, pois, rigorosamente de uma ciência, mas de uma reflexão em busca de uma fundamentação teórica e crítica dos nossos conhecimentos e de nossas práticas”. Segundo o existencialismo, o ser humano está em processo de autoconstrução. Em outras palavras, é um agente transformador da Natureza que, ao transformá-la, constrói sua própria essência. A natureza humana vem sendo construída pela própria humanidade no processo histórico atualizando sua potencialidade com agente transformador. Sobre este conceito MATOS (1993) nos expõe: “Temos uma natureza em devir. O ser humano é, ao mesmo tempo, um ser atualmente advindo e um ser ainda a vir, apenas prometido a si mesmo. (...) É aqui que se manifesta a estrutura fundamental da ação: de um lado, ela é aquilo em que se tornou, aquilo que ela é agora: do outro, também é uma antecipação de seu ser realizado e, por ser ação de um agente autônomo, ela implica em si a responsabilidade daquilo que fazemos de nós mesmos. E veremos como a responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo constitui, ao mesmo tempo, um responsabilidade que ele tem com todos os homens”.
4 ciência e ética nos dias atuais
A ciência, traço que singulariza as sociedades modernas, vem sendo analisada sob os mais diversos ângulos. Desde o enfoque mais clássico ao olhar mais recente dos estudos culturais, multiplicam-se os estudos sobre a atividade científica. Entretanto, em nossos dias, uma perspectiva, a da ética, exerce particular interesse, associada ao desenvolvimento contemporâneo das ciências da vida. Alternativas inéditas, antigamente nem sequer questionadas, fazem hoje, parte do cotidiano. Possibilidades como a preservação duradoura da vida em condições artificiais, a intervenção em
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